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Teatro
dos oprimidos
Ani
Seixas
Tudo
começou com um trabalho de estética teatral. Alguns
alunos do curso de Artes Cênicas, interessados em conhecer
a forma de viver e de ser dos moradores de rua, procuraram a
Casa dos Amigos São Francisco de Assis, entidade de assistência
aos que vivem no relento em Campinas. A idéia era coletar
material para uma pesquisa de iniciação científica
sob orientação do Grupo Lume. E este contato,
iniciado em 2000, iria muito além do superficial.
A
música foi a linguagem ideal encontrada para promover
a aproximação entre os estudantes jovens
curiosos e moradores de rua então desconfiados.
De um encontro a outro ia aumentando a descontração
e o envolvimento. E aqueles andarilhos foram se revelando poetas,
músicos, contadores de história, manifestantes
das culturas de várias regiões do país.
Surgiu
um universo de informações que despertou o interesse
por um trabalho mais aprofundado e complexo. O orientador Sandro
Tonso, da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários (Preac), trouxe para o grupo inicial alunos
de outras unidades da Unicamp, tornando a equipe multidisciplinar.
Ao mesmo tempo, eles conheceram o trabalho de Augusto Boal,
o Teatro do Oprimido, cuja tônica é a contestação
político-social.
A
cena traz sempre uma situação de opressão,
onde tentamos ver como o oprimido pode agir para resolver a
questão. O opressor nunca vai resolver, quem busca alternativas
é sempre a vítima. É assim que funciona
o Teatro do Oprimido, afirma Alice Possani, 22 anos, atriz
do grupo Matula.
O
teatro faz parte do projeto Arte e Exclusão Social. Dentro
dessa proposta, entre 8 e 14 de abril, ocorreu na Unicamp o
evento Se Essa Rua Fosse Nossa, uma semana de reflexões
sobre arte, morador de rua e extensão universitária,
com temas voltados ao cotidiano dos protagonistas (oprimidos):
família, álcool, drogas, polícia, religião,
violência das ruas.
Na
rua, a única coisa que se tem é liberdade. Quem
tem algum dinheiro, paga uma pensão; se não, dorme
em cima de papelão. O teatro trouxe benefícios
para nós, como alegria, dignidade e a vontade de viver
que havia sido perdida, afirma José Luiz Dentini,
morador de rua.
O
grupo da Casa dos Amigos São Francisco de Assis prepara
para os próximos meses uma peça de autoria própria,
Vou Brincar com Você, uma forma de agradecimento
aos alunos da Unicamp. Nós queremos devolver a
elas o que deram para nós, promete José
Luiz..
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Sobre
a natureza
Pedras,
tão esdrúxulas vocês são
São lindas, me comovem e fazem chorar
Eu não sabia que vocês caminhavam
Que vocês desatavam e entrelaçavam
Pedras, como a natureza foi tão caprichosa com vocês,
Que esculpiu de uma forma indescritível São
lindas como as cataratas do Iguaçu
Em Vila Velha ou lá no longínquo Tibet,
Onde tem o Everest, onde tua imponência está
Ou aqui na cordilheira dos Andes
Onde você é fascinante e perigosa ao mesmo tempo.
Mas os paus que vocês escoram são muito importantes
na minha vida,
Do pau que é o alimento que vai me sustentar,
O remédio para me curar
Minha maquiagem para me pintar
Do pau e pedra só peço desculpas a você
pelos meus irmãos que tentaram te matar.
Pau pedra, pedra e pau.
José Luiz Dentini
Time do almoxarifado do HC/Funcamp é show de bola
O
Serviço de Almoxarifado do HC, além de ser reconhecido
pelo seu mérito, agora tem se destacado nas atividades
esportivas fora do trabalho. Como prova disso, os vários
troféus e medalhas que o time Funcamp de futebol society
e de salão já abocanhou e que podem ser vistos
nas dependências da Diretoria do Almoxarifado.
Ao
longo desses sete anos, as vitórias têm sido uma
constante. Entre os títulos mais importantes, destaca-se,
no society, o troféu Zumbi dos Palmares, com um tricampeonato
de 1999 a 2001. No futebol de salão, taça de campeão
do Seaac (Sindicato dos Empregados Agentes Autônomos do
Comércio) em 2001, e bicampeonato do CAF, extinto Centro
de Apoio ao Funcionário, em 1996 e 1997.
Nosso
objetivo é somente o de promover a integração
entre colegas fora do local de trabalho, garante Cidamar
Marques de Ávila, diretor do Almoxarifado. Garra
e persistência são ingredientes que não
faltam à nossa equipe, diz Valdecir de Oliveira,
responsável pelo time Funcamp de futebol e encarregado
do estoque de material consignado do Centro Cirúrgico.
Durante
as temporadas, três jogadores se alternam na artilharia:
Ricardo Tozzo da Silva, 24 anos, encarregado de recebimento
de materiais e ex-jogador da categoria de base da Ponte Preta;
Rafael Scapini de Almeida, 19 anos, auxiliar administrativo
e ex-jogador da categoria de base do Corinthians; e Fábio
Thomaz Alves, 34 anos, auxiliar de planejamento. Um bom trabalho
de defesa, segundo Valdecir, é desempenhado pelo goleiro
Rodrigo César Barbosa (Nauê), 22 anos, auxiliar
de almoxarifado e que também já jogou na categoria
de base da Ponte Preta.
Como
as mulheres do setor ainda não têm time formado,
elas preferem, por enquanto, atuar como torcida organizada dos
homens. Mas já cobram a torcida masculina quando sua
equipe estiver fechada.(I.G.).
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