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..............Campinas, 22 a 29 de abril de 2002

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ARTE

 

Teatro dos oprimidos

Ani Seixas

Tudo começou com um trabalho de estética teatral. Alguns alunos do curso de Artes Cênicas, interessados em conhecer a forma de viver e de ser dos moradores de rua, procuraram a Casa dos Amigos São Francisco de Assis, entidade de assistência aos que vivem no relento em Campinas. A idéia era coletar material para uma pesquisa de iniciação científica sob orientação do Grupo Lume. E este contato, iniciado em 2000, iria muito além do superficial.

A música foi a linguagem ideal encontrada para promover a aproximação entre os estudantes – jovens curiosos – e moradores de rua – então desconfiados. De um encontro a outro ia aumentando a descontração e o envolvimento. E aqueles andarilhos foram se revelando poetas, músicos, contadores de história, manifestantes das culturas de várias regiões do país.

Surgiu um universo de informações que despertou o interesse por um trabalho mais aprofundado e complexo. O orientador Sandro Tonso, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), trouxe para o grupo inicial alunos de outras unidades da Unicamp, tornando a equipe multidisciplinar. Ao mesmo tempo, eles conheceram o trabalho de Augusto Boal, o Teatro do Oprimido, cuja tônica é a contestação político-social.

“A cena traz sempre uma situação de opressão, onde tentamos ver como o oprimido pode agir para resolver a questão. O opressor nunca vai resolver, quem busca alternativas é sempre a vítima. É assim que funciona o Teatro do Oprimido”, afirma Alice Possani, 22 anos, atriz do grupo Matula.

O teatro faz parte do projeto Arte e Exclusão Social. Dentro dessa proposta, entre 8 e 14 de abril, ocorreu na Unicamp o evento “Se Essa Rua Fosse Nossa”, uma semana de reflexões sobre arte, morador de rua e extensão universitária, com temas voltados ao cotidiano dos protagonistas (oprimidos): família, álcool, drogas, polícia, religião, violência das ruas.

“Na rua, a única coisa que se tem é liberdade. Quem tem algum dinheiro, paga uma pensão; se não, dorme em cima de papelão. O teatro trouxe benefícios para nós, como alegria, dignidade e a vontade de viver que havia sido perdida”, afirma José Luiz Dentini, morador de rua.

O grupo da Casa dos Amigos São Francisco de Assis prepara para os próximos meses uma peça de autoria própria, “Vou Brincar com Você”, uma forma de agradecimento aos alunos da Unicamp. “Nós queremos devolver a elas o que deram para nós”, promete José Luiz..

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Sobre a natureza

Pedras, tão esdrúxulas vocês são
São lindas, me comovem e fazem chorar
Eu não sabia que vocês caminhavam
Que vocês desatavam e entrelaçavam
Pedras, como a natureza foi tão caprichosa com vocês, Que esculpiu de uma forma indescritível São lindas como as cataratas do Iguaçu
Em Vila Velha ou lá no longínquo Tibet,
Onde tem o Everest, onde tua imponência está
Ou aqui na cordilheira dos Andes
Onde você é fascinante e perigosa ao mesmo tempo.
Mas os paus que vocês escoram são muito importantes na minha vida,
Do pau que é o alimento que vai me sustentar,
O remédio para me curar
Minha maquiagem para me pintar
Do pau e pedra só peço desculpas a você
pelos meus irmãos que tentaram te matar.
Pau pedra, pedra e pau.


José Luiz Dentini



FUTEBOL



Time do almoxarifado do HC/Funcamp é show de bola

O Serviço de Almoxarifado do HC, além de ser reconhecido pelo seu mérito, agora tem se destacado nas atividades esportivas fora do trabalho. Como prova disso, os vários troféus e medalhas que o time Funcamp de futebol society e de salão já abocanhou e que podem ser vistos nas dependências da Diretoria do Almoxarifado.

Ao longo desses sete anos, as vitórias têm sido uma constante. Entre os títulos mais importantes, destaca-se, no society, o troféu Zumbi dos Palmares, com um tricampeonato de 1999 a 2001. No futebol de salão, taça de campeão do Seaac (Sindicato dos Empregados Agentes Autônomos do Comércio) em 2001, e bicampeonato do CAF, extinto Centro de Apoio ao Funcionário, em 1996 e 1997.

“Nosso objetivo é somente o de promover a integração entre colegas fora do local de trabalho”, garante Cidamar Marques de Ávila, diretor do Almoxarifado. “Garra e persistência são ingredientes que não faltam à nossa equipe”, diz Valdecir de Oliveira, responsável pelo time Funcamp de futebol e encarregado do estoque de material consignado do Centro Cirúrgico.

Durante as temporadas, três jogadores se alternam na artilharia: Ricardo Tozzo da Silva, 24 anos, encarregado de recebimento de materiais e ex-jogador da categoria de base da Ponte Preta; Rafael Scapini de Almeida, 19 anos, auxiliar administrativo e ex-jogador da categoria de base do Corinthians; e Fábio Thomaz Alves, 34 anos, auxiliar de planejamento. Um bom trabalho de defesa, segundo Valdecir, é desempenhado pelo goleiro Rodrigo César Barbosa (Nauê), 22 anos, auxiliar de almoxarifado e que também já jogou na categoria de base da Ponte Preta.

Como as mulheres do setor ainda não têm time formado, elas preferem, por enquanto, atuar como torcida organizada dos homens. Mas já cobram a torcida masculina quando sua equipe estiver fechada.(I.G.).