O milésimo
transplante renal
O
Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp já ultrapassou a marca de 1.000
transplantes renais, um feito raro entre os serviços existentes. De acordo
com o nefrologista Gentil Alves Filho, chefe da Unidade de Transplante Renal,
menos de 50 centros no mundo desenvolvem atividades transplantadoras semelhantes
às da Universidade. O urologista Adriano Fregonesi, responsável
pela Central de Captação de Órgãos, informa que o
HC é a unidade que, percentualmente, mais realiza transplantes com doador-cadáver
aquele que passa por um trauma craniano, derrame cerebral ou outra causa
que leve à morte encefálica , emparelhando constantemente
com os principais centros que fazem transplantes de rim no Brasil, além
de encabeçar campanhas para elevar o número de doações.
O
milésimo transplante não apenas indica que o setor ocupa um espaço
relevante nacionalmente, como demonstra o grande potencial a desenvolver: só
no ano passado atingimos 109 transplantes renais, o maior número alcançado
até hoje na Unicamp. Atribuo o sucesso ao esforço conjunto entre
a Urologia e a Nefrologia, comemora o urologista Wagner Matheus, membro
da equipe de transplantes do HC. No Estado de São Paulo, aproximadamente
7.000 pessoas estão na fila por transplantes. A Unicamp tem capacidade
para atender a aproximadamente 1.800. Na lista ativa, atualmente, 500 pacientes
encontram-se aptos a receber um órgão de doador-cadáver,
mas o tempo médio de espera é de quatro anos. Dos transplantes realizados,
em 90% dos casos os pacientes apresentam sobrevida de 1 ano, índice que
desce para 60% no prazo de dez anos. Novas
drogas A Disciplina de Nefrologia possui um centro de alta capacidade
para testar novas drogas imunossupressoras, que podem controlar rejeições
agudas/crônicas e diminuir os efeitos colaterais. No momento, estão
em fase de experimentação dois medicamentos: everolimus e FTY, associados
à ciclosporina, um tratamento para esses casos. Para aprimorar a qualidade
dos serviços oferecidos pelo HC, o Setor de Transplantes está colocando
em funcionamento o Centro de Pós-Operatório de Órgãos.
Servidores
da região vão dispor de novos procedimentos médicos Os
servidores públicos estaduais da região de Campinas poderão,
em breve, realizar na Unicamp alguns procedimentos médicos hoje só
disponíveis no Hospital do Servidor Público em São Paulo.
O
atendimento aos servidores estatutários do Estado será possível
graças a um convênio assinado no dia 18 de abril entre a Unicamp
e o Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público
Estadual). Atualmente, este órgão não possui nenhum equipamento
hospitalar para atendimento em Campinas ou região. Toda a sua estrutura
está concentrada hoje no Hospital do Servidor em São Paulo ou no
Ceama (Centro de Atendimento Médico Ambulatorial) de Campinas. Os
servidores estaduais têm sido atendidos na rede pública por intermédio
do SUS ou por meio de convênios com a rede privada, explicou o médico
Roberto Teixeira Mendes. A própria Unicamp atende uma média mensal
de 2,5 mil beneficiários do Iamspe, entre funcionários e docentes
estatutários, sem qualquer ressarcimento. Teixeira
informa que o convênio, inicialmente cobrindo o atendimento feito no Cecom,
poderá aos poucos ser ampliado para todas as unidades do Complexo Hospitalar
da Unicamp (Hospital de Clínicas, Gastrocentro, Hemocentro e Caism) desde
que não haja prejuízos para os beneficiários do SUS. Para
tanto, os diretores destes órgãos deverão definir quais atividades
poderão ser disponibilizadas ao Iamspe. Atualmente,
o Cecom tem trabalhado apenas com o orçamento da Unicamp, pois o repasse
do SUS foi extinto após a municipalização do serviço
de saúde. A partir do convênio com o Iamspe, haverá um aporte
de recursos ainda não definido que permitirá a melhoria do atendimento.
O atendimento ao público interno da Unicamp abrange cerca de cinco
mil pessoas entre professores, servidores e alunos. O
convênio geral com o Iamspe será ampliado assim que todas as unidades
do Complexo Hospitalar concluírem estudos sobre sua capacidade de oferta
de serviços. Os hospitais avaliarão quantas consultas, exames
ou cirurgias podem atender sem prejuízo aos beneficiários do SUS
e as apresentarão ao Iamspe, explica Teixeira. O
instituto, por sua vez, irá avaliar qual é a sua capacidade de ressarcimento
pelos atendimentos realizados nos hospitais. Segundo estimativas do coordenador
do Cecom, Edson Abreu, existem cerca de 200 mil servidores estaduais na região
metropolitana de Campinas. Assim que os hospitais iniciarem o atendimento do Iamspe,
o Ceama será a porta de entrada para os funcionários estaduais não
são da Unicamp. |