Célio Hiratuka assume a direção do Instituto de Economia

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O professor Célio Hiratuka assumiu, na manhã desta quarta-feira (4), a direção do Instituto de Economia (IE) da Unicamp para o quadriênio 2023-2027. Ele vai substituir André Martins Biancarelli, que estava no comando da unidade desde 2019. A professora Rosangela Ballini ocupará o cargo de diretora associada do instituto.

Professor livre-docente e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT) da Unicamp, Hiratuka é coordenador do Grupo de Estudos Brasil-China. Com mestrado e doutorado em Ciências Econômicas pela Unicamp, o docente atua principalmente nas áreas de Economia Internacional, Economia Industrial e da Inovação e Desenvolvimento Econômico. 

O professor tem como temas principais de pesquisa, o comércio internacional, empresas transnacionais, investimento direto estrangeiro, desenvolvimento industrial e relações Brasil-China.

É uma honra e uma responsabilidade muito grande assumir esse cargo”, disse ele, pouco antes da cerimônia de posse, realizada no auditório Zeferino Vaz. “O IE tem uma tradição e uma história na construção do pensamento econômico brasileiro que é extremamente relevante”, avalia. 

“E esse pensamento está baseado, justamente, numa interpretação original, muito criativa, de autores clássicos do pensamento econômico, combinado com a necessidade de entender as transformações do capitalismo, e o papel do Brasil nessa economia global”, explica. 

Segundo ele, outro aspecto fundamental é a integração da construção intelectual realizada no IE ao longo dos anos, com a atuação na política econômica. 

O professor Célio Hiratuka discursa durante a cerimônia de posse
O professor Célio Hiratuka discursa durante a cerimônia de posse

“A ideia de gerar conhecimento, formar pessoas, nunca esteve dissociada da ideia de transformação da nossa realidade social e econômica. Por isso, ao mesmo tempo, encaro o cargo como uma responsabilidade muito grande, mas assumo com a consciência de que é preciso manter essa construção coletiva que é a história do IE”, diz o professor. 

Célio Hitatuka diz que, além do desafio de ser fiel ao espírito do instituto, uma grande tarefa será atualizar a agenda. Ele diz que, quando fala em atualização, está se referindo ao conjunto de fenômenos que vão aparecendo, sistematicamente, a partir da própria mudança do capitalismo global. 

Diz que fatores como a mudança climática e seus diferentes impactos nos países, as novas formas de desigualdade que estão surgindo, a capacidade de grandes corporações controlarem o conhecimento a partir de novas tecnologias e o papel do Brasil nisso tudo, são temas que vão exigir atualizações.

“Isso tudo precisa ser pensado fazendo referência à nossa tradição e, também, enfrentando os novos desafios que surgirão”, conclui o professor. 

Biancarelli

André Biancarelli lembra que sua gestão - e a de todos os colegas seus de outras unidades - foi marcada pela pandemia da Covid. “Tanto os desafios do ponto de vista de fazer o instituto continuar funcionando, com o afastamento das atividades presenciais e administrar todos os riscos, como também não foi nada fácil promover a retomada”, conta ele.

“Mas, neste meio tempo, acho que a gestão foi marcada pela continuidade do processo de institucionalização do IE e a manutenção da excelência acadêmica”, avalia.

Biancarelli diz que o Instituto viveu um processo importante de reposição de funcionários e docentes, de promoções - tanto para docentes quanto para servidores não docentes - e realizou algumas obras importantes do ponto de vista de infraestrutura. 

Ele avalia, ainda, que houve avanços no processo de internacionalização do IE e nos programas de curricularização da extensão. 

Biancarelli afirma que, no sentido geral, a gestão conseguiu manter a relevância acadêmica e política do instituto. “Historicamente, o IE sempre ocupou um papel bastante peculiar no debate econômico brasileiro, não apenas no ponto de vista acadêmico, teórico, mas também político, de influência e fornecimento de quadros para vários órgãos do governo, várias gestões e partidos”, argumentou.

“Acho que cumprimos a nossa missão de manter e renovar essa relevância dos economistas da Unicamp no debate brasileiro”, concluiu.

Falar para fora

O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles disse que o IE, assim como a Unicamp, tem uma forte relação com a sociedade. Lembrou que a Universidade dispõe de um grande programa de inclusão - com as cotas sociais e indígena - mas precisa, cada vez mais, trabalhar para solucionar problemas da população. “A agenda que interessa é falar para fora. Para além dos muros da universidade. Trabalhar para solucionar os grandes problemas da sociedade”, exortou.

A coordenadora-geral da Unicamp, professora Maria Luiza Moretti, agradeceu o trabalho de Biancarelli e desejou boa sorte ao novo diretor. E lembrou a Carta de Princípios divulgada recentemente pela Universidade, em que a Unicamp reafirma posição em torno de valores como a democracia, a inclusão e contra a violência. 

A cerimônia de posse foi acompanhada por diversos ex-diretores do IE, professores e alunos, além dos pró-reitores Fernando Sarti (que foi diretor do IE), Fernando Coelho (Proec) e Rachel Meneguello (Pós-Graduação).

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A cerimônia de posse foi realizada no Auditório Zeferino Vaz

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004