Congresso de Iniciação Científica recebe mais de 1.300 projetos

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Mesa de abertura da 31ª edição do Congresso de Iniciação Científica contou com a presença da reitora em exercício, professora Maria Luiza Moretti
Mesa de abertura da 31ª edição do Congresso de Iniciação Científica contou com a presença da reitora em exercício, professora Maria Luiza Moretti

Uma palestra sobre inteligência artificial e seus impactos na pesquisa científica proferida pelo professor Leonardo Tomazelli Duarte, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), marcou, nesta quarta-feira (25), a abertura da 31ª edição do Congresso de Iniciação Científica da Unicamp. 

Até o dia 27, o congresso – que reúne alunos e voluntários do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) – pretende divulgar os resultados de projetos de iniciação científica e tecnológica realizados por alunos de graduação da Unicamp e de outras instituições. O evento busca, assim, promover a interação entre pesquisadores de todos os níveis e áreas.

O Pibic 2023 recebeu a inscrição de 1.339 trabalhos – 55 deles de estudantes do ensino médio – envolvendo 1.470 estudantes. Na quarta-feira, foram apresentados cerca de 550 trabalhos de pesquisadores das áreas de Exatas e Tecnológicas. Nesta quinta (26), serão expostos trabalhos das áreas de Artes e Humanidades e do ensino médio e, na sexta-feira (27), da área de Biológicas.

Público lotou o auditório do Centro de Convenções para a abertura do congresso; no total 1.339 trabalhos estão sendo apresentados 
Público lotou o auditório do Centro de Convenções para a abertura do congresso; no total 1.339 trabalhos estão sendo apresentados 

Nesta quinta, a palestra intitulada “Construindo Pontes: pesquisas sobre os conflitos interpessoais”, da professora Telma Vinha, da Faculdade de Educação (FE), antecedeu a apresentação dos trabalhos. “O Pibic é uma festa acadêmica”, definiu o professor João Romano, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp. “O programa tem caráter formativo, mas também é prazeroso. É divertido”, garantiu.

Para Romano, o programa de iniciação vai além do que se ensina em sala de aula. O Pibic funciona como um elemento retroalimentador, fazendo com que o aluno, depois de sair para a investigação, volte à sala de aula com uma visão diferente sobre as coisas e o mundo, afirmou Romano. Segundo o professor, o Pibic ensina o aluno a trabalhar com o método científico e, muitas vezes, mostra a importância do trabalho em equipe.

“[O programa] é uma oportunidade que cada um de vocês ganha para tomarem gosto pelo estudo, pelo trabalho com método e pelo amor à boa ciência – a boa ciência é amiga da verdade”, ensina Romano. “E a verdade, sobretudo nestes tempos que correm, é uma amizade que vale cultivar”, adverte o pró-reitor.

A coordenadora-geral da Unicamp, professora Maria Luiza Moretti – que ocupa interinamente o cargo de reitora –, agradeceu a participação de cada um dos alunos no programa. E disse que o Pibic suscita interação e que o contato com outros pesquisadores traduz-se em uma relação enriquecedora.

“Queria que cada um de vocês tentasse descobrir o que o despertou para fazer pesquisa. Mas, seja qual for o fator desencadeador, acreditem que esse tipo de atividade vai melhorar cada um de vocês como pessoa”, disse Moretti dirigindo-se aos estudantes. “E que esse sentimento investigativo possa impulsionar cada um de vocês pelo resto de sua vida profissional”, acrescentou.

O professor Leonardo Tomazelli Duarte, da Faculdade de Ciências Aplicadas falou sobre o impacto da inteligência artificial nas pesquisas científicas
O professor Leonardo Tomazelli Duarte, da Faculdade de Ciências Aplicadas falou sobre o impacto da inteligência artificial nas pesquisas científicas

Produção acadêmica 

A pesquisa produzida na Unicamp responde por 7,1% da produção acadêmica nacional e está estruturada em torno de 24 unidades de ensino e pesquisa e 21 centros e núcleos interdisciplinares de pesquisa. Essa produção conta ainda com 26 centros temáticos de pesquisa, vinculados a programas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de dezenas de laboratórios.

O ambiente despertou o interesse, por exemplo, da estudante Bruna Tofoli Tordin, da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), orientada por Adriana Bragotto. Na quarta-feira, primeiro dia do congresso, Tordin apresentou a pesquisa em que desenvolveu um método de avaliação sobre aditivos alimentares voltados para crianças de 1 a 3 anos de idade, em Campinas.

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No sentido horário, os estudantes Ana Lívia Viscondi da Silva (Fecfau), Gabriel Mateus Alves de Lima (IG), Bruna Tofoli Tordin (FEA), Jonatas Viana de Souza (IQ) 

A estudante da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Fecfau) Ana Lívia Viscondi da Silva, por sua vez, mostrou um trabalho sobre captação de água da chuva como alternativa para complementar o abastecimento de água para uso não potável em um escritório sustentável. Ana Lívia foi orientada pela professora Luana Mattos de Oliveira Cruz. 

Segundo Silva, o trabalho teve como inspiração o modelo de urbanismo sustentável proposto pelo HUB Internacional de Desenvolvimento Sustentável (HIDS), em fase de implantação na Unicamp.

Entre os mais de 500 trabalhos expostos no primeiro dia do evento, estavam também os de Jonatas Viana de Souza, do Instituto de Química (IQ), orientado pela professora Taícia Pacheco Fill, que investigou a biodegradação de polímeros derivados de cacau utilizando microrganismos, e o do estudante do Instituto de Geociências (IG) Gabriel Mateus Alves de Lima, que realizou pesquisas sobre rochas de pré-sal no campo de Tupi, na Bacia de Santos, sob orientação do professor Alessandro Batezelli.

“Eu acho muito importante esse processo de iniciação científica, porque no começo eu não sabia bem qual área da geologia eu iria seguir. Aí surgiu a oportunidade de obter uma bolsa. Consegui a bolsa e, ao longo do trabalho, fui me convencendo de que eu gosto dessa área e de que essa é a área que pretendo seguir na minha pós-graduação”, afirmou Lima.

Os pró-reitores Fernando Coelho (Proec) e Ivan Toro (PRG): o começo de tudo 
Os pró-reitores Fernando Coelho (Proec) e Ivan Toro (PRG): o começo de tudo 

No caminho da pesquisa

O pró-reitor de Graduação, professor Ivan Toro, disse que a qualidade da educação superior não pode ser dissociada da quantidade de chances oferecidas para introduzir os estudantes no mundo da ciência.

“Mais do que completar a formação acadêmica, a iniciação científica ajuda a formar um profissional mais humano, mais conectado com a sociedade e com a solução de seus principais problemas. Essa é uma oportunidade para se ganhar amor por esse tipo de trabalho”, disse.

Para o pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Fernando Coelho, a iniciação científica “é o começo de tudo”.

“É por onde, na verdade, a pessoa trilha o caminho da pesquisa e, por conta disso, vocês [pesquisadores iniciantes] são, na verdade, o caminho do futuro”, concluiu Coelho.

Veja aqui a programação completa do congresso.

Confira mais imagens do primeiro dia de congresso: 

O tradicional congresso é considerada uma festa acadêmica da iniciação científica
O tradicional congresso é considerada uma festa acadêmica da iniciação científica
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Até dia 27 (sexta-feira) os trabalhos estarão expostos no Ginásio Multidisciplinar

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004