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‘É preciso que tradutores com vocação
poética proponham traduções criativas’

Parte do Grupo de Trabalho Odorico Mendes durante o lançamento dos livros: trabalho de fôlego (Foto: Divulgação/Reprodução)
(Continuação da página 5)

JU – Qual o peso dessas edições para a compreensão de clássicos e para os estudos literários no país?

Vasconcellos – Como já disse, a meu ver essas edições podem contribuir para a formação de tradutores dos clássicos que, como Odorico, assumam a tarefa de recriação em português dos efeitos propriamente poéticos do original, o que é desafiador, saudavelmente complexo. Não nego a importância de traduções do tipo filológico, acadêmicas, que traduzem mais o sentido primeiro e não se preocupam em criar análogos dos efeitos de som e ritmo do original. Essas edições têm seu papel: acompanhadas de estudo e notas, divulgam o texto antigo e são úteis para quem toma o texto como fonte. Mas nossa apropriação dos clássicos seria muito pobre se só houvesse esse tipo de trato com os clássicos.

Não podemos esquecer que os latinistas e helenistas trabalham com textos literários, alguns deles obras fundamentais na história literária do ocidente, que exerceram uma influência gigantesca por seu valor estético. É preciso, então, que tradutores com vocação poética, tradutores criativos, proponham traduções criativas que, a partir dos textos originais, produzam textos com valor literário. A meu ver, é isso que, pensando no público leigo, fora dos muros da universidade, dá verdadeira vida aos clássicos. Esse mundo clássico vive através, sobretudo, de textos literários e, quando esses textos ganham traduções interessantes, atraem leitores que não são e nunca serão especialistas em latim ou grego, mas que se encantam com a grandiosidade das obras que a tradução deixou entrever.

No campo dos estudos literários, as traduções de Odorico podem ajudar a chamar a atenção dos jovens para nossa herança clássica, e não apenas a diretamente grega e latina. Um leitor de Camões, por exemplo, ao ler a tradução da Eneida de Odorico perceberá como o maranhense se colocou na tradição épica camoniana, chegando a incorporar versos inteiros dos Lusíadas em sua tradução. Acima de tudo, quem quer que se encanta com o uso expressivo da língua portuguesa na literatura terá um vasto território a explorar com Odorico.

Gonçalves Dias dizia que ninguém conhecia melhor a língua portuguesa do que Odorico Mendes. O leitor encontrará nele um vocabulário rico, muitas vezes tomado aos clássicos da língua portuguesa como Camões, e uma sintaxe com tantas construções desconhecidas da maioria que a leitura frequente de Odorico acaba por se transformar numa espécie de curso de língua portuguesa em seu registro literário, uma amostra privilegiada das potencialidades expressivas da língua.

O professor Paulo Vasconcellos, coordenador do grupo: “As traduções de Odorico podem chamar a atenção dos jovens para nossa herança clássica” (Foto: Antoninho Perri)JU – Quais são os próximos projetos do grupo?
Vasconcellos – Atualmente, trabalhos numa edição das Geórgicas nos mesmos moldes da edição da Eneida Brasileira e das Bucólicas. Recentemente, a atriz que mencionei passou a integrar oficialmente o grupo. Esperamos promover mais récitas de trechos das traduções de Odorico Mendes. Quando terminarmos a anotação de toda a tradução de Virgílio, que é o trabalho prático mais importante do grupo, pensaremos no passo seguinte. Venho acalentando o sonho de reunir uma equipe multidisciplinar para uma pesquisa profunda sobre a vida de Odorico Mendes, que, como se sabe, foi um político importante sob o Império. Há na vida dele alguns enigmas; por exemplo: onde estão os manuscritos das traduções dos clássicos?

Sonho com um trabalho de investigação que produza uma biografia de Odorico e saliente os dois aspectos mais notáveis de sua vida: a atuação como político que funda jornais e se dirige com franqueza ao imperador e seu trabalho inédito de tradução de todas as obras de Homero e Virgílio. Se esse projeto não vingar, espero que alguém pense em algo parecido e preencha essa lacuna, pagando o tributo definitivo a um homem da grandeza de Odorico. E quando não houver mais traduções de Odorico a anotar, espero criar um grupo para fazer trabalho semelhante com outras boas traduções dos clássicos.

JU – Em que pese o fato de Odorico Mendes ter traduzido toda a obra poética de Virgílio e Homero, em pleno século XIX, seus trabalhos foram alvos de críticas à época e em períodos subsequentes. A que o senhor atribui esses comentários?
Vasconcellos – Há aspectos da tradução de Odorico que só mais tarde viriam a ser avaliados com ponderação. Por exemplo, ele heleniza o português ao traduzir Homero, criando, por exemplo, compostos poéticos à moda homérica: olhicerúlea, pulcrícoma... Nas traduções dos clássicos, Odorico muitas vezes usa sintaxe que imita a latina, como que latinizando o português. Assim, o português se enriquece com a influência do latim e do grego sobre ele. O Brasil da época de Odorico não estava preparado para essa ousadia. Mas o fato é que muito dos equívocos de que Odorico foi vítima tem uma fonte precisa: um juízo tão apressado quanto cáustico do crítico literário Silvio Romero, que depois foi repetido por outros críticos e estudiosos.

