Foi ativado nesta quarta-feira (14) o Cluster Coaraci, novo supercomputador do Centro para Computação em Engenharia e Ciências (CCES, na sigla em inglês) da Unicamp. Com mais de 13 mil núcleos de CPU (sigla em inglês para unidades de processamento central), 42 GPUs (sigla em inglês para unidades de processamento gráfico), 36,6 TB de memória RAM e 1 PB de armazenamento, o novo equipamento multiusuário deverá contribuir para a realização de pesquisas na Unicamp, em outras universidades brasileiras e também em empresas que demandam computação de alto desempenho.
Em tupi, coaraci significa “mãe do dia”. O lançamento do novo cluster ocorreu no auditório do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW), que abriga o Centro de Computação John David Rogers (CCJDR) – onde o Coaraci foi instalado –, e contou com a presença do assessor da Diretoria Científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Sylvio Canuto, do pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, João Marcos Romano, e de representantes das empresas NVIDIA, Dell e Versatus, parceiras na criação do equipamento.
“Hoje, ele (o Coaraci) é, talvez, a máquina de maior velocidade dentre as instaladas nas universidades do país”, avalia Munir Skaf, professor do Instituto de Química (IQ) da Unicamp e diretor do CCES. A aquisição do computador foi realizada dentro do projeto de renovação do CCES junto ao programa de Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fapesp, a qual determinou, como contrapartida, que o novo equipamento fosse multiusuário, ou seja, que ficasse disponível a pesquisadores de outras áreas e instituições. “Os equipamentos de computação ficam obsoletos depois de um certo tempo. Você não consegue mais realizar uma pesquisa competitiva com máquinas que não conseguem fazer cálculos de maior porte”, explica.
Com a proposta de atender a uma gama diversificada de projetos, o cluster contará com um universo diversificado de clientes, desde pesquisas que demandam cálculos puramente voltados à computação até áreas de fronteira, como a bioinformática. "É como se ele fosse um canivete suíço, com flexibilidade para várias aplicações", compara Skaf.
O processo de criação do Coaraci iniciou-se ainda em 2019, tendo sofrido atrasos por conta da pandemia de covid-19. No entanto, o aprendizado com os pesquisadores do Centro Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Cenapad), que mantém computadores de complexidade semelhante à do Coaraci, entre eles o ambiente Lovelace, serviu para que fossem implementadas tecnologias com vistas a uma variedade de pesquisas da área. “A demanda por computação de alto desempenho no Brasil e, especialmente, no Estado de São Paulo é gigantesca. Por isso, nosso equipamento chegou na hora certa", comenta William Wolf, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) e assessor técnico do CCES.
Skaf destaca ainda que a instalação do Coaraci como equipamento multiusuário é uma forma de dedicar o trabalho realizado pelo CCES, cujo projeto com o programa de Cepids encerra-se em maio, à comunidade científica em geral e à sociedade como um todo. “Esse é um legado do CCES que queremos deixar para o futuro”, celebra.
Cluster Coaraci – especificações técnicas:
13.008 núcleos de CPU AMD
150.528 CUDA Cores
42 GPGPUS NVIDIA A30 de 24 GB
36,6 TB de memória RAM
1 PB de armazenamento BeeGFS