Nova carreira tem calendário definido
Raquel do Carmo Santos
Em reuniãio realizada no último dia 14, com os diretores das unidades de ensino e pesquisa da Unicamp, o vice-reitor José Tadeu Jorge anunciou o projeto de revisão do Plano de Cargos, Vencimentos e Salários (PCVS) e a retomada do Plano de Certificação das unidades. Em outra reunião, realizada no dia 20, foi a vez das representações das Comissões Setoriais (CSAs) receberem as informações e o cronograma de atividades. Uma vez cumpridas todas as fases do calendário proposto, o PCVS, já revisado, deve ser votado pela Câmara de Administração (CAD), provavelmente, em dezembro deste ano. Os meses de julho e agosto serão reservados para a discussão ampla do plano atual no âmbito da Universidade. O vice-reitor destacou a importância de se utilizar "todas as instâncias institucionais para promover uma discussão aberta e transparente". Ele indica, inclusive, que a entrega das propostas das unidades/órgãos sejam realizadas em audiências públicas, abertas para quem demonstrar interesse em participar. "Esperamos um debate bastante participativo."
Outro detalhe importante é com relação aos comentários apontados. Estes devem conter uma justificativa. A identificação de um erro, por exemplo, deverá estar acompanhada de uma sugestão viável para que o problema seja solucionado. "Se algum ponto do atual plano for considerado errado, é preciso dizer como é o certo; se algo está ruim, é necessário sugerir como melhorar", esclarece o vice-reitor. Ele lembra que a discussão deve girar em torno da estrutura da carreira e não em virtude de casos individuais. Esses assuntos não serão contemplados nesta fase da revisão. No calendário constam, ainda, sugestões de datas para a realização das reuniões, nas unidades/órgãos, a partir do dia 15 de julho.
Até 30 de setembro, um grupo de trabalho, já designado pelo reitor, realizará a sistematização das propostas e elaboração de um projeto inicial a partir dos comentários enviados pelas unidades/órgãos. De acordo com cálculos preliminares, espera-se o encaminhamento de 46 documentos contendo os pontos positivos e negativos do plano. A comunidade, por meio de seus órgãos representativos, terá outros 30 dias para propor emendas ao projeto inicial. O relatório final, contendo as emendas aceitas pelo grupo, deverá estar pronto no final do mês de novembro. Todas as emendas que não forem aproveitadas também serão enviadas para a CAD para orientar a decisão final.
Plano de Certificação - Durante a reunião realizada com os diretores de unidades de ensino e pesquisa também foram retomadas as discussões com relação ao Plano de Certificação. Embora a maioria das unidades já tenha encaminhado os trabalhos à DGRH, o vice-reitor explicou que faltou uniformidade aos documentos. Nestes dois primeiros meses da nova gestão, foram realizados levantamentos detalhados de toda a documentação recebida. "São muitos pontos divergentes e precisamos de um formato padrão a fim de dar início à aprovação da certificação das unidades." Tadeu Jorge esclarece que no funcionograma, por exemplo, é necessário saber as funções do funcionário e em que setor ele está enquadrado e não somente que ele existe no quadro funcional. A partir disso, será possível ter uma dimensão real do trabalho que está sendo elaborado e verificar a necessidade de pessoal em determinado serviço.
Uma outra questão divergente é com relação ao número de gratificações de representações (GRs) solicitadas. "É preciso fixar uma estrutura para as GRs, sem esquecer a existência das deliberações da Câmara de Administração - CAD - que disciplinam o assunto."
A sugestão acatada pelos diretores foi de que os projetos retornariam às unidades para uma nova análise, dentro de alguns princípios gerais estabelecidos. Para tanto, o pessoal da Coordenadoria Geral da Universidade estaria à disposição das unidades para o enquadramento do material em um mesmo formato. "É fundamental que as unidades aproveitem este momento para aprofundar o conteúdo dos planos enviados."
HES inaugura brinquedoteca
Isabel Gardenal
A história de Alisson Rodrigo poderia passar despercebida, não fosse o seu desfecho. Aos 9 anos, o menino deu entrada no Hospital Estadual de Sumaré (HES) gerido pela Unciamp - em meados de julho do ano passado. Alisson apresentava um sério quadro clínico, ocasionado pela ingestão acidental de soda cáustica. Passados dois meses sem que o seu estado melhorasse, foi transferido para o HC da Unicamp, onde veio a falecer.
Criança que soube, com simpatia, cativar a todos, Alisson não esteve sozinho na luta pela vida: seu drama foi assistido pelas duas instituições. Mas foi no Hospital de Sumaré que acabou definitivamente arrolado como símbolo, emprestando seu nome à brinquedoteca recém-inaugurada no local.
Com espaço de 25 metros quadrados, a brinquedoteca inicia nova fase hospitalar em que a alegria é muito incentivada sobretudo na ala da Pediatria, terceiro andar.
Os brinquedos ficam todos reunidos em acervo, que inclui desde os simbólicos (elementos do brincar) e os educativos (com fins didáticos) até os jogos. São bonecas, bichinhos, carrinhos e instrumentos musicais - mais ou menos 1.300 unidades, além de fantasias multicoloridas, com a cara dos personagens da ficção.
Ganharam, também, uma biblioteca sistematicamente organizada, de forma a acomodar os cerca de 300 livros que acumula.
Clown - Walkíria Camelo, presidente da Associação Hospitalhaços, grupo de palhaços voluntários que atua no HES, no HC e em outras instituições de saúde, insiste que a experiência anterior, sem a brinquedoteca, demonstrava uma grande lacuna na área ocupacional. "As crianças internadas pareciam mais ansiosas e ociosas."
Dois fatores fundamentais, segundo ela, determinaram a criação de uma área permanente destinada também ao entretenimento. Primeiro, observou-se que os brinquedos eram doados apenas em datas comemorativas. Outro fator: é que, depois que o palhaço concluía a exibição clown, o ambiente voltava a ser um pouco triste, sem referência para os pacientes.
A partir da sugestão dos Hospitalhaços, hoje - implantada a brinquedoteca - o serviço ficou praticamente completo, apresentando como contexto central a nova área e, como eixo comum, o palhaço, a fim de atrair a criançada.
Hospitalhaços - A associação, neste momento em que se tornou Organização Não-Governamental (ONG), é capaz de captar mais recursos para o Projeto de Humanização Hospitalar, sua principal meta.
Dos cinco palhaços que começaram o grupo, atualmente a ONG soma quase 200, trabalhando em várias frentes: promovem comemorações e oficinas de artes plásticas com pacientes e acompanhantes semanalmente, participam de campanhas institucionais, visitam enfermarias e ambulatórios, realizam performances e recolhem brinquedos.
Os Hospitalhaços têm sede própria, localizada na Rua Pompeo Carvalho Moura, 453 - Jardim das Oliveiras, e um site (www.hospitalhacos.org.br) detalhado sobre o grupo. Os interessados em realizar algum tipo de contribuição podem receber outras informações por meio dos telefones 3233-9591 e 3276-4260.