Os jardins internos do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp foram revitalizados em homenagem aos servidores vítimas da covid-19. O projeto de revitalização nasceu da constatação de que os espaços reservados para os jardins estavam, em sua maior parte, sem plantas ou com plantas secas. Isso gerou uma ação chamada de a “corrente do bem”.
A história do projeto de revitalização dos jardins internos do HC foi revelada durante a cerimônia que aconteceu na sexta-feira passada (15/12), pela manhã, no pátio do segundo andar dos ambulatórios do hospital.
Elaine Cristina de Ataíde, superintendente do HC, agradeceu a todos que colaboraram com o projeto de revitalização dos jardins internos e disse que os pacientes, acompanhantes e funcionários já sentem a diferença no ambiente, agora mais acolhedor. “Tudo foi feito com muito carinho e cuidado. Queremos estender essa iniciativa e ampliar essa energia do bem para outros locais do hospital. Já temos planos para isso”, revelou a superintendente.
A coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti, leu um trecho do poema bíblico “Olhai os lírios do campo”, afirmando que o local de atendimento de pacientes deve ser bonito porque ali as pessoas buscam o que lhes é mais precioso: a saúde. “Quando sentimos que algo não vai bem, descobrimos o real valor da vida humana. Recebam os lírios do campo, profissionais da saúde, e continuem fazendo bem à vida humana”, afirmou Moretti.
Paulo Cesar Montagner, chefe do Gabinete do Reitor e presidente do Conselho Orientador do Grupo Gestor de Benefícios Sociais (GGBS), disse que a área da saúde é motivo de orgulho para a Unicamp. Montagner afirmou ter ficado satisfeito com a articulação realizada entre diversos setores, áreas e departamentos da Universidade para a ação desencadeada em favor do HC da Unicamp. “Fico feliz com a ideia de homenagear as pessoas que se foram e as que trabalharam duramente para chegarmos até aqui”, ressaltou.
Fernando Sarti, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, disse que a inauguração dos jardins tem um simbolismo e que é importante olhar para o passado e entender o drama da pandemia e como o HC perdeu alguns colaboradores nesse processo. “Quando se sonha conjuntamente, é possível enfrentar qualquer desafio. Que venham novos desafios com espírito de união”, comentou.
Coube ao coordenador-geral do Departamento de Enfermagem do HC, Joaquim Antonio Graciano, contar como foram os dias de luta durante a pandemia. “Falar da pandemia e do que vivenciamos aqui é algo complexo”, começou Graciano.
“Em março de 2020, a Universidade virou um deserto e nós ficamos na linha de frente. Foram dias de choro, medo, insegurança, orações… Experimentamos sentimentos inéditos até então… Passamos por situações limites. Muitos funcionários pediram demissão. Outros se afastaram… Perdemos a Luci, a Roseli, o Fábio… Todos os dias eu implorava por sabedoria para não perder mais nenhum companheiro de trabalho. Obrigado pela homenagem prestada por vocês hoje para todos aqueles que faleceram de covid-19 no HC, no Brasil e no mundo”, narrou, entre lágrimas, o coordenador-geral.
Ao final dos discursos, descerrou-se a placa do memorial em homenagem aos funcionários vítimas de covid-19 e inauguraram-se os jardins. Pequenas mudas de suculentas foram entregues às pessoas que acompanhavam a cerimônia e a pacientes que aguardavam atendimento. A “corrente do bem” contou com o apoio da Superintendência do HC, da Reitoria da Unicamp, da Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário (PRDU), do GGBS, da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH), do Instituto de Geociências (IG) e de outros colaboradores da Universidade.
Entre as autoridades presentes na inauguração dos jardins estavam Luiz Carlos Fernandes Júnior, coordenador do GGBS, Orival Andries Júnior, diretor-executivo da Funcamp, e os já citados Montagner e Sarti, além de dezenas de convidados.
Fernandes disse que os jardins estavam precisando de vida e que o GGBS está disposto a “ajudar o hospital a avançar em ações como essa”. Andries comentou que a Funcamp fica grata em poder trazer um pouco de alegria para todos que circulam pelo HC. “Uma pequena flor é capaz de trazer alegria aos nossos corações e ao hospital”, disse.