Pesquisadores da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) desenvolveram um processo de codificação de imagens e vídeos digitais com tecnologias de ponta. A metodologia reduz em 95% o tempo de codificação, sem perda de qualidade. O método alia duas técnicas já existentes as transformadas wavelets e a tecnologia fractal. Trata-se, portanto, de um sistema de codificação híbrido.
Segundo um dos autores do trabalho, professor Yuzo Iano, a gama de possíveis aplicações comerciais desta nova tecnologia é muito ampla, abrangendo compressão e transmissão de imagens via satélite, via internet, em câmeras e filmadoras digitais, webcams e ainda na digitalização de arquivos em bibliotecas virtuais.
O pedido de patente da nova tecnologia já foi requerido pela Agência de Inovação da Unicamp e encontra-se disponível para ser transferida à indústria, especialmente na área de telecomunicações ou informática. Além de Iano, também assinam a patente os pesquisadores Fernando Silvestre da Silva e Ana Lúcia Mendes Cruz.
As transformadas wavelets decompõem a imagem em camadas de detalhes, que podem ser tratadas separadamente, permitindo transmissão progressiva, como é o caso das imagens através da internet, e tratamentos para obter melhor qualidade. Já as técnicas fractais exploram a auto-similaridade da imagem, que é a semelhança que as partes das imagens têm entre si, para representá-las num número menor de bits arquivo de tamanho menor. “O que fizemos foi juntar as funcionalidades de cada um dos sistemas para criar uma técnica mais eficiente”, explica Yuzo Iano.
Com algumas melhorias e desenvolvimento de hardware dedicado, esta nova tecnologia pode ser utilizada em aplicações de tempo real, como, por exemplo, o sistema de televisão digital recentemente adotado pelo Brasil. Cada vez mais, comenta Iano, as pesquisas acadêmicas contemplam processos que transmitam o maior número de informações com qualidade e em tempo reduzido. Por isso, os métodos de compressão de arquivos com alto poder de processamento, velocidade e eficiência são alvo de estudos da equipe há cerca de três anos.
De acordo com o professor, existe a possibilidade de o método ser utilizado no primeiro satélite universitário brasileiro, o Itasat. O equipamento vem sendo desenvolvido conjuntamente pela Unicamp, Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA) e Universidade de São Paulo (USP).