O primeiro
livor qui eu li foi o curupira ele é legau por que ele defende a forésta
e os animais da forresta e tam bem a quela parte que ele da um susto no casado
(caçador) do joao de barro eu fiquei triste por que a si dade que ele foi
ficou destruida e do neguinho eu fique maguado por que o fazendeiro bateu nele
só por que predeu (perdeu acorida davota de de matar o fazendeiro por
oje é só O
autor do texto é um garoto de treze anos que durante muito tempo foi aluno
de uma escola da rede pública de ensino. Por ter repetido várias
vezes as primeiras séries do ensino fundamental, foi diagnosticado
pela escola na qual estudava de ser portador de dificuldades de aprendizagem.
No entanto, isso parece não proceder, na opinião da professora Geruza
Ferreira de Lima Tanaka, que o classifica apenas como um aluno diferente.
Geruza é autora da dissertação de mestrado O processo
de construção da leitura e da escrita como mediador para a desconstrução
da deficiência, apresentada recentemente ao Instituto de Estudos
da Linguagem (IEL) sob a orientação da professora Maria Laura Trindade
Mayrink-Sabinson. No
estabelecimento de ensino em que estudava, o garoto, hoje com 19 anos, ficou estigmatizado
como um aluno que não tinha competência de absorção
e que era portador de distúrbios neurológicos que o
impediam de aprender. O problema, no entanto, acredita Geruza, certamente não
é do aluno mas da escola. Procurei mostrar que esse garoto é
capaz de ler e produzir textos escritos, embora as instituições
que o acompanhavam escola, psicólogos e médicos o
apontassem com sérias dificuldades de aprendizagem, o que teria motivado
as sucessivas reprovações na escola, assinala Geruza. O
que estimulou a professora Geruza a debruçar-se sobre o assunto foi tomar
conhecimento de que há muitas crianças em situação
semelhante: a repetência escolar. E resolveu investigar, pois havia
ou ainda há um discurso generalizado nos estabelecimentos de ensino
que a criança não aprende porque tem dificuldade e, por isso mesmo,
é que ocorrem as sucessivas repetências. O problema se agrava quando
até os pais passam a acreditar que seus filhos apresentam algum tipo de
patologia, e que a escola é excelente. Diante disso, cheguei à
conclusão de que se havia de fato algo errado isso era com o processo de
ensino dos estabelecimentos educacionais, deduz Geruza. E
aponta alguns problemas que levam a criança a ser vista com problemas que
dificultam o seu aprendizado: o trabalho arcaico desenvolvido pela escola no que
se refere ao ensino, a ênfase na metalinguagem gramatical, que privilegia
as formas gramaticais, os pronomes, os verbos, e, o que possivelmente seja um
dos maiores erros, a ausência da leitura. É evidente que não
estou generalizando todos os estabelecimentos de ensino da região, mas
talvez a grande maioria, assinala a pesquisadora. Geruza
avalia, por exemplo, o conteúdo da carta de uma das professoras do garoto
analisado, encaminhada por solicitação da psicóloga do hospital,
onde o aluno esteve sob acompanhamento em função das dificuldades
escolares. No documento a professora diz que o menino é um aluno
apático e se distrai com facilidade; brinca o tempo inteiro...;
durante a aula escreve pouco, geralmente só o cabeçalho...;
gosta de cantar baixinho e às vezes quer cantar para os colegas;
ele lidera a criançada com suas músicas, não mostrando
timidez... Questiono
as referências negativas veiculadas pela carta, avaliando as impressões
da professora a partir do confronto com informações do próprio
aluno e da sua produção de leitura e de escrita, diz. E acrescenta:
o sujeito analisado realiza reflexões substanciais no processo de
trabalho, lidando com o que já conhece sobre a escrita e busca apropriar-se
da forma exigida pela escola. Pude observar ainda um tom preconceituoso quando
a professora diz as classes foram separadas em turmas forte, médio e fraca.
Pior é que essa professor diz que isso foi um erro porque, como revela,
acabou ficando com os fracos. A professora Geruza acredita contudo que se
o garoto analisado continuasse sendo assistido por ela ou que então o processo
de ensino nas escolas de 1° e 2° graus da rede pública tivesse
mudado, certamente esse menino seria outro e não mais repetiria de
ano, diz.
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Concurso
de monografias O
Centro de Documentação Cultural Alexandre Eulálio (Cedae),
órgão do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), está promovendo
um concurso de monografias, cujo objetivo é estimular a pesquisa em seu
acervo. Esse primeiro concurso destina-se exclusivamente à comunidade acadêmica
da Unicamp. Os
interessados em participar terão até o próximo dia 31 (quarta-feira),
para entregar uma monografia de no máximo vinte páginas que apresente
o resultado de pesquisa sobre documentos, de qualquer tipo, conservados no Cedae.
De acordo com o regulamento, cada participante só poderá concorrer
com apenas um trabalho. Ao
se inscrever no concurso, o candidato deverá apresentar um envelope lacrado
contendo, externamente, o título da monografia, um pseudônimo e a
categoria em que concorre, ou seja, candidatos sem pós-graduação
e candidatos com pós-graduação. Internamente, a monografia
propriamente dita em seis cópias impressas e uma cópia em disquete,
com o pseudônimo do autor e nenhuma outra identificação. Num
outro envelope, lacrado, sem identificação externa, o pseudônimo,
nome verdadeiro do autor, endereço, data de nascimento e breve informação
sobre a sua ligação com a Unicamp (aluno, docente ou funcionário,
unidade em que estuda ou trabalha). Mais
informações: www.unicamp.br/iel, ou pelo telefone 3788.1505
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Cotuca
ministra curso de cuidados de idosos Estarão
abertas de 08 a 10 de outubro (2ª, 3ª e 4ª feira) as inscrições
para o curso Cuidados Básicos de Idosos, a ser realizado no
período de 15 de outubro a 14 de nnovembro no Colégio Técnico
da Unicamp (Cotuca), rua Culto à Ciência, 177. Com carga horária
de 80 horas o curso, fruto de convênio da Secretaria de Emnprego e Relações
do Trabalho do Governo do Estado e apoio da AFPU, é destinado exclusivamente
a auxiliares ou técnicos de Enfermagem. Inscrições no Departamento
de Enfermagem do Hospital das Clínicas com Iraci ou Roberto. Fone 3788
7800. |