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A
Unicamp acaba de tomar uma medida administrativa inédita
para a prevenção da dengue na comunidade interna:
eliminar, nos campi, os criadouros do mosquito Aedes aegypti,
transmissor da doença. Além de reforçar
a busca por criadouros, formados pela água da chuva nas
áreas externas, a medida visa ainda eliminar outro foco
importante: as plantas aquáticas, pratos ou bandejas
coletores de água instalados sob vasos maiores de flores
e plantas.
Portaria
nesse sentido foi assinada recentemente pelo reitor Hermano
Tavares, que institui a Comissão de Controle Permanente
da Dengue. Essa comissão tem a participação
de representantes do Cecom, Prefeitura do Campus e docentes
do Instituto de Biologia (IB) e da Faculdade de Ciências
Médicas (FCM). O trabalho de coleta de larvas do mosquito
em armadilhas, em andamento há cerca de dois meses, está
sendo executado por quatro alunos, bolsistas do SAE, de diversas
áreas, monitorados pelo professor Carlos Fernando Andrade,
do Instituto de Biologia.
Para
que a iniciativa tenha sucesso, é preciso que, de um
modo geral, toda a comunidade interna do campus mude de hábito
e passe a fiscalizar os próprios ambientes de trabalho.
Mesmo porque são muito comuns nas salas, gabinetes,
laboratórios e corredores de unidades a existência
de recipientes, plantas e objetos visivelmente transformados
em criadouros do vetor da dengue, segundo observações
do professor Andrade.
A
eliminação do mosquito só vai ser possível
com o absoluto controle do ambiente interno das unidades durante
o ano inteiro, para que se possa evitar que haja surto da doença,
reforça Edison Bueno, coordenador do Cecom e professor
de Medicina Preventiva da FCM.
A
dengue é um problema que se acentua principalmente nesta
época do ano, no verão, entre dezembro e março,
quando o volume de chuva é maior. E num ambiente como
o campus de Barão Geraldo, o risco torna-se ainda mais
freqüente porque circulam cerca de 30 mil pessoas por dia
entre servidores, alunos e professores. E mais: há
ainda o Pronto Socorro do hospital, que recebe pessoas de diversos
Estados do país, originadas muitas vezes de regiões
onde as epidemias são constantes e que podem vir para
cá já contaminadas, explica Bueno. São
fatores que por si só justificam atenção
redobrada da Universidade, explica.
Para
isso, os estudantes, juntamente com funcionários do Parque
Ecológico, estão instalando 40 armadilhas pelo
campus para monitorar a presença do mosquito Aedes aegypti
e desenvolver análise e controle do grau de risco de
ocorrer uma epidemia. Essas armadilhas, feitas de pneus de carro,
são recipientes com água limpa e parada, onde
o inseto se reproduz. O controle deve ocorrer em toda a extensão
do campus de forma a ampliar o processo de monitoramento do
mosquito, num sistema mútuo de cooperação
entre a Unicamp e comunidade interna.
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Mosquisto
é agente transmissor
A
dengue é uma doença infecciosa
causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti. Existem três formas clínicas da doença:
a dengue clássica, a hemorrágica e a síndrome
de choque da dengue. Na forma clássica, a doença
provoca fortes dores de cabeça, febre alta, mal-estar,
dores musculares, erupção e manchas avermelhadas
espalhadas pelo corpo, além de comprometimento das vias
aéreas superiores e aumento das glândulas linfáticas.
A dengue hemorrágica causa, ainda, hemorragias intestinais,
cutâneas e cerebrais, e muitas vezes é fatal. Essa
forma de infecção, segundo Bueno, ocorre quando
a pessoa já teve a doença e é reinfectada
por um dos outros tipos de vírus.
Não há vacina contra o dengue, e a forma mais
eficaz de prevenção são os inseticidas
não muito aconselhável e a eliminação
de focos de água parada, onde o mosquito transmissor
costuma se reproduzir.
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A
PORTARIA
Portaria
GR n° 084/2001
O Reitor
da Unicamp, considerando:
- A incidência de casos de dengue na região de
Campinas, no Estado de São Paulo e em locais de intercâmbio
e atividades de pesquisa de alunos e docentes;
- A ocorrência de casos da doença e a detecção
do vetor nos campi da Unicamp;
- A proximidade da estação de chuvas, quando a
proliferação de vetores aumenta;
Determina que:
1 - Fica proibida a existência de recipientes, plantas
ou quaisquer objetos que possam se tornar criadouros dos vetores
da Dengue tanto no ambiente interno quanto externo das unidades
dos campi;
2 - Ficam designados como responsáveis pelo controle
da eliminação de criadouros nas unidades os seus
respectivos diretores/coordenadores;
3 - Ficam desde já designados para o trabalho de rastreamento
dos ambientes interno e externo das unidades os servidores pertencentes
à CIPA, SEESMT, Cecom e prefeitura do campus que, para
tanto, deverão receber treinamento adequado;
4 - A criação da Comissão Permanente de
Controle da Dengue na Unicamp, composta por: Coordenador do
Cecom, Prefeito do Campus, um docente do IB e um docente da
FCM ligados ao assunto.
Cidade Universitária Zeferino Vaz, 23.10.2001
Prof. Dr. Hermano Tavares
Reitor
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