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Estudo aponta sedentarismo entre enfermeiros
Fisioterapeuta avaliou em testes 109 profissionais de cidade mineira

 

A maioria dos profissionais da equipe técnica de enfermagem que participou de estudo conduzido pela fisioterapeuta Beatriz de Oliveira é sedentária. A constatação foi feita depois de a fisioterapeuta aplicar questionário e testes de funções cognitivas em 109 profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, que atuam no município de Poços de Caldas, em Minas Gerais. Dos voluntários da pesquisa, 74% declararam não praticar nenhum tipo de atividade física. Este aspecto acabou sendo destacado na pesquisa, uma vez que o objetivo foi verificar as repercussões do trabalho em turnos no sono e em funções cognitivas nas equipes de enfermagem do hospital.

“Foi um resultado inesperado, justamente em uma população que se dedica a cuidar da saúde dos pacientes e, principalmente, com o conhecimento de que a atividade física é essencial para uma melhor qualidade do sono”, destaca Beatriz de Oliveira, que apresentou dissertação de mestrado na Faculdade de Ciências Médicas (FCM).

Outro aspecto interessante no estudo foram os resultados dos testes de memória de curto prazo, um dos itens avaliados das funções cognitivas. Neles, os profissionais de saúde que trabalham em duas instituições distintas tiveram melhor desempenho nos testes do que aqueles que desenvolvem suas atividades em um único emprego. “Também não esperava que os profissionais que têm dois empregos tivessem melhor desempenho nos testes de memória. Isto poderia indicar que o fato de atuarem em duas instituições distintas, o exercício com a memória é muito maior”, explica.

A pesquisa identificou ainda que os trabalhadores do noturno dormem bem mais, porém a qualidade do sono foi considerada ruim, ou seja, o sono não foi restaurador. “A principal contribuição do estudo é que diante destas considerações seria possível sugerir medidas para melhorar o processo de elaboração de escalas de trabalho e orientar a equipe de enfermagem sobre as medidas de higiene do sono”, acredita.

Os testes de atenção apresentaram uma diferença significativa no desempenho daqueles profissionais que não têm filhos e que trabalham no período diurno. Eles obtiveram resultados bem melhores mesmo após 12 horas de trabalho contínuo. Uma questão que poderia ter interferido no resultado seria que a amostra foi composta, em grande parte, por indivíduos com menos de 30 anos, idade em que se espera uma maior atenção no desenvolvimento das atividades funcionais.

A pesquisa, segundo Beatriz, consiste na continuidade dos trabalhos desenvolvidos por sua orientadora, a professora Milva Maria Figueiredo De Martino. Ela conta que pelo fato de Poços de Caldas ser uma cidade bem menor do que Campinas, os dados em relação ao sono dos profissionais de saúde poderiam ser diferentes. “No entanto, tivemos um quadro bem semelhante e que sugere um padrão característico de quem executa o trabalho em turnos”, esclarece.

Os profissionais de saúde trabalham em uma sequência de 12 horas e o fato de precisarem se sujeitar à escala de turnos é uma preocupação constante, uma vez que atuam diretamente no cuidado com o paciente, sem contar a questão de acidentes de trabalhos que os tornam mais vulneráveis. Neste sentido, as questões levantadas na pesquisa se fazem necessárias para estudos em outras cidades do país. (R.C.S)

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■ Publicação

Dissertação: “Estudo da memória, atenção e ciclo vigília-sono da equipe de enfermagem nos diferentes turnos de trabalho”
Autor: Beatriz de Oliveira
Orientador: Milva Maria Figueiredo de Martino
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
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