Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 25 de fevereiro de 2013 a 03 de março de 2013 – ANO 2013 – Nº 551Tudo pronto para a consulta
Nos dias 6 e 7 de março, professores, alunos e funcionários da Unicamp participarão do primeiro turno da consulta para a escolha do novo reitor, que terá a missão de administrar a Universidade pelos próximos quatro anos. Caso nenhum dos quatro candidatos obtenha a maioria absoluta de votos, será realizado um segundo turno, nos dias 20 e 21 de março. O processo é coordenado pela Comissão Organizadora da Consulta para Sucessão do Reitor (COC), nomeada pelo Conselho Universitário (Consu) e constituída por representantes de todos os segmentos da instituição e um representante da comunidade externa. Tal instância tem diversas atribuições, que vão desde a homologação das candidaturas até o estabelecimento de normas para a votação, passando pela escolha e inspeção dos locais onde ficarão as urnas e ocorrerá a apuração. Na entrevista que segue, a presidente da COC, professora Silvia Figueirôa, que também é diretora do Instituto de Geociências (IG), fala sobre o trabalho da Comissão. Segundo ela, tudo está sendo feito para que o processo transcorra de forma serena e para que os votantes possam fazer a sua escolha de maneira madura e consciente.
Jornal da Unicamp – Quais as atribuições e como é constituída a COC?
Silvia Figuerôa – A missão da Comissão é coordenar o processo de consulta à comunidade para a escolha do novo reitor. Trata-se de um processo que existe na Universidade há várias décadas. Essa Comissão é composta por membros do Consu [Conselho Universitário], a saber: diretores de unidades de ensino e pesquisa, além de representantes dos corpos docente, discente e de funcionários. Conta, ainda, com a participação de um representante da comunidade externa. A COC é, portanto, uma Comissão do Consu, mas de caráter temporário. Por tradição, a presidência cabe ao diretor de unidade que está há mais tempo no exercício do mandato. Ocorre, porém, que esse mandato precisa estar em vigor até o final do processo. Quem está há mais tempo na função de diretor é o professor Hans Kurt Edmund Liesenberg, do IC [Instituto de Computação]. Entretanto, como o mandato dele vai expirar em março, ele ficou impedido de presidir a Comissão. Assim, o próximo da lista é o diretor do IG [Instituto de Geociências], no caso eu.
JU – Que procedimentos a COC tem que adotar ao longo do processo de consulta?
Silvia Figuerôa –São vários procedimentos, a começar por averiguar e homologar as candidaturas apresentadas. Também é nossa tarefa informar os candidatos sobre a aceitação das candidaturas e comunicá-los sobre as questões relacionadas aos auxílios às campanhas. A Comissão também estabelece o que pode e o que não pode ser feito durante o processo da consulta. Por exemplo, determinar em que distância do local de votação podem ocorrer ações de propaganda das candidaturas. Também fica sob a responsabilidade da COC definir as normas para a apuração, julgar os recursos relativos às listagens dos votantes, escolher os locais de votação e apuração etc. Vale lembrar que, para realizar todo esse trabalho, nós contamos com o apoio integral da Secretaria Geral.
JU – Desta vez, haverá mudança em um dos locais de votação, não?
Silvia Figuerôa – Sim, este ano tivemos que promover uma mudança nesse sentido, visto que o Ginásio Multidisciplinar está em reforma. Tradicionalmente, é o local que sempre concentra o maior número de urnas. Desta vez, vamos usar excepcionalmente o Ginásio da FEF [Faculdade de Educação Física] como local de votação e também de apuração. Como é um espaço “novo”, tivemos que verificar várias questões, tais como onde as urnas poderiam ser guardadas em segurança e que salas poderiam ser utilizadas.
JU – Quais serão os outros locais de votação?
