Cecom lança aplicativo de monitoramento de criadouros de dengue

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O aplicativo para inspeção e controle de criadouro do mosquito da dengue, Aedes aegypti, começa a funcionar esta semana, com o objetivo de aprimorar o trabalho de vistoria, hoje registrado com caneta e papel pelos cipeiros funcionários integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipa). A iniciativa está sendo coordenada pelo Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), sendo que o  aplicativo foi desenvolvido no software de geoprocessamento ArcGis em uma parceria com a Diretoria Executiva de Planejamento Integrado (Depi) e a Cipa. 

Na semana passada, O Grupo de Trabalho (GT) de combate à dengue aplicou um treinamento para o uso do aplicativo. “Até então se registrava essa inspeção em uma planilha manual e, quando identificado algum criadouro, o diretor da unidade era comunicado para que medidas corretivas fossem adotadas com vista a eliminar os criadouros.",  explica a presidente do GT e coordenadora do Cecom, Rôse Clelia Grion Trevisane. Ela esclarece que a tarefa terá continuidade, mas, ao invés de usar a planilha de maneira manual, será usado o aplicativo. "Um objetivo é que o GT, os cipeiros e o Cecom possam monitorar em tempo real os possíveis criadouros da Unicamp e monitorar a adoção de condutas para removê-los. O outro é agilizar o processo e georreferenciar os locais com criadouros”,avalia. 

O aplicativo para inspeção e controle de criadouro do mosquito da dengue, Aedes aegypti que começa a funcionar esta semana 
O aplicativo para inspeção e controle de criadouro do mosquito da dengue, Aedes aegypti que começa a funcionar esta semana 

A ideia surgiu do trabalho periódico realizado e do potencial de se utilizarem dados vários para a tomada de possíveis medidas. “A área da saúde produz muitos dados. Há a parte de atendimento e, no caso do Cecom, a parte de prevenção [dos criadouros do mosquito da dengue]. Conhecendo alguns processos do Cecom, vi a possibilidade de criar um aplicativo para que eles pudessem sistematizar os dados”, explica William Chinelato, da área de geoprocessamento da Unicamp, que iniciou a criação da ferramenta desenvolvida em conjunto com Victor Leal, supervisor de tecnologia da informação do Cecom.

Para Vanderlei Braga, coordenador de Geoprocessamento da Depi, pode-se também utilizar esses dados em outros formatos. “A gente consegue coletar informações georreferenciadas, trabalhar com essas informações e produzir mapas, painéis de controle e gráficos que podem subsidiar algumas ações. Acho essa uma estratégia bem interessante. Conseguimos comparar [os dados] ano a ano e tomar algum tipo de ação específica”, comenta.

O Grupo de Trabalho (GT) de combate à dengue aplicou um treinamento para o uso do aplicativo para cipeiros e representantes de unidade
O Grupo de Trabalho (GT) de combate à dengue aplicou um treinamento para o uso do aplicativo para cipeiros e representantes de unidade

Casos de dengue em Campinas

Mesmo que dados de atendimento do Cecom de 2023 registrem que o número de casos de dengue diminuiu em comparação com o período de janeiro a novembro de 2022, de 66 para 35 pessoas infectadas. "O cuidado neste momento precisa ser redobrado por conta da época do ano, propícia para a formação de criadouros, já que há chuvas frequentes, resultando em acúmulo de água, e ondas de calor.", analisa a coordenadora do Cecom. A Secretaria de Saúde de Campinas registrou mais de 10 mil infectados, sendo a atual a sexta maior epidemia da cidade desde 1998.

Armadilhas para o mosquito

Com o objetivo de monitorar o surgimento das larvas do mosquito, instalaram-se armadilhas de vigilância epidemiológica da dengue (VED), feitas com pneus cortados ao meio e cheias de água. São 28 armadilhas em vários ambientes externos do campus de Barão Geraldo e três na Moradia Estudantil. Para a professora Patrícia Thyssen, responsável dentro do GT pela vigilância entomológica da dengue, é necessário, no período atual, alertar a comunidade. “A comunidade tem que ficar alerta para os períodos mais chuvosos e quentes. De setembro até abril, o período em que temos mais propensão ao surgimento de larvas, a maioria das armadilhas dão resultado positivo semanalmente. No período de maio até agosto, raramente temos armadilhas positivas semanalmente”, destaca.

Armadilhas de vigilância epidemiológica da dengue feitas com pneus cortados ao meio e cheias de água; objetivo é monitorar o surgimento das larvas do mosquito
Armadilhas de vigilância epidemiológica da dengue feitas com pneus cortados ao meio e cheias de água; objetivo é monitorar o surgimento das larvas do mosquito

Caso a unidade não tenha um cipeiro para realizar o trabalho de vistoria, o diretor dessa unidade deve entrar em contato com o Cecom pelo e-mail dengue@unicamp.br e indicar nome e email do funcionário que será o responsável pelo uso do aplicativo de prevenção e combate à dengue. É importante que todas as unidades de trabalho e ensino realizem as vistorias para garantir a eliminação dos criadouros.

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Escritor e articulista, o sociólogo foi presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais no biênio 2003-2004