A Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) realizou nesta segunda-feira (11) uma reunião com representantes das unidades de ensino e pesquisa, dos centros e núcleos interdisciplinares de pesquisa e dos colégios técnicos para o lançamento das atividades envolvidas na Avaliação Institucional da Unicamp referente aos anos de 2019 a 2023. Na ocasião, foram apresentados os princípios que deverão nortear o processo, os procedimentos de coleta e análise de informações e as novidades desta edição, entre elas a inclusão de quatro novas áreas de avaliação: gestão da saúde, comunicação, direitos humanos e sustentabilidade.
“A avaliação é um momento de reflexão em que paramos e olhamos para nós mesmos, nossas áreas e nossos trabalhos. Por isso, é um dos programas mais amplos e complexos da Universidade”, resumiu Maria Luiza Moretti, coordenadora-geral da Unicamp. A execução de avaliações institucionais é um componente obrigatório para que as instituições de ensino consigam recredenciar-se junto ao Conselho Estadual de Educação. Internamente, trata-se de um instrumento que fornece parâmetros para a revisão do Planejamento Estratégico (Planes).
O processo ocorrerá ao longo de 2024. Entre fevereiro e abril, acontecerá a etapa de avaliação interna, em que as unidades de ensino e pesquisa, os centros e núcleos e os colégios responderão questões referentes ao trabalho desenvolvido em torno de 13 tópicos: educação infantil e ensino médio-técnico, graduação e Profis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior), pós-graduação, pesquisa, extensão e cultura, inovações sociais e tecnológicas, internacionalização, direitos humanos, comunicação, sustentabilidade, egressos, gestão e gestão da saúde.
As informações deverão ser inseridas em um sistema desenvolvido pelo Escritório de Dados Institucionais e Suporte à Decisão (Edat), no qual os representantes poderão acessar mais de 150 painéis com dados referentes ao trabalho da Universidade, facilitando o processo de análise. “Não é nosso objetivo que as unidades gastem tempo fazendo o levantamento dos dados. Todos eles já foram compilados pela equipe da Edat. Queremos que o tempo seja utilizado para responder bem às questões, de uma forma bastante plural”, explica Marcelo Phaiffer, responsável pelo processo de avaliação na CGU.
Após essa etapa, as informações fornecidas pelas unidades serão compiladas e analisadas por comissões estruturantes, responsáveis pela redação dos capítulos referentes a cada uma das 13 dimensões avaliadas. Na sequência, cada capítulo será avaliado por uma comissão externa, composta por brasileiros e estrangeiros. Essa é mais uma novidade desta avaliação institucional. Nas edições anteriores, a mesma comissão externa avaliava todas as áreas. Agora, cada área receberá uma apreciação específica.
Na última etapa, os pareceres das comissões externas retornarão às comissões gerenciais de cada área para que façam suas considerações. A intenção é que o relatório final seja apreciado pelas instâncias superiores da Unicamp (Comissão de Planejamento Estratégico e Institucional – Copei, Comissão de Atividades Interdisciplinares – CAI e Conselho Universitário – Consu) entre novembro e dezembro do próximo ano, para depois ser enviado ao Conselho Estadual de Educação.
Novas dimensões
De acordo com os organizadores da avaliação, a inclusão de quatro novas áreas — gestão da saúde, comunicação, direitos humanos e sustentabilidade – reflete a dinâmica social dos dias de hoje. “Cada avaliação constitui um novo olhar que lançamos para a Universidade. Isso também reflete o que está ocorrendo no mundo, pois a instituição acompanha as transformações da sociedade”, aponta Moretti.
Entre as novas áreas, as ações realizadas no quesito sustentabilidade prometem refletir o maior grau de urgência em vista da necessidade por soluções para os problemas relacionados ao meio ambiente e porque aproximam a Universidade dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Apesar de bastante internalizada e difundida, a preocupação com a sustentabilidade, acreditam os organizadores, pode não garantir que todas as ações da área sejam elencadas. De acordo com Roberto Donato, assessor docente do Gabinete do Reitor e líder desse setor da avaliação, a própria variedade de conceitos referentes à sustentabilidade pode dificultar a identificação das ações. “Vamos precisar de atenção para depurarmos o que está relacionado à sustentabilidade na atuação de nossas unidades.”
Sendo assim, serão considerados três aspectos na avaliação das ações de sustentabilidade: o propósito de solucionar, reparar e mitigar os problemas ambientais ou propor adaptações em relação a esses problemas, o caráter interdisciplinar, interepistêmico e/ou intersetorial dessas ações e o impacto social, político e/ou público do trabalho desenvolvido. Segundo Donato, é missão da Universidade o compromisso com essas ações. “A partir do momento em que vários problemas ambientais derivam de atividades de ciência e tecnologia, cabe à Universidade propor soluções para esses problemas”, reflete.