A institucionalização das ações de extensão realizadas entre a Unicamp e os assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a promoção de novos projetos de cooperação estão na base do acordo firmado na última terça-feira (12), no Gabinete do Reitor. Por meio de um “memorando de entendimentos”, o reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, e o coordenador-geral do Instituto Técnico de Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia “Laudenor de Souza”, David Zamory Cukierman Adão, pactuaram a intenção de aproximar as duas instituições. Liderado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec), o acordo deve consolidar e ampliar as parcerias.
“Espero que esse momento seja apenas uma etapa para desenvolver vários acordos específicos e que, como universidade, possamos contribuir com informação, desenvolvimento, conhecimento, ciência e tecnologia para auxiliar vocês nessa batalha da reforma agrária”, afirmou o reitor. Para Meirelles, a parceria auxilia a universidade a se conectar cada vez mais com a comunidade, produzindo impactos na formação dos universitários.
Para o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Coelho, o documento formaliza ações que já vinham acontecendo e indica novos caminhos. “Esse acordo abre uma perspectiva muito importante para a universidade na medida em que, primeiro, a universidade se aproxima da comunidade por meio de um assentamento; segundo, podemos aumentar ainda mais as ações de integralização da extensão no nosso ensino de graduação”, pontuou.
Da mesma forma, Rubens Bedrikow, docente da Faculdade de Ciências Médicas que desenvolve projetos de extensão em diversos assentamentos da região, ressaltou a relevância do acordo para os estudantes da Unicamp. “Esses trabalhos marcam positivamente os alunos que participam deles. Nas nossas diretrizes curriculares, temos o compromisso de formar cidadãos éticos com compromissos sociais e com as lutas pela justiça social, e tenho certeza de que a extensão contribuiu enormemente para conseguirmos isso”, afirmou.
Zamory ainda vê, no acordo, possibilidades de enfrentamento de muitas dificuldades vividas pelos assentados. “Juntar o campo com a cidade, por meio das nossas cooperativas e associações, e fazer com que esse alimento chegue na mesa do trabalhador é um desafio imenso. A universidade vem em um momento muito oportuno, para realizarmos esse trabalho juntos”, revelou.
Eunice Pimenta, membro do Assentamento Milton Santos e diretora estadual do MST, emocionou-se ao refletir sobre o potencial do convênio assinado. “Nosso assentamento ainda é muito precarizado e muito rústico. Ainda fazemos as coisas na enxada. Com tanta tecnologia, ainda fazemos canteiros na mão. E esse projeto está dando uma esperança para a comunidade, e tenho certeza de que vai fazer muita diferença não só no estado de São Paulo, mas fora dele. Para nós, é muito gratificante uma universidade com o tamanho da Unicamp abrir as portas para estar conosco dentro dos nossos espaços”, afirmou.
Estiveram presentes, ainda, os representantes da direção do MST, Joaquim Modesto da Silva e Ariele Carolina Contigiani; a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) Wanda Pereira de Almeida; a professora da Faculdade de Tecnologia (FT) Marta Siviero Guilherme Pires; o professor do Instituto de Geociências (IG) Jefferson de Lima Picanço; além da assessora de gabinete da Proec, Simone Cristina Ferreira, e Isabel Cristina Araujo Floriano e Erika Aparecida Bueno, também da Proec.