Edição nº 555

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Jornal da Unicamp

Baixar versão em PDF Campinas, 25 de março de 2013 a 25 de março de 2013 – ANO 2013 – Nº 555

Tadeu vence consulta
com 53% dos votos

Consu se reunirá para aprovar a lista tríplice
a ser encaminhada ao governador do Estado


Com 53,32% dos votos válidos, o engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge foi o vencedor no segundo turno da consulta indicativa para a escolha do próximo reitor da Unicamp. A apuração dos votos terminou por volta das 2h15 do dia 22, no Ginásio da Faculdade de Educação Física. O médico Mario José Abdalla Saad alcançou 46,68% dos votos. Tadeu tem o geólogo Alvaro Crósta como seu companheiro de chapa para o cargo de coordenador-geral da Unicamp. A votação foi realizada nos campi de Campinas, Limeira e Piracicaba.

Dos 1.655 docentes que compareceram às urnas, 771 votaram em Tadeu e 839 em Saad. Já entre os 5.943 funcionários que participaram do pleito, 4.038 votaram em Tadeu, contra 1.592 em Saad. E dos 4.190 estudantes que participaram do segundo turno, 2.084 votaram em Tadeu enquanto 2.009 escolheram Saad. As abstenções atingiram 16,03% entre docentes; 21,52% entre funcionários; e 83,91% entre estudantes.

Após a apuração, Tadeu foi recepcionado com festa pelos correligionários que acompanharam a contagem dos votos no Ginásio da FEF. “Recebo o resultado como um sinal de reconhecimento e aprovação da comunidade acadêmica à minha primeira gestão à frente da Reitoria”, disse Tadeu, que ocupou o cargo de reitor no período 2005-2009. “Além disso, as urnas também demonstraram a confiança dos eleitores nesse novo programa, da sua viabilidade e da sua sintonia com as necessidades da Unicamp”, completou.

O resultado da consulta será agora encaminhado ao Conselho Universitário (Consu) da Unicamp, que se reúne em sessão extraordinária para aprovar a lista tríplice. A prerrogativa de escolher o próximo reitor é do governador do Estado, com base na lista tríplice elaborada pelo Consu.

O novo reitor tomará posse em abril para um mandato de quatro anos à frente de uma das mais destacadas universidades da América Latina, responsável por 15% da pesquisa acadêmica no Brasil, líder em patentes no meio universitário nacional e situada entre as 50 melhores do mundo com menos de 50 anos, segundo ranking do Times Higher Education (THE).

Tadeu é professor titular na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp. Graduou-se em Engenharia de Alimentos na Unicamp (1975), onde também realizou mestrado em Tecnologia de Alimentos (1977) e doutorado em Ciências de Alimentos (1981), concentrando suas pesquisas na área de tecnologia pós-colheita, na qual estudou produtos minimamente processados, armazenamento de produtos agrícolas e propriedades físicas de materiais biológicos.

Em 1992 titulou-se professor livre docente, professor adjunto em 1995 e professor titular em 1996. Foi diretor da Feagri de 1987 a 1991, diretor executivo da Funcamp de 1990 a 1992, chefe de gabinete da Reitoria de 1992 a 1994, pró-reitor de Desenvolvimento Universitário de 1994 a 1998, novamente diretor da Feagri de 1999 a 2002, coordenador geral da Unicamp de 2002 a 2005 e reitor da Unicamp de 2005 a 2009.


Conheça algumas das

propostas de Tadeu
 

Em suas duas últimas edições, o Jornal da Unicamp publicou entrevistas com os quatro candidatos a reitor, que puderam expor suas ideias para a próxima gestão. A seguir, trechos das propostas apresentadas por José Tadeu Jorge:

GRADUAÇÃO
“A Unicamp deve contribuir de modo decisivo no debate nacional sobre as formas de acesso à Universidade. Isso deve ser feito de maneira a não só encontrar o seu modo de tratar a questão, mas também de traçar o melhor caminho para abrir a Universidade cada vez mais. É necessário buscar novos modos de acesso, sempre mantendo a qualidade da formação. Para isso contamos com a experiência bastante consolidada da Comvest e com os resultados já obtidos com o PAAIS (Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social) e o ProFIS (Programa de Formação Interdisciplinar), que muito podem contribuir nesse debate”.

“Vamos manter o PAAIS, abrindo uma discussão sobre como adequá-lo às novas condições da sociedade e buscando relacioná-lo com a nova política de inclusão social do Pimesp (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista). Queremos promover amplo debate sobre o Pimesp na Unicamp. Faremos uma avaliação dos resultados do ProFIS para definir ações mais efetivas de acesso à Universidade”.

