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O
que o SUS tem a comemorar ?
Antonio
Roaberto Fava
O
Sistema Único de Saúde (SUS) está completando
doze anos. O Departamento de Medicina Preventiva e Social da
Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp,
não com o mero propósito de comemorar a data,
realizou na última sexta-feira, dia 19, em seu auditório,
o Seminário 12 Anos do SUS, com o objetivo de discutir
e avaliar os avanços e problemas de eficiência
do sistema.
Para
a professora Ana Maria Segal, coordenadora do Departamento de
Medicina Preventiva e Social, havia importantes razões
para que o evento fosse realizado na Unicamp. Historicamente,
a Universidade sempre apoiou a consolidação de
um processo para formulação de políticas
de saúde do país. O seminário permitiu
não só um balanço do que aconteceu desde
a Constituição de 88, quando foram estabelecidas
as diretrizes básicas de uma política nacional
que culminou com a ampliação do SUS: pretendeu
buscar respostas para tornar o sistema ainda mais eficaz e abrangente.
Participaram
do encontro os professores Mário Saad, diretor da FCM,
Roberto Teixeira Mendes, pró-reitor de Extensão,
Nelson Rodrigues dos Santos, do Departamento de Medicina Preventiva
e Social, Gastão Wagner de Souza Santos, secretário
municipal de Saúde, Antonio Ivo, diretor da Escola de
Governo da Escola Nacional de Saúde Pública, José
Carlos Silva, da Secretaria de Saúde de Campinas, Sigisfredo
Brenelli, coordenador da Comissão de Ensino da FCM, Aloísio
Mercadante, deputado federal, e Cláudio Duarte, do Ministério
da Saúde.
A
implementação do SUS, de acordo com Ana Maria,
significou um aumento considerável na cobertura das ações
de saúde em todos os níveis, desde a atenção
primária, dos centros e postos de saúde, até
o acesso da população ao atendimento hospitalar
com importante crescimento do número de leitos
e melhor organização da assistência.
Uma evolução que permitiu contemplar os chamados
óbitos evitáveis. Por exemplo, a redução
da mortalidade infantil verificada nas últimas décadas.
No início dos anos 80, o Brasil registrou em torno de
80 óbitos por mil crianças nascidas vivas. Hoje
esse índice está reduzido a 30 óbitos por
mil crianças, observa Ana Maria. No entanto, trata-se
de um índice ainda considerado elevado, seis vezes maior
que a mortalidade no Japão e Estados Unidos.
Além
dos recursos provindos do SUS, outro fato que contribuiu para
a melhora do foi a urbanização acelerada na década
de 70, que acabou colocando a população mais próxima
dos recursos de saúde, melhorando-se o atendimento em
hospitais, centros e postos de saúde. Mas pode-se
verificar que há países da América Latina
muito mais pobres do que o Brasil, cujo índice de mortalidade
infantil curiosamente é menor, como na Argentina, Venezuela,
Colômbia e Uruguai, informa a professora. A causa
é a desigualdade social no País. Em Campinas,
a média é de 12 óbitos para cada mil crianças
nascidas vivas, ao passo que em outras regiões brasileiras
o índice é de 80 para cada mil nascidos vivos.
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Prédio
vai abrigar unidade de transplante
Uma
prece de ação de graças ministrada pelo
capelão do
Hospital das Clínicas da Unicamp, padre Norberto, deu
início à solenidade de inauguração
do bloco D da unidade, dia 15 de abril: Que o novo espaço
seja fonte de vida e de saúde. Originalmente pensado
para ampliação de leitos do Pronto-Socorro e para
abrigar uma unidade de atendimento a queimados, o prédio
será destinado à Unidade de Transplantes do HC
e brevemente a uma Unidade de Terapia Semi-Intensiva, segundo
o superintendente Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva.
A idéia é centralizar o serviço de transplante
em um só local.
As
obras foram viabilizadas com recursos do Ministério da
Saúde: exatos R$ 2.352.616,00. O investimento faz parte
de um programa do Ministério de apoio a obras para complexos
hospitalares. A iniciativa visa ao fortalecimento do Sistema
Único de Saúde.
Segundo
o superintendente, a nova área, abrigando 44 leitos (15
para transplante e 29 para tratamento semi-intensivo), amplia
em 7% a capacidade de leitos do HC, que hoje atende um total
de 403 pacientes. A proposta é oferecer tratamento pós-operatório
não só a transplantados, mas também a doadores,
que são pacientes viáveis. Para Silva, a finalização
das obras do bloco D, que há muitos anos já fazia
parte do projeto arquitetônico do hospital, contribui
para a organização da procura de órgãos.
Para ele, além de ampliar a área física,
o investimento em uma unidade específica qualifica o
atendimento.
A
entrada em funcionamento da unidade só depende agora
da licitação para a compra de equipamentos e de
remanejamento e contratação de profissionais.
De acordo com o coordenador Luiz Sérgio Leonardi, a proposta
é montar a Unidade de Transplantes com equipamentos da
mais alta qualidade. Para ele, o investimento nesta área
qualifica melhor a assistência médica, o ensino,
a pesquisa e permite dar um bom atendimento à população
que tanto carece disso. (M.A.C)
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