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Unicamp
abre as portas para jovens sem-terra
Antonio
Roberto Fava
A
Unicamp realiza, de 27 deste mês a 6 de fevereiro, no
Ginásio de Esportes da Universidade, o 4° Curso sobre
Realidade Brasileira para Jovens do Meio Rural. Na semana passada,
o Reitor Hermano Tavares, juntamente com os Pró-reitores
de Desenvolvimento Universitário, Alvaro Crósta,
e de Extensão Universitária, Roberto Teixeira
Mendes, reuniram-se reitor com líderes do Movimento dos
Sem-Terra. O objetivo do encontro foi estruturar e avaliar diretrizes
para a realização do curso.
Entre
os representantes do MST estavam Adelar Pizetta, da região
do Espírito Santo, e coordenador do setor de Formação
do MST e da escola Nacional Florestan Fernandes; João
Rodrigues, funcionário da Escola Florestan Fernandes;
Gilmar Mauro, da direção Nacional do MST, e Cláudia
Praxedes, também da direção do Movimento.
O evento deve reunir na Universidade aproximadamente 1.200 jovens,
com idade média de vinte anos, que vivem em assentamentos
das mais diversas regiões do Brasil. A principal proposta
do curso que tem a participação de professores
da Unicamp e de outras universidades brasileiras, além
de autoridades ligadas ao trabalho dos sem-terra é
proporcionar a esses jovens uma visão global sobre a
realidade do país em que vivem, de forma a ampliar o
seu universo de conhecimentos.
Para
isso, participarão de palestras sobre os mais importantes
temas como a questão agrária no Brasil, mudanças
atuais no mundo do trabalho agrícola e industrial. Terão
noções ainda sobre a situação política
atual do Brasil e os desafios na construção do
projeto popular, assim como a atuação do MST e
da juventude do campo; o papel e o poder dos meios de comunicação
na sociedade atual, música e alienação.
Terão informações gerais sobre sexualidade
e as doenças sexualmente transmissíveis, entre
tantos outros assuntos que deverão ser abordados ao longo
de dez dias de curso.
O
tema de abertura, A questão agrária no Brasil:
reforma agrária e movimentos camponeses, na segunda-feira
(28), será enfocado pelo líder do Movimento dos
Sem-Terra, João Stédile. No período da
tarde, o ex-padre e escritor, Frei Beto, proferirá palestra
sobre Os novos valores, a importância do estudo e da militância
jovem. O encontro não vai tratar apenas de assuntos reflexivos.
Na noite de segunda-feira, por exemplo, haverá um evento
especial: Solidariedade ao Povo Cubano e Latino, que terá
a apresentação da cantora Juliana Caymmi. E não
é só: nos dias subsequentes estão agendadas
apresentações da Orquestra de Viola Caipira de
Campinas, com a participação de Ivan Vilela, professor
de viola do Instituto de Artes da Unicamp, e da Orquestra Sinfônica
da Unicamp.
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A
façanha de Negrete e Raineri
João
Maurício Rosa
Às
21h25 do segundo dia de janeiro de 2002, os alpinistas Vitor
Negrete e Rodrigo Raineri, tornaram-se os primeiros brasileiros
a galgar os 6.962 metros do Pico do Aconcágua pela Face
Sul, o lado mais complicado da maior montanha da América
Latina e segunda maior do mundo depois do Everest, de 8.848
metros.
A
façanha inédita rendeu um desfile pelas ruas no
carro do Corpo de Bombeiros um reconhecimento da Prefeitura
de Campinas - e uma homenagem da reitoria da Unicamp, onde Vitor,
de 32 anos, é mestre e pesquisador da Faculdade de Engenharia
de Alimentos (FEA) e Rodrigo, 34, formou-se pela Faculdade de
Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC).
Ambas as solenidades ocorreram no dia 10 de janeiro e não
faltaram razões para que fossem recebidos como heróis.
Desde 1926, quando um desafiante austríaco morreu no
Aconcágua, 99 alpinistas já deixaram suas vidas
ali.
E
70% das mortes ocorreram na face noroeste, considerada a via
normal da escalada. Entre as vítimas face Sul estão
três brasileiros que morreram congelados em 1998, um deles
Mozart Catão, primeiro brasileiro a conquistar o cume
do Monte Everest.
Muito
nos orgulha este feito destes dois jovens formados nesta Universidade,
elogiou o reitor Hermano Tavares na solenidade realizada em
seu gabinete com a presença de professores, diretores
e alunos da FEA e da FEEC que foram cumprimentar a dupla.
Vitor
e Rodrigo, porém, ainda não estão satisfeitos
com a façanha. Já anunciaram que o próximo
objetivo é galgar o Everest, chamado de teto do
mundo, entre o Nepal e o Tibete.
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