O avanço do narcotráfico na América Latina

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A atual crise de segurança instalada no Equador reflete o avanço do narcotráfico na América Latina e sua penetração no sistema político daquele país. O professor Wagner de Melo Romão, do Departamento de Ciência Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), descreve, no programa Analisa, como o Equador chegou à presente situação e quais as implicações disso para o restante da América Latina, incluindo o Brasil. Participa também do programa o equatoriano Richard Guilhermo Vasconez García, doutorando do Instituto de Geociências (IG), que testemunhou o clima de medo e o estado de exceção instalados nos últimos dias no Equador, de onde ele partiu dia 10/1, um dia depois de narcotraficantes terem invadido uma emissora de TV durante uma transmissão ao vivo.

Nos últimos sete anos, o poder das facções criminosas cresceu à medida que o Equador deixava de ser apenas uma rota do tráfico de drogas – no abastecimento dos mercados norte-americanos e europeu – para se tornar uma central de controle desse comércio, posição que pertencia antes à Colômbia. Conectadas com grupos internacionais, as facções disputam poder entre si e com o próprio governo. Em agosto de 2023, a facção Los Lobos assumiu a autoria do assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio.

A situação crítica que penaliza a população há anos ganhou proporções ainda maiores depois da fuga da prisão de José Macías Villamar (conhecido como Fito), líder da facção Los Choneros, que rivaliza com a facção Los Lobos. No dia seguinte à fuga, 8 de janeiro, uma série de ações simultâneas do crime organizado, envolvendo sequestros, atentados e homicídios, provocou caos em presídios, ruas, universidades e hospitais.

Entenda os fatos recentes ocorridos no Equador e quais as semelhanças e diferenças com o crime organizado no Brasil. Romão fala sobre a fragilidade do sistema prisional brasileiro, que guarda muitas semelhanças com o equatoriano. Segundo o professor, os fatos recentes verificados no Equador nos remetem a 2006, quando houve um ataque do PCC – sigla para a facção criminosa Primeiro Comando da Capital. De acordo com García, a falta de ações sociais dos últimos governos neoliberais equatorianos também contribuiu para o avanço dos narcotraficantes, facilitando o aliciamento, pelas facções, da população pobre e jovem.  

FICHA TÉCNICA

Produção – Hebe Rios

Texto e apresentaçãoAdriana Vilar de Menezes

ImagensMarcos Botelho Junior, Alvaro Godoi

Edição – Kleber Casabllanca

Edição de capa  – Alex Calixto

Imagem de capa
O professor Wagner Romão, do Departamento de Ciência Política do IFCH e o equatoriano Richard Guilhermo V García, doutorando do IG, durante entrevista para o programa Analisa

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