conhecimento
científico produzido na Unicamp começa a ser repassado
a profissionais responsáveis pelo controle de qualidade
e segurança dos alimentos na indústria, para atender
à crescente demanda por alimentos, mais saudáveis
e seguros, de um público cada vez mais exigente.
A
Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp decidiu
transferir aos interessados um pouco da experiência de
34 anos na área de pesquisa de alimentos, através
de um curso destinado basicamente a profissionais da indústria
de alimentos, acadêmicos e consultores na área
de controle de qualidade. Trata-se do curso de especialização
Gestão da Qualidade e Segurança Alimentar, coordenado
pelos professores Edir Nepomuceno da Silva, Mauro Faber Freitas
Leitão e Marise Rodrigues Pollonio, da FEA, que começa
agora em julho, nas dependências da Faculdade. O curso
será ministrado por professores da própria faculdade
e por convidados de outras instituições e da iniciativa
privada. Serão concedidas 60 vagas dividas em duas turmas.
Para
a professora Gláucia Maria Pastore, diretora da Faculdade,
o curso constitui-se num importante marco porque a questão
da segurança alimentar é, hoje, não apenas
no Brasil mas em todo o mundo, um dos aspectos mais relevantes
na área da alimentação. Isso porque, na
avaliação da qualidade dos alimentos, a segurança
é um dos componentes mais importantes, diz ela.
Nesse
contexto, há necessidade de formar profissionais competentes
e habilitados, que possam superar as barreiras de exportações
de alimentos, adotando critérios de segurança
cada vez mais rígidos. O professor Edir Nepomuceno explica
que o curso se propõe a capacitar os participantes no
gerenciamento e solução dos mais diversos problemas
inerentes à área de qualidade e segurança
alimentar, a fim de prevenir imprevistos e dificuldades que
eventualmente poderão advir.
Novas
tendências O diferencial desse curso
de especialização é que estamos nos apropriando
de toda experiência e bagagem que a Unicamp tem, através
da FEA, utilizando-se dos recursos humanos que dispomos em termos
de competência e habilidade, com o suporte da infra-estrutura
técnica da própria faculdade, explica Marise.
O candidato terá acesso a informações essenciais
para que a indústria brasileira possa produzir alimento
seguro, que vai chegar até o consumidor com suas características
nutricionais, químicas, físicas e microbiológicas
preservadas. Observa-se também que a indústria
está atenta a novas tendências de processamento
e desenvolvimento de produtos que envolvam questões sérias
de segurança, diz Marise.
Para
o professor Mauro, o desenvolvimento tecnológico na área
de alimentos hoje no Brasil atingiu um grau de qualidade compatível
aos observados a níveis internacionais. Mas faz uma ressalva:
Apesar disso, o problema de segurança alimentar
continua sendo crítico. E explica porque. Se
analisarmos dados e levantamentos epidemiológicos de
diferentes países vamos verificar que só os Estados
Unidos desperdiçam mais de 15 bilhões de dólares
por ano devido a problemas de contaminação de
alimentos. No Brasil, a coisa não é muito diferente.
Mauro sugere que há extrema necessidade de um grande
investimento na gestão da segurança da indústria
de alimentos. Não adianta desenvolvermos novos
processos, novas alternativas de produtos se não contemplarmos
conjuntamente todo o processo que requer a segurança
do alimento. E é isso o que busca esse curso da FEA.
Fala-se
muito, hoje, em alimentos geneticamente modificados, alimentos
conservados por processos mínimos e alimentos funcionais.
Segundo Marise, o consumidor tem se informado muito bem com
relação aos novos produtos, por entender que na
busca de melhoria da qualidade de vida, o item alimentação
é um dos mais importantes. A indústria sabe
disso. Ela precisa exportar, acompanhar as tendências
internacionais de comercialização e há
padrões e normas que devem ser observados para se inserir
nesse mercado, acentua o professor Edir.
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