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Empossado reitor, Fernando Costa
destaca papel da universidade pública

CLAYTON LEVY

José Tadeu Jorge cumprimenta Fernando Costa após a transmissão do cargo (Fotos: Antoninho Perri)Os temas da preservação da qualidade do ensino e a ampliação do número de vagas nas universidades públicas deram o tom do discurso de posse do novo reitor da Unicamp, o médico hematologista Fernando Ferreira Costa. Falando para um público que lotou os auditórios do Centro de Convenções da universidade, no último dia 17, ele fez uma análise histórica da atividade acadêmica no Brasil, classificando como “decisiva” a priorização de uma política de incremento do número de alunos no ensino superior público.

Fernando Costa assinou o termo de posse às 18h44 em cerimônia extraordinária do Conselho Universitário, presidida pelo até então reitor José Tadeu Jorge. O novo reitor foi eleito para o período 2009-2013.

Carlos Vogt, secretário estadual de Ensino Superior: "Autonomia consolidada"A solenidade contou com a participação de diversas autoridades civis, militares, eclesiásticas e políticas, entre elas o prefeito de Campinas Hélio de Oliveira Santos e o secretário estadual de Ensino Superior, Carlos Vogt, que representou o governador José Serra. Também participaram representantes da Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), da Associação de Pós-graduandos da Unicamp (APG) e do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Fernando Costa foi eleito em primeiro turno, no mês de março, com 60,97% dos votos válidos. Em seu primeiro pronunciamento público, o novo reitor destacou a importância da geração de conhecimento e a formação de recursos humanos para o desenvolvimento socioeconômico do país. “A preservação da qualidade das universidades públicas de pesquisa, como é o caso das três universidades públicas do estado de São Paulo e de um bom número de universidades federais, deve ser uma preocupação constante, pois elas são hoje a grande esperança de desenvolvimento efetivo”, afirmou.

O prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos: "Vetor para o desenvolvimento"Nesse contexto, o novo reitor ponderou que um dos principais desafios da Unicamp nos próximos anos será promover uma análise da estrutura curricular de seus cursos de graduação, com vistas não só à atualização dos conteúdos e disciplinas, mas também à racionalização dos recursos físicos e humanos. “A história da formação da universidade, mesmo sendo uma história de sucesso, acarretou alguns problemas que o momento exige equacionar”, disse.

Segundo Fernando Costa, uma das metas de sua gestão será proporcionar aos estudantes uma formação científica e cultural mais abrangente. “Sem dúvida, ações dessa natureza contribuirão para a criação de um ambiente universitário e acadêmico em que a diversidade das áreas seja um fator fundamental para a excelência do ensino e da pesquisa”, destacou.

Composição da mesa de autoridadesDe acordo com o novo reitor, essa série de ações se pautará pelo reconhecimento de que as características específicas de cada área devem ser levadas em conta para a concretização dos objetivos acadêmicos, “dentro dos quais as áreas de humanidades e artes são essenciais”.

O novo reitor também fez questão de destacar o nome do historiador Edgar Salvadori de Decca, que atuou como pró-reitor de Graduação na gestão anterior e assumirá o cargo de vice-reitor ao lado de Fernando Costa. “Tenho a honra de ter como colega nessa jornada, como coordenador geral da Universidade, o professor Edgar Salvadori de Decca, historiador com reconhecimento intelectual dentro e fora do país”, disse. “A ele agradeço o companheirismo durante a gestão que se encerra e durante a campanha que nos trouxe até aqui”, completou.

Da esq. para a dir., o historiador Edgar de Decca, Fernando Costa, Tadeu Jorge, Carlos Vogt e Hélio de Oliveira SantosEm seu discurso de despedida, o ex-reitor Tadeu Jorge arrancou aplausos emocionados da platéia ao citar nominalmente cada um dos profissionais com os quais trabalhou mais diretamente durante os anos em que esteve à frente da universidade, dos copeiros aos motoristas, das secretárias aos assessores mais próximos. “Normalmente não se faz isso em ocasiões como essa, mas vou contrariar a tradição porque preciso agradecer a essas pessoas”, disse.

