O Instituto de Geociências (IG), a Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e o Centro de Estudos de Energia e Petróleo (Cepetro) da Unicamp receberam a visita de representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O objetivo foi inspecionar as Unidades que recebem financiamento do Programa de Formação de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (PRH-ANP), verificando a infraestrutura, o atendimento aos bolsistas e o desempenho acadêmico dos programas. Tais visitas fazem parte da rotina da equipe da ANP que coordena os PRHs nacionais. Thiago da Silva Pires, coordenador geral de projetos da Agência, Eduardo da Silva Torres, assessor de projetos, Andrei Ramos, analista administrativo, e Diego Gabriel da Costa, auxiliar administrativo, foram recebidos no IG pelo docente Carlos Roberto de Souza Filho, que lidera o programa PRH 19-ANP na Unidade, pelo diretor associado Emilson Pereira Leite e pelo pesquisador visitante Áquila Mesquita.
O PRH-ANP busca a formação de recursos humanos para a indústria de petróleo. Eduardo Torres explica que existem hoje 54 Programas espalhados pelo país em instituições públicas e privadas sem fins lucrativos. “Fazemos essas inspeções para verificar como está a infraestrutura e o atendimento aos bolsistas, que são o foco do Programa. É importante estarmos sempre em contato para saber se os critérios da Agência para formar e capacitar esse pessoal estão sendo atendidos”, explica.
No IG, há 18 alunos de graduação, seis de mestrado, quatro de doutorado e um pesquisador de pós-doutorado envolvidos no programa, além do apoio técnico e de um pesquisador visitante. Souza Filho explica que há dez professores do Departamento de Geologia e Recursos Naturais do IG que orientam esses bolsistas. “A ANP, além da bolsa, fornece uma taxa de bancada por aluno. Cada um tem direito a financiamento de viagens de campo e para congressos nacionais e internacionais. A participação de nossos alunos de pós-graduação e graduação em congressos é contundente. Em 2023, nosso PRH também financiou a participação de um aluno de graduação num congresso internacional, algo difícil de ser atingido pelos meios disponíveis na Universidade para essa classe de alunos”, explica.
Para Thiago Pires, a Unicamp tem uma infraestrutura muito boa para os alunos em termos computacionais e para a realização de pesquisa na área de óleo e gás. “O corpo docente sabe como equipar seus laboratórios e mantê-los atualizados”, aponta. Thiago revela que o PRH-19, no IG, tem a melhor taxa de ocupação da Unicamp. “O IG tem praticamente 100% das bolsas que disponibilizamos para o programa ocupadas tanto em graduação quanto em pós. Vemos esse movimento do IG com um esforço de ofertar e ocupar as vagas. Também enxergamos que essas bolsas estão sendo bem empregadas”, destaca Tiago. Eduardo Torres reforçou a capacidade do IG de alocar e preencher a quantidade de vagas liberadas pela ANP. “Quando fazemos um mapeamento dos 54 programas, vocês estão deslocados como um outlier. Estão de parabéns”, destacou.
Pires lembra que a Agência oferta uma taxa de bancada que também tem permitido a compra de equipamentos em uso pelos bolsistas e que trazem um ganho para a Universidade como um todo. A doutoranda Maria Liceth Cabrera Ruiz, por exemplo, utiliza um dos laboratórios do IG para trabalhar com um grande volume de dados, que não poderiam ser explorados em um equipamento de performance comum. Alguns alunos do PRH-19 já foram premiados fora do Brasil. A doutoranda Priscila Martins Oliveira da Costa, que será a primeira bolsista do Programa no IG a defender sua tese, recebeu o prêmio Geological Remote Sensing Group Annual Student Award, destinado a estudantes de doutorado ou mestrado que trabalhem com geologia e sensoriamento remoto. Ela é orientada por Souza Filho e coorientada por Rebecca Del Papa Moreira Scafutto e Guillaumne Lassalle, ambos pós-docs do IG.
Souza Filho lembra que 16 bolsistas do PRH-ANP no IG, entre graduandos e mestrandos, já se formaram. Filipe Constantino dos Santos, graduando em Geologia, conheceu o mundo do petróleo e do pré-sal através do programa da ANP. “Tenho pensado em continuar investindo para buscar um emprego nessa área futuramente”, revela.
A equipe da ANP também realizou uma visita coordenada por Souza Filho ao SIRIUS/Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). No local, os participantes conheceram a infraestrutura e o funcionamento do SIRIUS e pesquisas em desenvolvimento ou sob concepção relacionadas a projetos de alunos do PRH do IG.