Silvia Figuerôa – O pessoal da área da saúde – alunos, docentes e servidores – votará no Auditório da FCM [Faculdade de Ciências Médicas], conhecido como Paulistão. Ele foi reformado e está em ótimas condições. Em Limeira, teremos dois pontos: campi da FCA e da FT. E outro ponto na FOP [Faculdade de Odontologia de Piracicaba]. São cinco locais ao todo.
JU – Quanto às datas e horários?
Silvia Figuerôa – Para o primeiro turno, as datas de votação serão 6 e 7 de março. Na FOP, o horário de votação se estenderá das 9h às 17h nos dois dias. No Paulistão e no Ginasinho da FEF, será das 9h às 20h30. No Paulistão, excepcionalmente no dia 6, a votação terá início às 6h, exclusivamente para os funcionários da área da saúde, por causa dos turnos de trabalho. Em Limeira, nos dois locais, a votação começará às 10h e se encerrará às 20h30.
JU – E em relação a um possível segundo turno?
Silvia Figuerôa – Em termos de planejamento, a COC sempre trabalha com a ideia de que possa haver segundo turno. A deliberação do Consu já estabeleceu datas para o segundo turno, que ocorrerá, se necessário, nos dias 20 e 21 de março. Nesse caso, repete-se todo o processo, com os mesmos locais de votação e apuração e as mesmas normas. A única alteração é que nas cédulas constarão apenas dois candidatos.
JU – Tradicionalmente, a consulta para a escolha do novo reitor transcorre em clima de tranquilidade, não?
Silvia Figuerôa – Sim, de muita tranquilidade. Nesse sentido, a COC tem pensado nos procedimentos sempre do ponto de vista mais da prevenção do que com base na ocorrência de problemas recorrentes. Por exemplo, nós já enviamos ofício ao Cecom [Centro de Saúde da Comunidade] para pedir que haja disponibilidade de atendimento médico caso alguém passe mal durante a votação ou apuração. Também visitamos o Ginásio da FEF junto com o pessoal da segurança, para uma inspeção. Nesse caso, avaliamos o local não somente do ponto de vista da vigilância, mas também da segurança do trabalho. Isso é importante para definir limites para o número de pessoas, por exemplo. O mesmo foi feito em Limeira e Piracicaba.
JU – O sistema de votação será convencional ou eletrônico?
Silvia Figuerôa – Infelizmente, ainda não será possível utilizar a urna eletrônica. Nós cogitamos lançar mão dessa ferramenta, mas os testes para a adoção de um sistema eletrônico de votação ainda estão em andamento. Assim, a Reitoria entendeu – e a COC se convenceu disso – que seria muito arriscado introduzir o sistema na consulta para a escolha de reitor. A ferramenta será provavelmente utilizada na escolha para a representação docente no Consu, que ocorrerá poucas semanas depois. A partir daí, o sistema deverá ser utilizado pela Universidade para todas as suas consultas e eleições.
JU – Em termos de procedimentos, o processo de consulta atual sofreu alguma mudança importante em comparação à última experiência?
Silvia Figuerôa – Tradicionalmente, a Universidade patrocina a impressão dos programas dos candidatos. Desta vez, a COC manifestou o desejo de que o material fosse produzido somente em versão eletrônica, de modo a economizar papel e recursos financeiros. Esta postura foi apoiada pelos candidatos. No entanto, houve o entendimento geral de que se a medida fosse adotada com essa amplitude, isso provocaria uma mudança muito brusca em relação às ultimas consultas. Então, a COC decidiu fazer uma sinalização na direção da eliminação do papel. Na prática, ficou decidido que a Universidade patrocinaria a impressão da metade do número de páginas e a metade do número de exemplares dos programas normalmente produzidos. A proposta foi aceita pelos candidatos, e isso já representará uma economia importante de papel e recursos. Na próxima consulta, a tendência é que só haja a versão eletrônica do documento.
JU – A senhora falou sobre proibições. O que os candidatos e eleitores não podem fazer durante a campanha e nos dias de votação?