Antes, ele já havia agradecido a todos os alunos, docentes e funcionários que fizeram parte de sua gestão. “Só é possível construir uma universidade de ponta se a base for constituída pelos melhores docentes, alunos e servidores”, declarou. Juntos, contribuímos para fortalecer o modelo Unicamp de desenvolver ensino, pesquisa e relações com a sociedade”, completou o ex-reitor.

O diretor científico da Fapesp, Brito Cruz, cumprimenta o novo reitorEm seus pronunciamentos, as demais autoridades reforçaram o clima de apoio ao novo reitor e destacaram a importância da Unicamp no contexto regional e nacional. “Esta universidade representa o grande vetor para o desenvolvimento acadêmico, científico e de relações com a comunidade”, disse o prefeito de Campinas. “Isso traz para nossa região uma grande vantagem, na forma de atração de investimentos que geram o avanço social e econômico”, completou Oliveira Santos.

O secretário estadual de Ensino Superior destacou o papel da Unicamp na consolidação da autonomia universitária. “A condição diferenciada que as três universidades estaduais paulistas apresentam no cenário nacional resultam desse modelo de gestão”, disse Carlos Vogt, que foi reitor da Unicamp de 1990 a 1994.

Vogt também chamou a atenção para o fato de o estado de São Paulo responder por 50% da pesquisa desenvolvida no Brasil. Desse total, 40%, segundo ele, corresponde à produção científica gerada nos laboratórios da Unicamp, USP e Unesp. “As três instituições são os grandes celeiros que alimentam a dinâmica da pesquisa e da inovação”, destacou. O secretário de Ensino Superior também reafirmou o compromisso do governo estadual de continuar investindo em ciência, tecnologia e inovação.

Fernando Costa é o décimo reitor na linha de sucessão de Zeferino Vaz, fundador da Unicamp e seu primeiro dirigente durante doze anos (1966-1978). Depois dele vieram o médico com especialidade em patologia clínica Plínio Alves de Moraes, o médico ginecologista José Aristodemo Pinotti, o economista Paulo Renato Souza, o linguista e poeta Carlos Vogt, o pediatra José Martins Filho, o engenheiro de eletrônica Hermano Tavares, o físico e engenheiro de eletrônica Carlos Henrique de Brito Cruz e o engenheiro de alimentos José Tadeu Jorge, que se despediu do cargo nesta sexta-feira.

Na íntegra, o discurso de posse do novo reitor

Fernando Costa faz seu primeiro discurso como reitor: na pauta, análise da estrutura curricular da graduação"A posse do reitor é um momento importante na vida da instituição universitária. É uma ocasião de olharmos para o passado, reafirmar nossos  objetivos e nossa missão fundamental, de celebrar as conquistas e de estabelecer prioridades para enfrentar os desafios de um novo período de trabalho.

A universidade é uma instituição perene e fundamental na história da civilização moderna, com invulgar capacidade de resistir a ameaças, de se adaptar a mudanças e de sofrer renovações constantes. Não sem razão as universidades de excelência são sempre colocadas entre os mais valiosos patrimônios das nações desenvolvidas.

É um truísmo dizer que o desenvolvimento e a riqueza das nações estão diretamente relacionados ao número de seus habitantes com acesso a ensino superior de qualidade. É cada vez mais reconhecido que além de sua função fundamental de educar e formar cidadãos e lideres, a universidade tem um papel central no progresso e no bem-estar das sociedades. Avanços em ciência básica, por exemplo, na área de biomedicina, têm permitido o surgimento de novas e inesperadas áreas de aplicação tecnológica de que resultam, entre outros benefícios notáveis, o incremento na produção de alimentos e o aumento da longevidade humana.

