A Unicamp e a Universidade Agrícola da China (CAU, sigla em inglês para China Agricultural University) iniciaram um movimento de aproximação que poderá resultar em parcerias em pesquisas, intercâmbios e programas de extensão.
O reitor da CAU, Zhenghe Song, foi recebido na manhã desta sexta-feira (26) pela pró-reitora de Pós-Graduação e reitora em exercício, professora Rachel Meneguello. Ele manifestou o interesse da instituição chinesa em firmar colaborações com a Unicamp, inicialmente na área da agricultura familiar, com a possibilidade de expansão para outras áreas, como engenharia agrícola, mecanização, engenharia de alimentos, além de intercâmbios entre professores, pesquisadores, estudantes e servidores. A visita da delegação chinesa foi organizada pela Diretoria Executiva de Relações Internacionais (Deri) da Unicamp.
A CAU é considerada, por rankings internacionais, a segunda melhor universidade da área da agricultura no mundo. “Estamos ampliando nossa relação com as universidades chinesas, o que é muito bom”, disse Rachel Meneguello. “A ideia é promover e estimular o processo de internacionalização da nossa universidade, para campos em que já temos conhecimento, mas também para aqueles que queremos desenvolver. E essa é uma dessas áreas”, disse a reitora em exercício.
“Estamos em um movimento bastante oportuno no país para fazer esse tipo de colaboração em áreas como a agricultura familiar. Portanto, vejo que, aqui, há um bom caminho para todos”, acrescentou Meneguello.
A comitiva da CAU veio à Unicamp para conhecer a Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e trouxe um memorando de intenções que pode levar a parcerias, tanto na graduação quanto em cursos de pós-graduação.
O reitor da CAU, professor Zhenghe Song, conta que se informou sobre os cursos oferecidos na Unicamp antes de vir para o Brasil e os comparou com o currículo oferecido pela CAU. “Descobrimos que a Unicamp mantém muitos cursos e carreiras parecidos com o que temos. Por conta disso, considero que poderia haver parcerias em múltiplas áreas, como mecanização, agricultura familiar ou agricultura sustentável. Acho que essas são as áreas em que podemos trabalhar mais”, afirmou ele, que manifestou também o interesse em promover o intercâmbio de professores, estudantes, pesquisadores e servidores.
Amplas possibilidades de parcerias
O Coordenador de Pós-Graduação da Feagri, professor Daniel Albiero, avalia que as possibilidades de parcerias são amplas. “A CAU é considerada a segunda melhor universidade da área agrícola do mundo. Portanto, nossa aproximação abre um leque imenso de parcerias na engenharia agrícola, mas também para outras engenharias — mecânica, civil, de alimentos e todas as áreas do conhecimento que tenham a agricultura como centro”, afirma ele.
“No caso mais imediato, que estamos tratando agora, é a mecanização agrícola para agricultura familiar. Eles (chineses) estão trazendo, por exemplo, máquinas para um programa junto ao pequeno agricultor no Rio Grande do Norte. Nosso sonho é convencê-los a trazê-las também aqui para São Paulo, para que possamos começar a desenvolver pesquisas conjuntas nesta área”, acrescenta Albiero.
O professor conta que o contato com a instituição chinesa foi feito pelo Instituto Baobá — uma organização social sem fins lucrativos — em colaboração com a professora da Feagri Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo, coordenadora do Programa de Extensão Terra, que fortalece ações em agroecologia nas regiões de Campinas e Limeira.
Agricultura familiar
A diretora adjunta da Feagri, professora Thaís Queiroz Zorzeto Cesar, disse estar otimista quanto ao futuro de colaborações entre as instituições. “Temos vários caminhos abertos. Na agricultura familiar, podemos pensar na mecanização projetando um trabalho mais digno. A ideia não é substituir a mão de obra e, sim, favorecer e tornar mais eficiente o trabalho da agricultura familiar”, disse a professora.
“Além disso, estamos pensando na internacionalização da nossa unidade. A troca de experiência; a possibilidade de levar nossos alunos, professores, pesquisadores para fora para que tenham experiências externas e de receber profissionais de lá será uma experiência muito rica para nós”, conclui.