O Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) acaba de assinar uma base de dados que poderá dar um novo impulso ao trabalho de prospecção de vias de financiamento para projetos a serem desenvolvidos pela Universidade.
A pedido do Grant Office da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), o SBU passa a assinar a base de dados Funding Institutional – uma plataforma que reúne informações sobre oportunidades de pesquisa oferecidas por diversos tipos de instituições e organizações financiadoras de projetos espalhadas pelo mundo.
A nova ferramenta permite ao pesquisador estabelecer os parâmetros de seu projeto – tema, região, duração, número de pesquisadores, valor do financiamento etc. – para, em seguida, buscar potenciais instituições capazes de financiá-lo.
O interessado poderá criar um perfil próprio ou definir filtros, por exemplo, segundo uma área temática – agricultura, cultura, negócios etc. Ou então, por tipo de financiamento – bolsas, subsídios para ensaios clínicos, equipamentos e infraestrutura ou desenvolvimento comunitário, entre outros. Pode, ainda, filtrar os resultados por tipo de financiador – governos federais ou estaduais, entidades de fomento ou organizações empresariais – nacionais ou estrangeiras. E pode, ainda, definir os parâmetros da pesquisa segundo grupos minoritários ou mesmo de gênero.
Recentemente, a ferramenta abriu a seção “Áreas de pesquisa e tendências”. Com isso, o pesquisador poderá, por exemplo, buscar financiadores que tratem exclusivamente de pesquisas sobre cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas) ou sobre inteligência artificial, Covid-19, computação quântica etc.
Definido o perfil, o pesquisador será informado sobre os projetos e recursos já concedidos para o tipo de pesquisa que esteja interessado em fazer. Por meio da ferramenta, ele poderá, também, encontrar parceiros para seu projeto. O candidato receberá notificações por e-mail sobre novas oportunidades ou poderá compartilhar o teor de sua pesquisa com colegas de outras instituições de ensino que estudam assuntos correlatos.
“As possibilidades a partir dessa ferramenta são inimagináveis”, disse a professora Marilda Bottesi, assessora especial da PRP e responsável pela implantação do Grant Office – o escritório que tem como missão oferecer apoio institucional aos pesquisadores. “Porque o grande objetivo dessa plataforma é não apenas informar sobre a oportunidade em si de financiamento, mas informar sobre como encontrar parceiros”, afirma ela. “As chances de você encontrar um parceiro para um projeto lá em Hong Kong, por exemplo, que você nem imaginava que existia, são muito grandes com essa ferramenta”, avalia.
A professora diz que a plataforma vai ajudar a tornar mais efetiva a atuação do Grant Office. “Um dos pilares da atuação do escritório é justamente a prospecção de oportunidades de fomento e, hoje, nós fazemos esse trabalho à unha, na raça mesmo”, diz a professora. Segundo Bottesi, os servidores integrantes do Grant Office realizam buscas nas agências de fomento brasileiras – como Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), além de associações internacionais. E também promovem outras buscas ativas. “Mas se trata de um trabalho manual mesmo”, explica.
Por conta disso, a professora diz ser uma vitória para a Universidade poder lançar mão de uma ferramenta como essa. “Ela vai trazer ganhos enormes para o pesquisador da Unicamp. Trata-se de um leque de oportunidades tanto para a busca por fomento quanto para a busca por potenciais parceiros de pesquisa.”
Bottesi explica que a permissão de acesso ao sistema está vinculada ao IP da Universidade. “Isso quer dizer que a única exigência é que o pesquisador tenha um e-mail Unicamp”, diz. A página oficial do Grant Office da PRP disponibilizou um link direto para a Funding Institutional.
Acordo Transformativo
O diretor adjunto do SBU, Márcio Souza Martins, anunciou, ainda, a assinatura de um acordo transformativo com a editora britânica Taylor & Francis, acordo esse que, além de garantir o acesso a títulos de periódicos não disponíveis no Portal de Periódicos da Capes, também assegura a isenção de taxas de publicação de artigo (APCs, na sigla em inglês), em um total de aproximadamente 95 artigos em 2024, suficiente para cobrir as publicações atuais da Unicamp com o editor.
As APCs são taxas pagas pelos autores para a publicação e gestão de seus artigos em periódicos de acesso aberto. Os acordos transformativos, por sua vez, são compromissos realizados entre bibliotecas universitárias, consórcios ou agências de fomento e editoras científicas. Eles visam redirecionar o investimento anteriormente feito na assinatura de periódicos para a concessão de acesso gratuito a esses mesmos periódicos.
De acordo com Martins, esse é o primeiro contrato do tipo no Brasil com um grande editor internacional. “É importante ressaltar que a assinatura desse acordo não resultou em custos adicionais para a Universidade, salvo os reajustes anuais estabelecidos pelo mercado editorial”, disse. “Além disso, [esse acordo] nos concede a flexibilidade de rescindir o contrato caso a Capes estabeleça um acordo transformativo com a editora.”
Para usufruir do acordo, o pesquisador precisa ter o artigo aprovado pela revista, além de ser o autor correspondente da Unicamp e utilizar o endereço de e-mail institucional (@unicamp.br).
O SBU recomenda aos interessados a consulta à Deliberação Consu A-024/2023, de 26 de setembro de 2023, que estabelece as diretrizes para a identificação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em publicações científicas.