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Quando consideramos os dados sobre o ensino superior no Brasil, ainda maior se torna a responsabilidade que dá grandeza a este momento, no qual se renova o compromisso da Unicamp com os valores acadêmicos e com a sociedade brasileira.

De fato, os dados recentes mostram que apenas 13% dos brasileiros entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior. No âmbito dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (a OCDE), essa porcentagem é, em média, de 30%; na Coréia do Sul, chega a 60%.

Infelizmente, apenas 9% da população brasileira conclui o ensino superior, contra 26%, na média, dos países da OCDE. Dos 5,3 milhões de matriculados no ensino superior brasileiro, apenas 25% estão em instituições públicas. No Sudeste, essa porcentagem é ainda menor (em São Paulo, está em torno de 15%).

Merece menção o fato de todos os dados disponíveis mostrarem de forma conclusiva que, com raríssimas exceções, as universidades públicas são as melhores do país e as únicas em que pesquisas com qualidade reconhecida e em larga escala são realizadas.

Para o desenvolvimento do nosso país, é decisiva a priorização de uma política de incremento do número de alunos no ensino superior público. Nesse contexto, a preservação da qualidade das universidades públicas de pesquisa – como é o caso das três universidades públicas do estado de São Paulo e de um bom número de universidades federais – deve ser uma preocupação constante, pois elas são hoje a grande esperança de desenvolvimento efetivo em nosso país.

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Consolidando o primado do espaço acadêmico na ordenação da vida institucional, a Unicamp, ao longo de sua história e principalmente após a conquista da autonomia de gestão financeira e administrativa, investiu consistentemente na qualificação técnica de seus profissionais, na adequação de sua estrutura e infraestrutura administrativa e, principalmente, no estímulo à qualificação do corpo docente.

O resultado desse conjunto de ações é bem conhecido: nossa universidade, apesar de ainda muito jovem – mesmo no contexto brasileiro –, é hoje uma das mais ágeis, produtivas e representativas instituições universitárias do país.

Não há dúvida de que ela tem sabido enfrentar os muitos desafios que lhe têm sido colocados historicamente, superando-os com criatividade e competência. Raramente uma universidade cresceu tanto, em tão pouco tempo, em seus indicadores de qualidade. Pois essa jovem e destacada universidade foi construída pelo trabalho muitas vezes tenaz de um conjunto extraordinário de docentes, estudantes e funcionários, tendo à frente, nestas poucos mais de quatro décadas, os nove reitores que me precederam. A propósito, gostaria aqui de registrar meu agradecimento pessoal a dois reitores que me deram o privilegio de trabalhar em suas administrações, os professores Brito Cruz e Tadeu Jorge, com os quais aprendi como uma grande universidade deve ser conduzida com responsabilidade e segurança.

Assim, é uma grande honra, uma vasta responsabilidade e um enorme desafio ter sido escolhido pela comunidade da Unicamp para assumir o posto mais alto de sua administração.

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Uma característica da Unicamp, no que diz respeito ao ensino, é que o número de alunos matriculados em seus cursos de graduação é bastante próximo do número de alunos matriculados na pós-graduação. Em 2008, a Unicamp contava com 16.422 alunos de graduação e 14.055 de pós-graduação. Nesse ano se formaram, nos 58 cursos de graduação (hoje são 64), 2.662 alunos; já nos 139 programas de pós-graduação da universidade, 1.141 alunos obtiveram título de mestre e 748 o grau de doutor.

Além disso, a Unicamp tem respondido de forma responsável à crescente demanda que a sociedade apresenta por vagas de graduação na universidade pública. Nos últimos 20 anos, mais que duplicamos o número de vagas oferecidas no vestibular. O aumento não foi, porém, apenas quantitativo: respondeu-se criativamente à demanda por novas vagas, por meio não só do aproveitamento da estrutura existente, mas principalmente mediante a criação de novas carreiras – 23 cursos foram criados entre 1987 (ano em que a Unicamp passou a fazer o seu próprio vestibular) e 2009. Vale ressaltar que o crescimento de vagas e de novos cursos ainda teve, neste ano, a abertura de um novo campus, em Limeira, onde funciona a Faculdade de Ciências Aplicadas, que já neste primeiro ano recebeu 480 novos alunos distribuídos por oito novos cursos. Neste ano, portanto, a Unicamp conta com 3.310 vagas de graduação, o que significa um aumento de 104% em relação às vagas oferecidas no momento da conquista da autonomia financeira e de gestão, em 1989.

