Um
grupo de laborterapia para mastectomizadas, iniciado na Santa
Casa de Campinas, funciona no Caism da Unicamp há quase
15 anos. A paciente mais antiga a participar das reuniões,
desde 1983, ainda está na ativa. A novidade é
que ela e mais 11 pacientes acabam de ser cadastradas como voluntárias
do Serviço Social (S.S.) e de conquistar uma sala para
os trabalhos manuais, próxima ao Setor de Xerox.
Está
claro que a mastectomia não as impediu de fazer atividades
que exigem empenho físico. Essas pacientes são
especiais e ativas, encontrando nas oficinas de arte o momento
adequado para ajudar outras companheiras que, por força
da circunstância, enfrentam problemas financeiros. É
uma delícia essa hora terapêutica para pessoas
que vivenciaram a mesma experiência cirúrgica de
extração da mama, que é um símbolo
de feminilidade da mulher, comenta Yolanda Freston, supervisora
da Área de Oncologia.
Yolanda
conta que, nas sessões, ao mesmo tempo em que elas discutem
seus problemas, sobretudo os relacionados ao câncer, à
saúde e às questões do dia-a-dia, elas
vão dando os últimos arremates e, caprichosas,
não interrompem suas tarefas até concluir mais
uma jornada de laborterapia, que acontece pelo menos duas vezes
por mês.
As
voluntárias montam uma verdadeira confecção
de bojos de painço, um material apropriado para compensar
a mama extirpada através de uma adaptação
feita no sutiã. As pacientes fazem ainda crochê,
colchas de retalho, roupas, toalhas de mesa, panos de prato,
entre outras coisas.
De
acordo com a assistente social, os bojos são oferecidos
pelo S.S. a pacientes carentes. Outros produtos são vendidos
em um bazar, que ocorre uma vez por mês no Caism. Parte
da verba é destinada às voluntárias e outra
parte vai para o Serviço, com o propósito de fazer
compra de medicamentos e de pequenas despesas de natureza social.
A
paciente Maria Dolores Armênio Frued, 73 anos, está
há três anos e meio no grupo. Ela diz que foi muito
ajudada em seu tratamento e que desde então procura passar
uma força para as amigas. Após a cirurgia
na minha mama direita, sentia a mão meio boba.
A laborterapia me ajudou até nisso. Hoje, faço
até crochê, que é uma atividade minuciosa.
Sei que não estou sozinha e me sinto muito útil
por isso.
Akemi
Murayama, diretora do S.S., afirma que o objetivo da laborterapia
não é apenas proporcionar uma distração
às pacientes, mas principalmente possibilitar a concepção
de uma nova vida e maneira de encarar a realidade, dividindo
com outras pacientes esse momento.
A
coordenadora da Laborterapia é a assistente social Denise
Batibugli. Informações para doações
através do telefone 3788-9422.
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Sem
medo do primeiro parto
A
primeira gestação é sempre motivo de
apreensão para as futuras mamães. As mudanças
do corpo, as histórias ouvidas das avós, mães,
colegas e vizinhas, muitas vezes, amedrontam. Um projeto idealizado
pela professora Rosângela Mathias do Departamento de
Enfermagem do Colégio Técnico de Limeira (Cotil),
ameniza o poder das presunções, proporcionando
a mulheres em sua primeira gravidez tranqüilidade e equilíbrio
emocional.
A
enfermeira e obstetriz Rosângela reúne, duas
vezes por ano, turmas de 15 gestantes para passar informações
seguras e sanar dúvidas comuns. As orientações
oferecidas no curso vão desde o esclarecimento de modificações
corporais, como o surgimento da linha negra na barriga, até
os tipos de parto. As questões mais pertinentes para
as alunas, segundo Rosângela Mathias, são as
relacionadas à amamentação, ao parto,
à anestesia e ao primeiro banho. Após uma apresentação
bastante dinâmica, que envolve exibição
de vídeos e slide, Rosângela garante que as mulheres
sentem-se bem mais tranqüilas para encarar o momento
do parto e as sensações do puerpério
(pós-parto).
A
anestesiologia é a única área da medicina
que tem participação no curso oferecido pelo
Cotil. Sob as orientações do médico-anestesista
Clemente Regitano Netto, as cursistas conseguem quebrar os
tabus que envolvem a possibilidade de paralisia, entre outras
inquietações ligadas à anestesia peridural.
A prática de uma alimentação saudável
e adequada para o momento da gestação é
reforçada pela nutricionista Patrícia Milaré
Lonardone.
A realização do curso diminui os riscos de as
mulheres terem de enfrentar os fantasmas da depressão
pós-parto, muitas vezes conseqüente da ansiedade
não-trabalhada durante a gestação. As
mulheres também são instruídas sobre
os cuidados no puerpério, momento em que se recupera
do parto.
A
atividade é realizada com a colaboração
de alunos da 3ª série do curso de enfermagem do
Cotil, orientados por Rosângela. Os grupos são
compostos de pessoas que residem na região de Limeira,
Estado de São Paulo. O projeto também permite
a atualização de informações para
as mães na primeira gravidez e as que demoraram muitos
anos para ter o segundo filho.
O curso tem duração de dois meses. A turma de
maio, segundo a professora Rosângela Mathias, já
está quase fechada. Um novo grupo se formará
para o segundo semestre. O telefone do Departamento de Enfermagem
do Cotil é (019) 440-7188.
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