É
inacreditável que simples rabiscos desenhados com o mouse
num
programa de computador possam controlar sons iguais aos de uma
orquestra. De acordo com especialistas do Núcleo Interdisciplinar
de Comunicação Sonora (Nics) da Unicamp, isso
já é possível graças ao software
Rabisco, um projeto de EAD (Ensino a Distância) que em
breve estará sendo utilizado em escolas de Ensino Fundamental
de Campinas, Rio de Janeiro, Manaus e, posteriormente, do exterior.
A intenção é atingir cerca de 30 mil alunos.
Em
Campinas, o projeto começa em maio, na Escola Aletheia,
com a dupla proposta de aguçar a sensibilidade dos alunos
para o mundo sonoro e ao mesmo tempo entreter. O trabalho faz
parte do Partnership in Global Learning (PGL), financiado pela
Lucent Foundation. Ele foi apresentado na Unicamp no 1o Workshop
on Distance Learning Development and Implementation, em fevereiro
último, e reapresentado no II Encontro do Cocen (Coordenadorias
de Centros e Núcleos da Unicamp), em março. O
Nics estará nessa parceria com outras cinco grandes universidades,
concentrando sua pesquisa na área de exploração
sonora.
Estúdio
virtual O projeto sai do laboratório experimental
para entrar em um ambiente interativo, no qual a criança
poderá discriminar os sons e desenvolver sua criatividade
naturalmente. Ela não precisa ter conhecimento musical.
Basta entrar na Internet, no estúdio virtual do Nics,
para receber orientações on line sobre como agir.
Através
de traçados espontâneos, a criança se expressa
em diferentes combinações sonoras: na vertical
e para cima, os rabiscos tendem a esmaecer, na horizontal e
para a direita, eles ficam mais agudos. É um gesto
sem compromisso, livre. É como definem o criador
do software e coordenador do Nics Jônatas Manzolli,
além da professora de música Adriana Araújo
Mendes.
Uma dúvida que intriga o iniciante é como o desenho
vai gerar som. Manzolli explica que cada linha no computador
é formada por pontinhos que, unidos pelos rabiscos, criam
uma seqüência de notas dentro de uma escala musical,
gerando uma trajetória sonora no mínimo interessante.
O
Rabisco permite a escolha de mais de 120 instrumentos musicais
diferentes. Cada instrumento dá uma interpretação
àqueles rabiscos, que também podem ser reproduzidos
se percorrerem o mesmo trajeto. Ao fazer a leitura deles, o
som voltará ao ponto de origem. Com o passar do tempo,
a criança domina o rabisco e faz associações
que mais se aproximam do som que ela deseja criar. É
importante salientar que o software não tornará
ninguém um músico profissional, mas permitirá
que o aluno saboreie o som e potencialize sua criatividade,
diz Adriana.
O
projeto PGL na Unicamp, onde o Rabisco está inserido,
é coordenado pelo professor Leonardo Mendes, do Departamento
de Comunicação da FEEC. A equipe de desenvolvimento,
além de Manzolli e Adriana, conta com as participações
do estagiário Márcio de Oliveira Costa, do Instituto
de Computação, e da aluna Fabiana Moura Coelho,
do Departamento de Música. O trabalho é árduo,
de acordo com Manzolli, mas foi através de Márcio
que, a partir de uma tela em branco, o Rabisco emplacou com
um efeito gráfico que produziu pela primeira vez um som
interessante.
As escolas que aplicarão o Rabisco estão investigando
a inserção dessa modalidade de EAD na área
de desenho geométrico, arte ou, quem sabe, física,
no tópico de ondas acústicas. O site do Rabisco
é www.nics.unicamp.br/rabisco.
Informações pelo telefone 3788-7770.
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Duas centenas de crianças do Prodecad, Cepre
e Emei da Unicamp participaram do show A Mulher Gigante,
do grupo Cuidado que Mancha, de Porto Alegre, realizado
quinta-feira, dia 26, na Praça da Paz. O grupo
apresentou doze músicas de diversos gêneros,
como frevos, marchas circenses, salsas, baiões
e chacareiras, estilo característico da região
do Rio Grande do Sul. Durante uma hora e meia, as crianças
cantaram as músicas do grupo e participaram das
brincadeiras do grupo.
O
evento contou com a participação de bonecos
durante a interpretação das canções
no palco, e também circularam entre o público,
como a própria Mulher Gigante, figura com mais
de três metros de altura. O grupo Cuidado que
Mancha, criado há três anos, é formado
por Gustavo Finkler (voz e violão), Danielle
Lopes (voz), Sérgio Olivé (teclado) e
Jorge Matte, o Magrão (bateria). O espetáculo
teve direção cênica de Raquel Grabauska
e foi promovido pela Pró-Reitoria de Extensão
e Coordenadoria de Desenvolvimento de Cultural.
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