A Biblioteca Digital da Unicamp acaba de superar a marca de 10 mil dissertações de mestrado e teses de doutorado reunidas em seu acervo, todas em texto completo. Até o último dia 20 de setembro, estavam no ar 10.179 obras, totalmente disponíveis para consulta e reprodução por meio da internet. De acordo com Luiz Atílio Vicentini, diretor do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU), trata-se da maior coleção digital do gênero do Brasil e, possivelmente, da América Latina. “Nós esperávamos alcançar esse número apenas no final do ano. Com ele, a Biblioteca Digital consolida-se como um dos mais eficientes instrumentos de divulgação da produção científica da Universidade”, comemora.
Têm início a
digitalização
de partituras
e os testes
com áudio
Os números relacionados à Biblioteca Digital da Unicamp são superlativos. Desde que começou a operar de forma experimental, em 2002, o portal que abriga os documentos eletrônicos recebeu aproximadamente 3,2 milhões de visitas, a partir de 200 mil usuários cadastrados. Estes geraram cerca 1,2 milhão de downloads, o que equivale a uma média de 120 procedimentos por dissertação ou tese. Ao todo, as obras disponíveis para consulta ou reprodução somam perto de 1,2 milhão de páginas digitalizadas. “Esses dados comprovam que a Biblioteca Digital está cumprindo a sua missão, qual seja, a de colaborar para a difusão do conhecimento”, reforça Vicentini.
Alguns outros números dão sustentação à análise do diretor do SBU. Os documentos reproduzidos pelos internautas estão relacionados com as quatro grandes áreas do conhecimento. As obras no segmento de Humanidades são as que têm gerado maior interesse por parte dos usuários, perfazendo até o momento cerca de 520 mil downloads, ou 43% do total. Entre estas, as dissertações e teses produzidas pela Faculdade de Educação (FE) são as mais procuradas. Em seguida, na ordem de número de reproduções, aparecem as obras nas áreas Tecnológicas (256 mil downloads), Exatas (232 mil) e Biomédicas (191 mil).
Vicentini lembra que o acervo da Biblioteca Digital da Unicamp pode ser acessado por meio de serviços semelhantes, tanto nacionais quanto internacionais, como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), coordenada pelo Instituto Brasileiro de Informações, órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT); e a Networked Digital Library Dissertations (NDLTD), com sede na Universidade de Virginia, nos Estados Unidos. Para o diretor do SBU, alguns aspectos têm contribuído para o desenvolvimento da Biblioteca Digital. O primeiro deles, diz, refere-se ao apoio efetivo da Administração Central da Unicamp.
O envolvimento das unidades de ensino e pesquisa e das bibliotecas destas na aplicação de procedimentos que facilitem a publicação dos documentos em formato digital também é apontado por Vicentini como um dos motivos do sucesso da Biblioteca Digital. “O mérito não é de uma ou outra pessoa, mas sim do trabalho coletivo e cooperativo que vem sendo feito nos últimos quatro anos”, afirma.
Nou-Rau – Outra razão do excelente serviço prestado pela Biblioteca Digital da Unicamp está no seu programa de gerenciamento, batizado de Nou-Rau. A tecnologia foi desenvolvida por técnicos da Universidade, a partir do software livre. De acordo com Vicentini, o Nou-Rau permite que o interessado localize um documento a partir do seu título ou autor. Se o internauta digitar uma palavra-chave, o programa varre todo o acervo e seleciona as obras que tratam daquele assunto específico. O mesmo ocorre se a pessoa digitar um dado de uma tabela existente na obra, por exemplo.
A tecnologia empregada é tão eficiente, conforme Vicentini, que possibilita que uma dissertação ou tese seja colocada no ar em poucos minutos, depois de transformada no formato PDF. Entre o processo de obtenção do texto junto às coordenadorias de pós-graduação das unidades de ensino e pesquisa e a sua disponibilização na rede, conforme diretor do SBU, não são gastos mais do que dez dias. O programa de gerenciamento da Biblioteca Digital também identifica a instituição do internauta e quais as teses e dissertações mais acessadas e reproduzidas.
Brevemente, prevê o diretor do SBU, o conteúdo digital poderá ser ampliado, assim como novos serviços serão colocados à disposição das unidades de ensino e pesquisa e dos usuários do espaço virtual. A intenção é tornar a Biblioteca Digital mais interativa com seus visitantes. “Nós estamos trabalhando, por exemplo, com a digitalização de partituras, acompanhadas do áudio da respectiva seqüência musical. Também estão sendo realizados testes com recursos de áudio para permitir o acesso de deficientes visuais aos documentos. Nossa expectativa é que isso entre no ar futuramente”, revela Vicentini.
Segundo ele, várias instituições demonstraram interesse em criar bibliotecas digitais a partir da experiência da Unicamp, tendo o Nou-Rau como software de gerenciamento. A Unesp, de São Paulo, e as universidades estaduais de Londrina e Maringá, ambas do Paraná, já empregam, graças ao suporte oferecido pela Unicamp, o programa para gerenciar seus acervos eletrônicos de teses e dissertações.
Trabalho futuro – A Biblioteca Digital da Unicamp começou a tomar forma em 2001, a partir de experiências isoladas das bibliotecas dos institutos de Física, Química e da Faculdade de Educação. Na seqüência, a então Biblioteca Central, hoje Biblioteca Central Cesar Lattes (BCCL), decidiu reunir toda a produção de dissertações e teses em texto completo da Universidade num único espaço virtual. No ano seguinte, o serviço já operava de forma experimental. Desde então, cerca de 20 novas obras são disponibilizadas, em média, por dia. “Mas já houve dias em que colocamos no ar mais de 100 documentos”, conta Vicentini.
De acordo com ele, a Unicamp soma até o momento aproximadamente 25 mil teses e dissertações defendidas. O objetivo é transformar o maior número de teses no formal digital desse acervo retrospectivo. “O trabalho de digitalização tem que ser feito aos poucos, dado o grande volume de documentos. Estamos nos esforçando para publicar todas as teses defendidas no ano no menor tempo possível para acesso na Biblioteca Digital”, explica. Algumas unidades de ensino e pesquisa já estão com 100% dos trabalhos acadêmicos no ar, como o Instituto de Física, a Faculdade de Engenharia Agrícola, o Instituto de Geociências e o Instituto de Química. “Temos também o Programa de Pós Graduação em Genética e Biologia do Instituto de Biologia com todas as teses em formato digital”, diz Vicentini.
Para entrar na Biblioteca Digital da Unicamp basta que o usuário acesse o endereço eletrônico http://libdigi.unicamp.br. O internauta terá que se cadastrar e definir uma senha para ter acesso ao acervo. O procedimento é descomplicado e rápido, visto que as etapas são explicadas passo a passo pelo próprio sistema.
OS NÚMEROS |
Teses e dissertações
disponíveis: 10.179
Páginas digitalizadas: 1,2 milhão
Usuários cadastrados: 200 mil
Visitas desde 2002: 3,2 milhões
Total de downloads: 1,2 milhão
Média de downloads
por documento: 120
Área de conhecimento de
maior interesse: Humanidades,
com 520 mil downloads
Fonte: Biblioteca Digital da Unicamp
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