PÓS-GRADUAÇÃO
“A Unicamp deve adotar procedimentos de acompanhamento dos cursos que permitam identificar dificuldades e auxiliar na busca de sua superação. Ao mesmo tempo, deve dar apoio específico para os cursos que ainda não alcançaram os indicadores de alto desempenho, alocando recursos humanos e materiais segundo prioridades definidas pelo planejamento estratégico. Queremos desenvolver valores e critérios próprios de análise dos programas de pós-graduação, complementando eventuais carências do sistema de avaliação da Capes, sempre respeitando a diversidade e as características intrínsecas das várias áreas do conhecimento”.

“As possibilidades de expansão da pós-graduação na Unicamp encontram seus limites no arranjo disciplinar convencional. É necessário fomentar e valorizar a criação de programas interdisciplinares integrando as atividades das unidades de ensino e pesquisa com seu sistema de centros e núcleos multidisciplinares, buscando atender às demandas contemporâneas na formação de profissionais e pesquisadores”.

PESQUISA
“Dentre as ações específicas para o avanço da pesquisa, destacamos: criar mecanismos para dar agilidade à análise, aprovação e gestão de convênios, contratos e projetos de pesquisa, retirando da responsabilidade dos docentes uma série de etapas burocráticas que o desviam do objetivo principal; adotar uma política pró-ativa junto às agências de fomento com o objetivo de aumentar o volume de recursos captados; expandir o parque instrumental da Unicamp, contemplando a aquisição de equipamentos cuja obtenção junto aos órgãos de fomento nem sempre é possível; atuar junto aos órgãos responsáveis pela emissão ou liberação de licenças para pesquisa na área médica, importações de insumos biológicos e químicos e importação de equipamentos; dar apoio logístico a visitantes internacionais que vêm à Unicamp para estabelecer acordos de cooperação e projetos de pesquisa; dar apoio administrativo e contábil às unidades nas atividades de compra e de prestação de contas para execução de projetos de pesquisa; aumentar os recursos financeiros destinados ao apoio de docentes recém-contratados; lançar periodicamente editais internos de infraestrutura, com o objetivo de atualizar equipamentos e infraestrutura de pesquisa; estimular e dar suporte técnico/financeiro para a acreditação de laboratórios de pesquisa segundo normas ISO17025, ou Boas Práticas de Laboratório (BPL), garantindo aporte de recursos para contratação de técnicos, treinamento, adequação predial, manutenção de equipamentos, calibrações, compra de materiais certificados, estudos interlaboratoriais, auditorias e segurança ocupacional e ambiental”.

ÁREA DE SAÚDE
“Uma questão relevante é a urgente necessidade de implementação de um novo modelo de gestão administrativa, orçamentária e financeira para suas unidades, que proporcione maior flexibilidade de procedimentos administrativos e assegure a qualidade do ensino e dos serviços oferecidos. É preciso incluir na pauta de discussões com os governos federal e estadual, em ação conjunta com os demais hospitais universitários, a reivindicação de um modelo diferenciado de financiamento para os procedimentos médicos realizados por essas instituições.

Nossas propostas para a área de Saúde incluem uma atuação mais incisiva na captação de recursos junto aos governos federal e estadual, assegurando, ao mesmo tempo, os níveis atuais de participação financeira no orçamento da Unicamp; investimentos na manutenção predial e na atualização tecnológica do parque de equipamentos; defesa do seu papel como complexo hospitalar terciário e quaternário, voltado aos procedimentos de alta complexidade; qualificação, capacitação e formação continuada dos profissionais que atuam na área da saúde; apoio aos programas de melhoria da qualidade de vida dos profissionais da assistência; estímulo aos trabalhadores do período noturno; implantação da jornada de 30 horas para os profissionais envolvidos nas atividades de assistência, sem redução salarial e com adequação do quadro existente para que não ocorram deficiências no atendimento”.

RECURSOS HUMANOS
“Prioridade absoluta para o restabelecimento, no prazo de dois anos, da igualdade dos salários da Unicamp com os da Universidade de São Paulo (USP), resolvendo o problema da quebra da isonomia, criado nos últimos dois anos”.

“Destaque para algumas medidas importantes, como a viabilização do regime estatutário para quem quiser por ele optar, a transformação da AFPU em Escola de Educação Corporativa da Unicamp, o respeito aos salários mínimos profissionais e a completa revisão da resolução que trata do Estágio Probatório”.

“Realizar ampla revisão da carreira Paepe, restabelecendo o conceito de identidade profissional, indispensável para elaborar políticas de recursos humanos que objetivem o desenvolvimento profissional dos funcionários e o reconhecimento institucional do trabalho realizado”.