Representantes da Unicamp, da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e de empresas parceiras assinaram, na tarde desta terça-feira (10), o convênio que estabelece as condições para a execução do projeto Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial – Brazilian Institute of Data Science (BI0S).
O BI0S contará com recursos de cerca de R$ 10 milhões, a serem disponibilizados em um período de cinco anos. Metade desse montante virá da Fapesp, e a outra parte será financiada por instituições privadas, como o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec) e a Fundação CPQD.
O Centro terá como sede a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp e será liderado pelo pró-reitor de Pesquisa da Universidade, João Marcos Travassos Romano.
O BI0S terá como foco pesquisas nas áreas de diagnósticos médicos voltados à saúde da mulher, de agricultura de precisão e otimização do uso de recursos agrícolas, de ciência dos dados — área que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados, muitas vezes de grandes dimensões —, entre outros. Além disso, deverá criar um repositório de dados voltado especificamente para a saúde usando o histórico médico de pacientes — sistema já batizado de reBI0S.
“O BI0S tem um grande potencial de geração de valores em torno desses temas”, disse João Romano, durante a assinatura do convênio. “Com isso, esperamos contribuir com bastante efetividade nesse ecossistema que se forma no entorno, que inclui atividades de formação, pesquisa e as parcerias com as empresas, o poder público e a geração de startups”, acrescentou. “Essa vocação está no DNA do Centro”, define o pró-reitor.
O reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, lembrou a importância de um centro de pesquisas como o BI0S. “Estamos convencidos de que o desenvolvimento de uma sociedade passa pela ciência e pela tecnologia”, disse.
O presidente da CPQD, Sebastião Sahão, disse ser inspirador estar ao lado da Unicamp num projeto com essa dimensão. “Um projeto que contribuirá para a redução da desigualdade e a melhoria da qualidade de vida da população, trazendo valores de sustentabilidade e equidade”, afirmou ele. “Fiquei surpreso com o tamanho e a dimensão do projeto”, declarou o pesquisador da FITec Jorge Moreira de Souza.
O CPA conta com o envolvimento de cerca de 100 pesquisadores e possui um comitê consultivo internacional de 15 membros de diversos continentes, todos especialistas em inteligência artificial ou em áreas correlatas. O sistema mobilizará nove unidades de ensino e pesquisa e dois centros interdisciplinares da Unicamp, além de outras cinco instituições brasileiras — o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Segundo o médico neurologista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein Edson Amaro Junior, o Centro se transformou num sistema integrado de geração de conhecimento. O CEO da Templo CC, Herman Bessler, afirmou que a Inteligência Artificial ganhou uma proporção no mercado jamais vista, com um enorme impacto na sociedade, e que o objetivo do Centro é levar inovação ao mercado e, por consequência, às pessoas.
Contemplado em uma seleção promovida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fapesp e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o Centro de Pesquisa Aplicada (CPA) em Inteligência Artificial BI0S (Brazilian Institute of Data Science) entrou em operação formal na Unicamp em 28 de novembro do ano passado.