Unicamp
Jornal da Unicamp
Baixar versão em PDF Campinas, 03 de outubro de 2016 a 16 de outubro de 2016 – ANO 2016 – Nº 671Simtec promove encontro histórico entre reitores
Seis dirigentes de diferentes períodos falaram sobrememórias e trajetórias profissionais na abertura do Simpósio
Um encontro histórico entre seis reitores de diferentes períodos da Unicamp marcou a cerimônia de abertura do VI Simpósio de Profissionais da Unicamp (Simtec), ocorrida na noite do último dia 26, no Centro de Convenções da Universidade. Participaram da solenidade o atual reitor José Tadeu Jorge e os reitores Carlos Vogt (1990-1994), José Martins Filho (1994-1998), Hermano Tavares (1998-2002), Carlos Henrique de Brito Cruz (2002-2005) e Fernando Costa (2009-2013). Eles deram depoimentos sobre a história da instituição, a partir do tema “Unicamp 50 anos – Memórias, experiências e trajetórias profissionais”.
Além de falarem sobre vários episódios que marcaram a história da Unicamp e de suas gestões, os reitores também destacaram a importância da universidade pública, gratuita e de qualidade para o desenvolvimento do Brasil. No caso específico da Unicamp, pontuaram, a excelência que caracteriza as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade somente foi alcançada graças à qualidade e ao empenho de funcionários, professores e estudantes.
Os reitores enfatizaram, ainda, a importância do Simtec, evento que congrega os funcionários do quadro técnico-administrativo e que divulga os projetos que eles concebem e executam para aperfeiçoar as atividades da instituição. “A qualidade que a Unicamp ostenta hoje foi construída com base nas pessoas: professores, funcionários e estudantes. Para construir a melhor universidade do Brasil é preciso contar com os melhores quadros nesses segmentos”, afirmou o reitor José Tadeu Jorge. De acordo com ele, o Simtec, que é organizado por funcionários, é representativo da qualidade desse segmento.
Tadeu Jorge se considerou um felizardo por ter vivenciado 45 dos 50 anos da Unicamp, primeiro como estudante e depois como docente. “Inúmeros episódios que marcam minha vida têm estreita relação com a trajetória da Universidade. Eu me sinto parte da comemoração e me sinto representado em boa parte dessas memórias. Que possamos usar as estruturas que construímos até aqui para ancorar os projetos de qualidade que a Unicamp terá que executar pelos próximos 50 anos ou mais”.
Reitor da Unicamp no período de 1990 a 1994, Carlos Vogt disse que o quadro técnico-administrativo da Universidade sempre desempenhou um papel chave no desenvolvimento da instituição. “Na minha gestão, quando implantei as carreiras, foi justamente pensando na importância dessas atividades para o cumprimento das missões da Unicamp, que é ensinar, pesquisar e fazer extensão”. Outro ponto destacado por Vogt foi o estabelecimento, durante sua gestão como reitor, das bases para a institucionalização da Universidade, projeto que ganhou solidez com o advento da autonomia universitária, conquistada em 1989.
José Martins Filho, reitor entre 1994 e 1998, observou que teve algumas atitudes à frente da Administração Central que foram fundamentais para valorizar os funcionários. “Foi na nossa gestão que criamos, por exemplo, o CAF [Centro de Apoio aos Funcionários]. A Unicamp é formada por um conjunto de pessoas. Sem funcionários qualificados não conseguiríamos atingir nossos objetivos de ensinar, de pesquisar e de produzir conhecimento. Os servidores não docentes constituem parcela importante para a concretização dessas missões”, reforçou.
Hermano Tavares, que ocupou a Reitoria nos anos de 1998 a 2002, declarou que a universidade é capital para o desenvolvimento de um país. “Infelizmente, aqui no Brasil nós iniciamos um movimento de educação em geral e educação superior em particular muito tarde. A Unicamp é uma das universidades brasileiras que têm resultados importantes a exibir, embora seja jovem. Isso não foi feito pela ação de uma ou outra pessoa isoladamente, mas de um conjunto formado por servidores docentes, servidores não docentes e estudantes”.
Na visão de Hermano Tavares, a despeito de o Brasil e da Unicamp terem atravessado tempos difíceis recentemente, há espaço para que a Universidade continue avançando e contribua para oferecer um futuro melhor ao país. “É impossível prever como a Unicamp será daqui a 50 anos. Mas penso que devemos ter sempre a capacidade de estar na vanguarda ou pelo menos acompanhar a vanguarda. Estrutura e recursos humanos para isso nós temos”.
Atual diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor no período de 2002 a 2005, lembrou que a Unicamp é um dos grandes exemplos disponíveis para a defesa da universidade pública e gratuita no Brasil. “A Unicamp tem cumprido uma trajetória muito especial, baseada no fato de a sua comunidade valorizar muito o mérito, as qualidades acadêmicas e as relações com a sociedade. Toda a comunidade é muito importante para o desenvolvimento da Universidade. Em particular, os funcionários não docentes têm sido essenciais ao desenvolvimento da instituição. O Simtec é uma iniciativa importante porque possibilita a discussão de temas relevantes para o segmento e para a Universidade de modo geral”, afirmou.
Fernando Costa, reitor entre os anos de 2009 a 2013, considerou igualmente que o Simtec é revelador da importância dos funcionários para o desenvolvimento da Unicamp. “E a Unicamp é fundamental ao desenvolvimento do país. A Universidade somente conseguiu chegar ao patamar onde se encontra porque sempre primou por selecionar os melhores docentes, os melhores funcionários e os melhores alunos. Somos uma Universidade jovem. Entre as universidades jovens, nós nos destacamos tanto no plano nacional quanto internacional. Penso que a Unicamp só tem a crescer daqui para frente”.
Para o atual coordenador-geral da Unicamp, Alvaro Crósta, a história de sucesso da Universidade deve muito ao seu corpo de funcionários. Uma universidade de ponta como a Unicamp, segundo ele, não poderia atingir o status atual se não fosse o comprometimento de toda a sua comunidade interna. “O Simtec é uma forma de valorizar e dar o devido crédito àqueles que trabalham com o desenvolvimento técnico e científico da Universidade, tanto em atividades de apoio quanto nas atividades fim. Desde os primórdios da história, a Unicamp soube selecionar muito bem seus funcionários, docentes e alunos”, pontuou.
Presidente da Comissão Unicamp ano 50, a professora Itala Maria Loffredo D’Ottaviano disse que a inclusão do VI Simtec nas ações em comemoração ao cinquentenário da Universidade estava prevista desde o início, por causa da relevância do evento para a instituição. “O Simtec nasceu como um evento original e importante para a Universidade. É uma iniciativa que tem característica especial, visto que conta com a apresentação de trabalhos com muita originalidade e qualidade científica. São trabalhos importantes porque contribuem para o aperfeiçoamento das atividades de vários setores da Unicamp. Não conheço outra universidade que tenha um evento com essas características”.
Coordenador do Grupo Gestor de Benefícios Sociais e também do Simtec, Edison Lins classificou a cerimônia de abertura do simpósio como um momento histórico, por reunir seis reitores de diferentes períodos. “É um momento que marca o reconhecimento ao Simtec. Trata-se de uma importante validação institucional. Sem dúvida, os funcionários têm cada vez mais importância estratégica dentro dos destinos da Universidade. Aliás, este entendimento foi que norteou a criação do simpósio, em 1997”.