Finalmente iniciamos, em 26 de outubro, o trabalho sistemático em campo. Após um dia de reuniões e dois em campo, conversando com proprietários de terra e estabelecendo prioridades, de fato começamos a coletar amostras e a gerar novas informações a partir de nossas descrições.
Apesar de não ter obtido novas informações na área de pedologia e geologia, a equipe de arqueólogos já conseguiu coletar amostras importantes, por vezes perdidas na superfície do terreno. Essas peças, sem contexto estratigráfico (ou seja, sem estar dentro de um solo ou sedimento), podem ser interessantes, mas não servem para o nosso trabalho, pois, sem esse contexto, não conseguimos determinar a idade das peças.
Em praticamente todos os lugares nos quais paramos, a população local se aproxima e pergunta o que estamos fazendo e de onde somos. Descobre-se então que, ao dizer que viemos do Brasil, abrem-se sorrisos e portas. Rotineiramente as pessoas aparecem com chá. Aí nos sentamos em círculo no chão e tentamos manter algum tipo de comunicação.
Para isso, dependemos imensamente de Elham, a representante do Departamento de Antiguidades da Jordânia, que permanece todo o dia conosco. A simpatia em pessoa. Por determinação do governo jordaniano, precisamos realizar todo o trabalho acompanhado dela, que sempre tenta compreender o que estamos fazendo. E toma notas e tira fotos o dia todo. Por conta dessa exigência, não poderemos trabalhar no campo na sexta-feira, pois aqui não se trabalha nesse dia da semana. Assim, vamos retornar aos trabalhos sistemáticos no sábado.
A sexta será o dia de darmos um giro pela parte oeste do país, onde visitaremos o Mar Morto e um castelo dos Templários em Al Karak. Com o tempo que sobrar, trabalharemos com as amostras já coletadas.
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