O Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas Aplicadas às Tecnologias Digitais na Educação de Crianças (GEPPPATDEC), do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas (Nepp) da Unicamp, viu aprovado, na XV Jornada Latino-Americana de Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia (Esocite – LA/2024), um grupo de trabalho (GT) com proposta de discussão sobre a temática da tecnologia digital na educação de crianças. Liderado por Roberta Borges, o grupo conta com a participação de pesquisadores de diversas instituições de ensino brasileiras e da América Latina. Com o tema “(Re)Fazer a Ciência e a Tecnologia na Democracia”, o evento será realizado de 23 a 26 de julho de 2024 na Unicamp e contará com diversos GTs distribuídos em seis linhas temáticas.
De acordo com Borges, “esse grupo multidisciplinar tem a finalidade de estudar, em uma perspectiva transdisciplinar, o uso das tecnologias digitais e suas implicações no desenvolvimento infantil”. Para Riza Lemos, pesquisadora do grupo, a aprovação do GT constitui um marco importante para toda a equipe, uma vez que o GEPPPATDEC “conta com pesquisadores de diversas áreas, possibilitando uma visão integral do desenvolvimento infantil, tudo isso atrelado à discussão sobre as tecnologias digitais na educação”. Alexandre Tadeu, diretor-executivo da EducaTV (emissora da Secretaria Municipal de Educação de Campinas e membro do grupo), afirma que “participar tanto do GT quanto da jornada será crucial para impulsionar o processo de interseção entre tecnologia digital e educação de crianças, promovendo um ambiente colaborativo e estimulante para a troca de conhecimentos e aprimoramento das práticas educacionais”.
Com pesquisadores da área de educação, de tecnologias e também da saúde, o grupo objetiva promover discussões que contribuam para a construção de políticas públicas capazes de favorecer o desenvolvimento pleno das crianças. Rayla Lemos professora e pesquisadora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) que integra a equipe de pesquisadores da área da saúde, afirma que “essa é uma tarefa minuciosa e que envolve a articulação com vários setores e equipamentos diferentes da rede, incluindo serviços de saúde, educação e computação, entre outros. A saúde traz a perspectiva da promoção, colabora no sentido de potencializar o desenvolvimento infantil de acordo com as capacidades funcionais de cada idade, atua indicando escolhas que ajudem na prevenção de danos e prejuízos ao desenvolvimento e traz ainda o olhar da inclusão no sentido de apontar caminhos para facilitar a participação, minimizar barreiras e potencializar facilitadores”.
A discussão a respeito das tecnologias digitais vem ganhando maior penetração no meio educacional. Em meio a um mundo cada vez mais conectado, essa pauta torna-se premente, no cenário brasileiro e global. Marcelo Phaiffer, que também é pesquisador do grupo de estudos, afirma que “as universidades precisam se aproximar cada vez mais da sociedade”. “É por meio das fronteiras do conhecimento, onde reside a interdisciplinaridade, que as políticas públicas serão eficazes, eficientes e efetivas”, diz.
As universidades desempenham papel fundamental nesse cenário, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico e também para a implementação de processos democráticos na construção de políticas públicas que reverberem na melhoria da qualidade de vida e no pleno desenvolvimento das crianças. Para Rafael Moraes, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e pesquisador do grupo de estudos, “essa pesquisa desempenhará um papel fundamental ao refletir sobre os desafios e oportunidades que as tecnologias digitais apresentam para o desenvolvimento das criança e ao proporcionar impactos significativos que beneficiarão não apenas a comunidade acadêmica, mas também pais e educadores envolvidos no cuidado e na formação das gerações futuras”.