A educação de pessoas, sobretudo na graduação, é um dos paradigmas da Unicamp. Vale ressaltar que esse período de quatro a seis anos que os alunos passam em nossa universidade transforma-os para sempre e tem repercussão de longo prazo não só nos planos pessoal e profissional, mas também nas pessoas que estarão sob a influência de sua atuação no decorrer da vida.

Um dos principais desafios da Unicamp nos próximos anos será promover uma análise da estrutura curricular de seus cursos de graduação, com vistas não só à atualização dos conteúdos e disciplinas, mas também à racionalização dos recursos físicos e humanos. A história da formação da universidade, mesmo sendo uma história de sucesso, acarretou alguns problemas que o momento exige equacionar.

Entre esses problemas está a excessiva compartimentalização dos cursos e das disciplinas, que impede a otimização dos recursos humanos e materiais e dificulta a implantação de uma perspectiva verdadeiramente universitária, cada vez mais importante para a boa formação científica e cultural dos estudantes. Sem dúvida, ações visando a uma formação mais abrangente dos alunos contribuirão para a criação de um ambiente universitário e acadêmico em que a diversidade das áreas de atuação da Universidade seja um fator fundamental para a excelência do ensino e da pesquisa. Esta série de ações se pautará pelo reconhecimento de que as características específicas de cada área devem ser levadas em conta para a concretização dos nossos objetivos acadêmicos, dentro dos quais – e isto merece ser ressaltado – as áreas de humanidades e artes são essenciais.

Ao longo de toda a história da Universidade, o compromisso basilar com a qualidade do conhecimento se desdobra na defesa da liberdade e da autonomia acadêmica. De fato, eleger a qualidade como objetivo primeiro do trabalho universitário implica imediatamente a defesa da universidade como o locus privilegiado do saber, do livre exercício da inteligência e da expressão do pensamento ao abrigo de qualquer dirigismo. Não há excelência sem exercício da liberdade acadêmica em sua plenitude. E não há exercício pleno da liberdade sem autonomia da instituição universitária.

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Como consequência da visão de longo alcance de seus fundadores – sobretudo do professor Zeferino Vaz –, homens que de fato se preocuparam em escolher os melhores docentes e educadores para atuar na Unicamp, o desempenho de nossa pesquisa tem sido extremamente bem-sucedido e seus resultados, seja na pesquisa fundamental seja na aplicada, têm tido uma marcha crescente tanto em quantidade como em qualidade. As contribuições podem ser relacionadas em todas as áreas do conhecimento, muitas delas já com aplicações no desenvolvimento industrial, frequentemente gerando riqueza para a nação.

Importa ressaltar que a universidade é o local por excelência da pesquisa fundamental, nem sempre de utilidade imediata, mas muitas vezes – como a história mostra – essencial para os grandes avanços da humanidade.

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Por sua própria especificidade, a instituição universitária mantém com a sociedade uma forma de relação privilegiada, centrada na formação de profissionais de nível superior e na geração e difusão do conhecimento.

As atividades de extensão sem dúvida cumprem a importante função, especialmente quando se trata de interação com a sociedade, de disseminação de conhecimento produzido no âmbito acadêmico

No âmbito dessas atividades se destacam as ações de extensão comunitária, tecnológica, cultural, de capacitação continuada e de interação com instituições públicas. A Unicamp é uma das universidades brasileiras pioneiras no planejamento de políticas públicas e de cooperação com indústrias privadas e estatais, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento brasileiro. Esse tipo de interação também contribui significativamente para o ensino de graduação, de pós-graduação e para a pesquisa científica.

