O reitor Antonio José de Almeida Meirelles inaugurou, na manhã desta terça-feira (21), no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), o maior projeto de eficiência energética já realizado entre a Unicamp e a CPFL Energia — uma parceria que já dura seis anos e que promove eficiência energética e produção sustentável de energia elétrica.
No total, foram seis projetos de eficiência energética e de geração fotovoltaica, implementados por meio do programa “CPFL nos Hospitais” e realizados no Hospital das Clínicas (HC), no Hospital da Mulher Caism, no Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), no Gastrocentro, no Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) e no Instituto de Otorrinolaringologia Cirurgia de Cabeça e Pescoço (IOU). O “CPFL nos Hospitais” integra o projeto Campus Sustentável da Unicamp.
Foram instalados painéis fotovoltaicos nos telhados e foi realizada a modernização do sistema de iluminação. De acordo com o professor Luiz Carlos Pereira da Silva, coordenador do programa Campus Sustentável, foram instalados 1,1 mil watts de geração fotovoltaica, o que representa praticamente o triplo da capacidade até então instalada. “No nosso primeiro projeto, que deu origem ao Campus Sustentável, instalamos 534 kw de geração fotovoltaica. Só neste projeto, agora, estamos instalando 1,1 mil kw”, disse o professor.
Silva conta que a Unicamp tem empreendido esforços para aumentar a geração de energia renovável dentro do campus, também com recursos do orçamento da Universidade. “No ano que vem, vamos executar um projeto de grande porte, que deverá instalar mais 5 mil kw. Sairemos dos atuais 2,5 mil kw para 7,5 mil kw”, conta.
“Também temos projeto do orçamento próprio para substituição de lâmpadas. Temos o (programa) ‘Unicamp 100% LED’, por meio do qual substituiremos 100 mil lâmpadas, e o projeto “Sustentabilidade no Ar”, pelo qual serão substituídos 2 mil aparelhos de ar condicionado velhos, com mais de 20 anos de uso”, enumera.
De acordo com o professor Luiz Carlos Pereira da Silva, com todos os projetos que a Unicamp desenvolve em Campinas e no campus de Limeira, o programa economiza R$ 5 milhões por ano, além de uma economia adicional de R$ 10 milhões por ano, com a contratação de energia no mercado livre. “O que fazemos na Unicamp é gestão de energia. Tentamos diminuir o desperdício com eficiência energética e oferecer energia renovável”, conclui o professor.
Perspectiva de futuro
Para o reitor da Unicamp, esse tipo de parceria evidencia uma intenção. “Uma coisa que precisamos ter é ambição e projeto de futuro”, ensina. “Queremos que uma parceria como essa, com a CPFL, tenha essa perspectiva de futuro, que é transformar essa região do estado num grande polo de inovação”, explica.
“Inovação na área da transição energética, no tratamento à saúde, na produção de equipamentos e medicamentos, na logística hospitalar. Isso pode transformar não só a Unicamp, mas nossa cidade e região num exemplo de desenvolvimento, que é aquele baseado em ciência e tecnologia, que respeite o meio ambiente e que promova a justiça social”, argumenta Meirelles.
Meirelles lembrou que o HIDS (Hub Internacional de Desenvolvimento Sustentável) — que vem sendo construído pela Universidade, ao lado de um grupo de instituições e do poder público — poderá ser o indutor de um processo virtuoso de desenvolvimento. “Temos ambições maiores na questão da transição energética e mesmo no desenvolvimento na área da saúde”, diz o reitor.
Para o reitor, o objetivo é não apenas melhorar a eficiência energética para a comunidade acadêmica ou para a região, mas gerar conhecimento que possa servir de exemplo para o país.
“O Brasil reúne um conjunto de recursos naturais, uma rede empreendedora bastante considerável e uma produção de ciência, tecnologia e conhecimento bastante avançados. Essa combinação, junto com o poder público, pode gerar uma convergência de interesses, perspectivas e possibilidade de desenvolvimento. Talvez tenhamos tido poucas oportunidades como essa em outros momentos da nossa história”, argumenta Meirelles. “Temos até condições internacionais favoráveis, já que o peso do Brasil num processo de transição energética é bastante significativo. Além disso, temos uma sociedade carente de soluções”, finaliza o reitor.
O diretor presidente da CPFL, Roberto Sartori, disse que a empresa tem feito esse tipo parceria com vários municípios, mas que, com a Unicamp, tem sido especial, devido à abertura para novas pesquisas em novas tecnologias. “Temos muito orgulho desse trabalho com a Unicamp, e a CPFL está aberta para novas áreas de colaborações com a Unicamp”, disse ele.
A cerimônia contou ainda com as presenças do diretor presidente da Rede Municipal Mário Gatti de Urgência e Emergência, Sérgio Bisogni, que representou o prefeito de Campinas, Dario Saadi; do diretor de estratégia e Inovação da CPFL, Bruno Monte, e dos pró-reitores Ivan Toro (Graduação) e Fernando Coelho (Proec), além de diretores de unidades, professores e pesquisadores.