Dirigentes e cientistas da Unicamp e de outras instituições de pesquisa de diferentes países participaram na semana passada de uma visita ao Fermilab, um dos mais importantes laboratórios de física de partículas do mundo, localizado nas imediações de Chicago, nos Estados Unidos. Representaram a Unicamp a coordenadora-geral da Universidade, Maria Luiza Moretti, e os docentes Pascoal Pagliuso e Thiago Alegre, ambos do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW).
O Fermilab organizou a visita para que instituições parceiras acompanhassem uma avaliação crítica, conduzida pelo Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos, sobre o andamento da colaboração internacional que visa à construção de um grande detector subterrâneo de neutrinos (Long Base Neutrino Facility – LBNF) em território norte-americano. O equipamento possibilitará a realização do maior experimento com neutrinos (Deep Underground Neutrino Experiment – DUNE) já feito até hoje, abrindo caminho para o avanço do conhecimento científico acerca da importância dessas partículas na formação do universo.
A Unicamp está à frente da participação do Brasil no projeto do LBNF/DUNE, que reúne instituições de mais de 35 países sob a liderança do Fermilab. A Universidade é responsável pelo desenvolvimento e posterior produção de dois conjuntos de equipamentos centrais que comporão o laboratório a ser instalado no Estado de Dakota do Sul a 1.500 metros de profundidade. Um dos conjuntos servirá para a detecção de fótons e o outro, para a purificação de argônio líquido.
“O Brasil foi elogiado e reconhecido pelas contribuições científicas importantes alcançadas até o momento na Fase 1 do LBNF/DUNE”, relata Pagliuso, coordenador do projeto no país. “No entanto, os avaliadores do DOE questionaram a falta de uma resposta concreta das agências brasileiras de fomento no que se refere à confirmação do financiamento para a Fase 2 do projeto.”
A Unicamp tem atuado intensamente na busca por recursos para financiar as tarefas que competem ao Brasil. Representantes da reitoria, da direção do IFGW e da coordenação nacional do projeto participaram nos últimos meses de diferentes reuniões com essa finalidade na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“Esse projeto colocará a Unicamp em outro patamar de pesquisa quando comparada com outras universidades brasileiras”, afirma Moretti. “A administração central da Universidade dará continuidade aos esforços para a obtenção de recursos junto às agências de fomento, como a Fapesp e o MCTI”, finaliza a coordenadora-geral.
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