Silvia Figuerôa – Não serão permitidas faixas e nem outdoors dos candidatos dentro dos campi. Fora deles, a COC não tem como legislar. Os eleitores poderão votar com camiseta, faixa ou bottom do seu candidato. Ficou acordado com os candidatos – e eles sequer tinham cogitado agir de forma diferente – que eles não distribuiriam brindes aos eleitores, como chaveiros, canetas etc. Mesários, membros da COC e pessoal de apoio não poderão usar roupas ou objetos que manifestem preferência por qualquer candidato. O pessoal que fará a boca de urna terá que ficar a pelo menos 15 metros dos locais de votação. Queremos que a consulta seja orientada pelo debate de ideias.
JU – A COC também é responsável pela organização dos debates entre os reitoráveis? Esses encontros já estão agendados?
Silvia Figuerôa – Sim, a COC cuida da organização desses debates. Teremos três encontros do gênero. O primeiro será no dia 26 de fevereiro, às 18h, no Centro de Convenções. Coincide com o primeiro dia de aulas. Ou seja, os alunos ingressantes já poderão participar. Esse debate será transmitido pela RTV Unicamp não somente pela internet, mas também pelo Canal Universitário, via NET. Providenciaremos também a tradução em Libras [Língua Brasileira de Sinais]. No dia 27, às 12h, o debate será na FOP. E no dia 28, às 18h, o encontro será em Limeira, no Auditório da FT, o maior disponível na cidade. O da FOP e o de Limeira terão transmissão pela Câmera Web. Além disso, as entidades representativas de docentes, funcionários e estudantes também estão organizando debates. Entretanto, como elas são autônomas, a COC não participa dessa organização. A Comissão cuida apenas das questões institucionais.
JU – Quantas pessoas devem trabalhar durante o período de votação?
Silvia Figuerôa – Acredito que entre 100 e 150 pessoas. Vale lembrar que cada candidatura pode indicar dez fiscais para acompanhar o processo.
JU – Apurado o resultado das urnas, o que acontece a seguir?
Silvia Figuerôa – O resultado da consulta vai ao Consu, que elabora uma lista tríplice, que por sua vez será submetida à apreciação do governador do Estado. É ele quem indica o reitor. Por tradição, porém, o governador costuma respeitar o desejo da comunidade.
JU – Com a indicação do novo reitor, termina o trabalho da COC?
Silvia Figuerôa – Ainda não. A ideia da Comissão é produzir um relatório com sugestões para aprimorar ainda mais o processo de consulta. A intenção é que esse documento seja encaminhado o mais rápido possível ao Conselho Universitário, para que seus membros possam refletir sobre as questões e deliberarem sobre elas. Assim, as eventuais mudanças poderão ser definidas bem antes da próxima consulta, o que dará tempo para que todos se adaptem a elas.
JU – A mudança do calendário da consulta é uma dessas questões?
Silvia Figuerôa – A questão do calendário é importante. Como a campanha e a consulta ocorrem no começo do ano, muitas pessoas estão em férias e os alunos ingressantes ainda não tiveram tempo de se informar sobre muitas questões relativas à Universidade. A mudança no calendário seria benéfica nesse sentido, pois favoreceria uma maior participação por parte da comunidade no processo de escolha do reitor. Penso que é um ponto a ser discutido. Uma possibilidade é manter a posse em abril, mas antecipar a consulta para o final do ano, por exemplo. Todavia, a decisão sobre essa ou outra alteração caberá ao Consu, que tem total condição de deliberar sobre o tema.
JU – Que mensagem a COC deixaria para a comunidade universitária?
Silvia Figuerôa – Queremos desejar uma boa consulta a todos. Uma consulta que ocorra com serenidade e com consciência. Os programas dos candidatos já estão no portal da Unicamp. O ícone permanecerá no ar até o final do processo. Sugerimos que a comunidade leia cada um deles, que envie mensagens aos candidatos e que participe dos debates. O que está em jogo são os próximos quatro anos da instituição, mas não apenas. Muitas questões se prolongam por outras gestões.