A Unicamp e a Universidade de São Paulo (USP) mantiveram a liderança do Ranking Universitário Folha (RUF), que voltou a ser editado este ano, depois de quatro anos suspenso por conta da pandemia da covid-19. Com uma nota de 98,85, a USP é a primeira colocada do país, e a Unicamp aparece em segundo, com 98,20 – uma diferença de apenas 0,65 ponto, em uma escala que vai até 100. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, as instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização. Pela primeira vez, a Unicamp lidera no quesito ensino.
O resultado foi comemorado pelo reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles. “Primeiro é preciso valorizar o fato de a gente estar entre as duas melhores universidades do país. Mas, no caso particular do ensino de graduação, é um destaque para a Unicamp estar ocupando a primeira colocação”, disse o reitor.
“Isso significa uma dose muito grande de contribuição da nossa Universidade na formação de recursos humanos que possam contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento do nosso país. Portanto, esse é um motivo de bastante orgulho, a certeza de que temos de prosseguir nesse caminho, fortalecendo todos os outros aspectos desses rankings para que a gente possa se manter em destaque, mas, antes de tudo, manter a excelência da nossa atividade”, acrescentou.
O reitor ressaltou o fato de a Unicamp ter se mantido entre os primeiros colocados do ranking num período que coincide com mudanças importantes que estão sendo implementadas na Universidade, com um vigoroso processo de inclusão.
“É importante chamar a atenção para o fato de que estamos mantendo esse destaque, com uma mudança substancial a respeito dos alunos que ingressam na Universidade, já que estamos em um processo de inclusão bastante significativo. Cerca de 50% dos nossos alunos vieram de escolas públicas, temos cotas para estudantes indígenas e uma participação grande de estudantes pretos e pardos. Isso tudo é um indicativo de que as mudanças na Universidade estão sendo bem resolvidas. Isso mostra que a gente está sendo capaz de enfrentar esse desafio com uma ação muito positiva”, finaliza o reitor.
Segundo o RUF, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ficou na terceira posição, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na quarta e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na quinta.
A Folha informa que essa nona edição da pesquisa traz uma avaliação inédita sobre todas as 203 universidades ativas no Brasil – públicas e privadas – e sobre os mais de 18 mil cursos presenciais oferecidos nas 40 carreiras de maior demanda. São avaliadas mais de 2.200 instituições de ensino, entre universidades, centros universitários e faculdades.
Os dados que compõem os indicadores são levantados diretamente pela Folha em bases nacionais e internacionais de periódicos científicos, de patentes (Instituto Nacional da Propriedade Industrial – Inpi) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – especificamente do Censo da Educação Superior e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Além disso, levam-se em conta os dados disponibilizados por agências estaduais e federais de fomento à ciência.
Parte desses dados consta de duas pesquisas nacionais de opinião realizadas pelo Datafolha com empregadores e com professores. A partir desta edição, a iniciativa passa a ter uma base própria de professores especialistas, construída pela Folha e composta por avaliadores e ex-avaliadores do Ministério da Educação (MEC) e por membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Os cursos de graduação são avaliados a partir de informações sobre o mercado e o ensino. Uma das novidades da nona edição é a mudança nos indicadores referentes a essas duas áreas. Agora, passam a pontuar nas pesquisas de opinião as instituições que receberam ao menos uma menção nos questionários com empregadores e professores feitos pelo Datafolha nas últimas três avaliações.
Com isso, dobrou o número de cursos que pontuaram em relação às edições anteriores. Outra mudança metodológica se refere à nota do Enade nos cursos avaliados. Para aqueles que não realizaram o exame, a nota foi estimada pelo valor mínimo entre as médias de instituições similares que ofertam as mesmas graduações.