Área de maior visibilidade da Unicamp junto à população, a Saúde vem cumprindo suas atribuições acadêmicas e sociais há quatro décadas. Ciente de sua função institucional, o conjunto de unidades da Saúde tem proporcionado um ambiente universitário que favorece e potencializa o ensino, a produtividade científica e o desenvolvimento humano e intelectual.

Além de suas funções acadêmicas e assistenciais, a Saúde tem atuado de forma exemplar apoiando a implementação e a consolidação do Sistema Único de Saúde – o SUS –, propondo soluções regionais e nacionais para os problemas de saúde pública, prestando serviços qualificados e capacitando profissionais para atuar na execução, no planejamento e na gestão dos serviços de saúde. Esses aspectos se refletem na qualidade assistencial de suas unidades e na expressiva demanda de estudantes que buscam seus cursos e programas.

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Cabe ainda dizer que para que a universidade seja excelente é fundamental favorecer o desenvolvimento e a capacitação contínua dos funcionários, buscando formas de proporcionar o melhor ambiente de trabalho possível.

Sabemos que mesmo quando ocorre divergência, esta pode ser construtiva e importante. Deste modo esperamos uma convivência madura e cooperativa com as entidades representativas – a Adunicamp, a APG, o DCE e o STU – para que a Unicamp, no contexto da pluralidade de ideias e de interesses legítimos, continue agindo como a instituição coesa que sempre demonstrou ser, mesmo nos momentos mais difíceis. 

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Tenho a honra de ter como colega nessa jornada, como coordenador geral da Universidade, o professor Edgar Salvadori de Decca, historiador com reconhecimento intelectual dentro e fora do país, defensor da excelência acadêmica, que soma a essa qualificação científica larga experiência administrativa e notável cordialidade – coisas que raramente se encontram juntas. A ele agradeço o companheirismo durante a gestão que se encerra e durante a campanha que nos trouxe até aqui.

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Gostaria de agradecer a algumas pessoas que tiveram responsabilidade direta no fato de eu estar aqui hoje. Começo por citar dois professores importantes na minha formação, o Dr. Cássio Bottura e o Dr. Helio Lourenço de Oliveira, ambos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, já falecidos, com quais aprendi que o trabalho sério e a dedicação integral à Universidade são fundamentais não só para quem o faz, mas também para o próprio desenvolvimento da sociedade.

Minha mãe, Dona Lourdes, que está entre nós hoje, e meu falecido pai, Lauro. Ambos me ensinaram por suas ações a importância da vida em família, da integridade, da honestidade e do valor do trabalho.

Minha esposa Sandra, que é responsável por tudo o que consegui construir na vida, a meus filhos Daniel e Maria Laura, e à minha netinha Giovana, cujo nome fica aqui como promessa de vida renovada.

Finalmente, o meu agradecimento a todos aqueles que ao longo dos anos me apoiaram e tornaram possível minha vida acadêmica, toda ela dedicada à assistência médica e à produção do conhecimento nas áreas que me são afetas, quase sempre de permeio com atividades administrativas. Com isso ressalto o fato de que tanto a ciência quanto a administração são quase sempre tarefas coletivas, onde o mérito individual frequentemente é consequência natural do esforço de muitos.

Com a participação de toda a comunidade, professores, estudantes e funcionários, espero poder cumprir as tarefas que nos impusemos para o presente e para os quatro anos que começam hoje, além de preparar aquelas que se destinam a construir o futuro da Unicamp. Isto implica ter lucidez suficiente para escolher as prioridades corretas, escolher as pessoas certas para realizar os objetivos propostos e, finalmente, com a ajuda de todos, elevar a Unicamp a patamares acadêmicos ainda maiores, para também levantar bem alto a viga do desenvolvimento social e humano de nosso país.

Muito obrigado".


 
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