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..............Campinas, 08 a 14 de Outubro 2001

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...Tecnologia - pág. 1 ...Inscrições - pág. 7
...Empreendorismo - pág. 2...Oportunidades - pág. 8
...Mestrado - pág. 2...Eventos futuros - pág 8
...Internação - pág. 2...Teses - pág. 8
...Desenvolvimento - pág. 3...Solidariedade e .Palestra - pág. 9
...Integração - pág. 3...Maternidade e .Informática - pág. 10
...Educação e Cultura - pág. 4...Artes Plásticas - pág. 11
...Emfermagem - pág.. 4...Mostra - pág. 11
...Painel da semana- pág. 5...Personagem - pág. 12
...Em dia- pág. 6...Atlestismo - pág. 10
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....ARTES PLÁSTICAS
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Obras em exposição podem ser tocadas

Arte para ser tocada. Aquele impulso que se tem ao contemplar uma obra de arte e acarinhá-la pensando: “Como você é linda”. Se algum leitor já passou por isso e resistiu heroicamente, pode experimentá-lo na exposição de obras em batik e encáustica de Caru Duprat, artista-plástica formada pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo e pós-graduanda em Educação, conhecimento, linguagem e arte na Faculdade de Educação da Unicamp.

A exposição “ Entre cantos e janelas” , homônimo da dissertação, está na galeria de arte até dia 23 de outubro, totalmente aberta ao público. A mostra é composta de 12 quadros em encáustica (cera em madeira) e batik (cera diluída em água) e inclui uma instalação de batik em cortes de seda. “O que me chamou a atenção nesta técnica foi justamente o fato de poder tocar. E a cera. O cheiro da cera sempre me atraiu.”, revela.

A imagem da divisa de Minas e São Paulo está representada nos obras de Duprat. Nas paredes da Galeria de Artes da Unicamp, as musas da artista se revelam tão logo o apreciador olha para os seus quadros. São máquinas antigas, as quais, olhando para elas, é possível imaginar o som do ziguezague de uma antiga máquina de costura; e são as cores de um dia inteiro, representadas nas encáusticas de uma veneziana de Mogi Guaçu (interior de São Paulo) que se abre para enxergar o verde da serra que divide a janela do céu mineiro, bem ao longe, como se fazendo viajar . Em algumas peças, a encáustica e o batik se misturam, quando a máquina antiga pintada por Caru parece estar costurando um corte de seda pintando coma técnica do batik.

As cores do céu e da Terra também estão evidenciadas nos cortes de seda coloridos com batik. Seqüencialmente, as sedas de Caru Duprat refletem as cores do alvorecer, do amanhecer, e assim até o tom azul-escuro da noite.

“Desenho janelas desde que me conheço por gente. A janela ó o próprio significado do quadro. Ter uma janela é Ter um quadro exposto. Entra a luz, e o quadro tem a possibilidade de receber luz. Ambos são portares de luz”, reflete.

A exposição “Entre cantos e janelas” é uma parte do projeto da dissertação de mestrado de Caru Duprat a ser apresentada dia 17 de outubro, às 14 horas, na Faculdade de Educação da Unicamp. O coração da tese é justamente a relação entre a arte e o artesanato; o limite que existe entre os dois. “Eu mesma tive resistência em trabalhar com o batik. É ma técnica indonesiana artesanal”, explica. As mulheres da Indonésia usam o batik como meio de sobrevivência. Duprat explica que o que distancia o artesanato da arte não é simplesmente o fato de compor para vender, pois os dois têm um fim comercial, mas a diferença está em que a obra de arte é feita para apreciação e o artesanato para utilização.

O resultado da dissertação, explica Duprat, é o próprio trabalho apresentado na exposição, no qual a união da técnica artesanal com a expressão artística, e não com a intenção de reprodução, como acontece no artesanato.

Uma forte aliada de Duprat em seu trabalho, r e por que não uma das principais incentivadoras, é a paixão pela fotografia. “ A fotografia ajudou na percepção do olhar, no enquadramento, no contraste.

A proposta apresentada por Duprat em sua dissertação é introduzir o artesanato como expressão artística, pela multiplicidade e pelas possibilidade múltiplas que a arte apresenta.

 

...MOSTRA

 

Coutinho vê amor à arte e pouca renda no cinema

“Faço um tipo de cinema que jamais vai dar dinheiro. Tem gente fazendo cinema achando que pode sobreviver, fazer disso uma indústria. Já estou muito velho para acreditar nisso”. A afirmação é do cineasta, diretor, documentarista e roteirista de cinema Eduardo Coutinho, durante debate com quase 140 alunos da Universidade, como parte da Mostra de Cinema que levou o seu nome realizada de 1 a 5 deste mês, nas dependências do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL).

Tido com um dos mais importantes diretores de cinema — dirigiu O homem que comprou o mundo (1968) e Faustão (1971), entre outros — durante quase duas horas Coutinho conversou com estudantes, respondendo a “quase” todas as perguntas. É que, como disse, “perguntas genéricas não é bom fazer”, pois não se achava com devida competência para determinadas questões enfocadas pelos alunos. Por exemplo: “O que o senhor acha da lei de incentivos a cultura”; “o que o senhor acha do documentário brasileiro...”.

“Mesmo porque faço cinema numa raia totalmente oposta, que nunca que nunca vai ter mercado, que vai ser sempre visto por pouca gente. Mas estou satisfeito com isso. Pelo menos não tenho expectativas frustradas... Se eu tiver dez mil espectadores, é maravilhoso”, argumentou Coutinho, sempre levando a conversa com uma boa dose de humor.

Idealizador do premiado Cabra marcado para morrer (1964), Coutinho contou que teve muitas frustrações com alguns de seus filmes. Como por exemplo com O Fio da navalha (1991) que, como diz, “deu tudo errado com esse filme”, com inúmeras interrupções e constantes retomadas de filmagem, e tantos outros problemas. Revelou ainda que gosta de fazer filmes que “ninguém tá querendo ver, ninguém tá pedindo pra ver, que não tem demanda nenhuma de mercado, ninguém tá interessado. Daí, sinto-me inteiramente livre para, a partir de ninguém, não esperar nada... Eu posso dizer para o financiador ou produtor que estou pensando em fazer um filme que não sei se vai dar dinheiro. Se o cara topar, muito bem, fica maravilhoso”.

O debate de Coutinho foi pontuado de boas tiradas. Como quando disse que “o meu objetivo maior é um dia fazer um filme que certamente não vai dar certo”, provocando risos na platéia. “Um filme sobre o fracasso, a imagem do filme seria a cobra que morde o seu próprio rabo”.

Questionado sobre a teoria geral ficção e o que é documentário, o que é verdade e o que não é, citou o cineasta Godard, um dos principais representantes do movimento do cinema francês nos anos 50: “Dizia que todo grande filme de ficção tende ao documentário, e que todo documentário tende a ficção”.

 

 
 
 

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