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Disciplina
da Unicamp leva
alunos de volta à escola
Isabel
Gardenal
O
Um grupo de professores ligados ao Instituto de Biologia
(IB), Instituto de Matemática, Estatística e Computação
Científica (Imecc), Faculdade de Educação
(FE) e Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM) elaborou,
neste segundo semestre, o projeto multidisciplinar Universidade
e Comunidade: Pesquisa, Ação e Tecnologia, para
ser aplicado à disciplina eletiva Trabalhos Comunitários
(AM 019).
Com
a participação de alunos da graduação
e da pós-graduação da Unicamp, o projeto
foi desenvolvido no Colégio Aníbal de Freitas
como alternativa de atividade acadêmica.
Do jeito que foi planejada, a iniciativa envolve atividades
de extensão universitária, viabilizada pela Pró-Reitoria
de Graduação (PRG) e apoiada pelas Pró-Reitorias
de Pós-Graduação (PRPG) e de Extensão
e Assuntos Comunitários (Preac). Sua proposta é
estabelecer relações entre trabalhos acadêmicos
e comunitários.
A
disciplina conseguiu, nessa primeira experiência, adesão
de cinco alunos da graduação e quatro da pós-graduação,
além de professores vinculados ao Projeto Ciência
na Escola, coordenado pela professora Afira Ripper, da FE. As
atividades abrangeram duas turmas: uma do 2o ano do Ensino Médio
e uma da 5a série do Ensino Fundamental.
De
acordo com Vera Lucia Xavier Figueiredo uma das coordenadoras
da disciplina e professora do Imecc , a abordagem em sala
de aula foi temática, destacando a importância
da água nas disciplinas de biologia, química,
matemática, geografia e sociologia, em reuniões
semanais que contaram com sugestões de professores do
colégio. Decidimos não levar simplesmente
um projeto da Universidade para a escola, ao contrário,
conhecer as necessidades e estudar com os alunos suas dificuldades,
explica Vera Lucia.
Encerrada
a primeira fase do projeto, os alunos da Unicamp estão
no momento orientando os alunos do Aníbal de Freitas
na realização de uma monografia. A intenção
é construir uma página na Internet sobre o Projeto
Ciência na Escola, a partir dos textos produzidos em classe.
No próximo semestre, esperamos maior número
de alunos dessa disciplina auxiliando no projeto, afirma
a professora Vera Lucia.
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Dignidade
e Transgressão Mulheres no Tribunal Eclesiástico
em Minas Gerais (1748-1839)
Autora: Marilda Santana da Silva
Editora da Unicamp e CMU-Publicações
Depois de meticulosa investigação, a autora, professora
Marilda Santana da Silva, revela o quadro de punições
a que as mulheres coloniais estavam sujeitas, por não
seguirem estritamente o código moral católico.
Os documentos do Tribunal Eclesiástico, instalado em
Minas Gerais em 1745, foram a base da investigação
de Marilda. De maneira incoerente, de acordo com observações
do professor Renato Pinto Venancio, a mesma instituição
repressiva permitiu que as mulheres, quase todas livres e não
escravas, figurassem como autoras de processos.
A violência à mulher já existia naquela
época e, aos poucos, o leitor pode descobrir como eram
as estratégias femininas para conter a violência
masculina, utilizando para isso a própria legislação
misógina, que nutria desprezo e aversão às
mulheres. Ao revelar essa multiplicidade do passado feminino,
a autora conclui que o futuro da mulher é múltiplo
e que nele também se travará essa complexa luta
entre a sujeição e a liberdade feminina.
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Os
Vivos e os Mortos na América Portuguesa da antropologia
à água do batismo
Autor: Glória Kok
Editora da Unicamp
O
livro, um trabalho que fica entre a história e a antropologia,
analisa os vínculos que índios e jesuítas
estabeleceram com o mundo sobrenatural, na América portuguesa.
Tendo como base extenso volume de cartas e relatos de cronistas,
viajantes e missionários, mas recorrendo também
a textos de historiadores e antropólogos contemporâneos,
Glória Kok traça um quadro das disputas simbólicas
em torno do sobrenatural, na América portuguesa, a partir
da chegada dos jesuítas em 1549. Enquanto para os Tupi-Guarani
o morrer assinalava o momento de passagem definitiva para o
plano coletivo um coletivo indiviso , para o cristão
a morte implicava na recompensa ou castigo pelos atos cometidos
em vida, cuja responsabilidade recaía exclusivamente
sobre o indivíduo. Uma das conclusões a que a
autora chegou é a de que desse cruzamento de concepções
e práticas contraditórias, emergiu um campo de
tensões e disputas simbólicas que estruturaram
a história e o imaginário do povo brasileiro.
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Mulher,
Mulheres Identidade, diferença e desigualdade
na relação entre patroas e empregadas
Autora: Suely Kofes
Editora: Ed. Unicamp
O
livro é resultado de uma longa pesquisa para a tese de
doutorado da autora, livre-docente do Departamento de Antropologia
do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da
Unicamp. A obra aborda detalhadamente a relação
patroas/empregadas domésticas. A discussão é
ampliada quando a tese de Suely Kofes investiga questões
como identidade, diferença e desigualdade. O contexto
é marcado pela organização familiar e unidade
doméstica e o das relações de trabalho.
A análise do contexto de algumas noções
ser humano, pessoa, profissional e amiga, por exemplo
utilizadas por patroas e domésticas ao falarem
uma das outras indicaria quais os possíveis lances do
jogo entre diferença e identidade (e aspiração
de igualdade), assim como os constrangimentos estruturais postos
aos sujeitos nessa relação, dados pelas desigualdades
e identidades.
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