O fato também de ter passagens difíceis por causa do vocabulário e da sintaxe não ajudou. Soma-se a isso o conhecimento parco dos clássicos no original e está feita a mistura ideal para que o pobre Odorico seja tão incompreendido e tão violentamente atacado – ainda hoje é, em certos meios, se bem que cada vez mais raramente. Mas prefiro ressaltar que hoje o resgate de Odorico como tradutor, por obra de pessoas como Haroldo de Campos e o professor de grego da USP Antonio Medina, entre outros, e edições como a de nosso grupo, é completo. Pode-se gostar ou não das traduções, mas estão dados os meios para sua leitura desprovida de preconceitos (e quanta gente não falou de Odorico sem sequer o ter lido de fato!) e sua compreensão.

JU – Paradoxalmente, como o senhor assinalou, coube a Haroldo de Campos resgatar essa obra e dimensionar sua importância, ressaltando sobretudo o esforço de recriação – ou “transcriação”, tema caro aos concretistas – dos poemas. Essa chancela tornou a obra de Odorico, digamos, mais acessível e/ou chegou a sensibilizar parcela da crítica?
Vasconcellos – Não tenho dúvida de que Haroldo de Campos é o primeiro grande responsável pelo resgate de Odorico. Se o grande teórico da tradução, grande poeta e erudito declara que a tradução de Odorico é pioneira no Brasil na ideia de tradução como recriação, muitos dos seus leitores são levados a questionar o arraigado juízo negativo e a olhar as traduções de Odorico com menos preconceito. Mas é curioso que durante algum tempo certos setores da academia também tinham certo preconceito contra os concretistas e, então, entre certas pessoas, o aval de Haroldo não resultava em benefício de Odorico...

Mas eu prefiro mesmo que tudo isso seja esquecido e que celebremos tanto interesse, pelo Brasil afora, por uma obra que já foi alvo de pesada incompreensão. O que eu acho interessante é ver como muitos jovens – mesmo fora do meio universitário – se encantam com a poesia das traduções e não se importam com o esforço que precisam ter para sua leitura. Vi jovens poetas incorporando a seu vocabulário expressões de Odorico, influência, portanto, não apenas em modos de traduções mas na criação mesma de poesia original. Que maior homenagem do que essa?

JU – Quais foram, na sua opinião, as maiores contribuições das traduções de Odorico Mendes e o que elas significaram em um país até então com pouca ou nenhuma tradição nesse campo?
Vasconcellos – As traduções de Odorico são um belo exemplo de tradução poética. Aliás, no subtítulo de sua tradução da Eneida, Odorico fala em “tradução poética”. Para os classicistas, essas traduções são um objeto interessante de meditação constante: o tradutor pode aprender ali muitas maneiras criativas de verter efeitos poéticos do original latino ou grego. Há elementos das línguas clássicas que um tradutor menos empenhado poderia achar intraduzíveis, como a maior liberdade na ordem das palavras e o ritmo quantitativo do verso, um ritmo dado pela sucessão de sílabas pronunciadas de forma mais longa ou mais breve.

Em vez de dizer que esses elementos são intraduzíveis porque alheios ao português, Odorico procura em português efeitos análogos, muito engenhosos. Por exemplo, um verso do original tem uma sucessão de sílabas longas, em ritmo regular; o tradutor, nesse caso, emprega um ritmo absolutamente regular em português, criando efeito análogo. A mesma coisa para dar impressão de rapidez num ritmo rápido. Cito um pequeno exemplo. Numa passagem da Eneida, Virgílio descreve, numa cena de caça, cabras que se precipitam de uma montanha. Essa descrição é precedida de um verso cheio de longas, em ritmo vagaroso; a cena das cabras começa com ritmo rápido, ágil. Para produzir um efeito análogo em português, Odorico recorre a uma sucessão de dissílabos, todos paroxítonos (uma sucessão de tônicas e átonas), com forte repetição do som “p”: “Bravias cabras pelos picos pulam”. Eis um verso muito expressivo; sentimos o movimento dos animais, reproduzido vivamente pelo ritmo e pelos sons... Em vez de desistir do efeito do original porque ele seria intraduzível, Odorico o traduz, com meios diversos, porque são recursos de uma língua diferente, mas com a mesma expressividade e felicidade do original.

JU – O que falta para que a obra e a trajetória do maranhense sejam difundidas? O que vem sendo feito nessa direção?
Vasconcellos – Poucos lêem poe­sia no Brasil, por isso não tenho esperanças de que a obra tradutória de Odorico atinja um vasto público. Mas acho que as edições anotadas, as récitas, palestras e artigos em revistas criam e continuarão a criar novos leitores e apreciadores de Odorico Mendes, na universidade e fora dela. Durante um bom tempo, essas traduções só estavam acessíveis a uns poucos. O que ainda realmente falta é divulgar Odorico no exterior, já que suas traduções têm uma grandeza que podem atrair o interesse dos leitores e estudiosos dos clássicos, apesar das dificuldades de uma língua relativamente pouco conhecida mundialmente.

Em dezembro, alguns membros do grupo apresentarão comunicações sobre Odorico num congresso em Cuba; vamos ver se conseguimos alguma repercussão. Talvez devêssemos repetir a experiência em outros países. E se pensarmos que Odorico teve uma ligação estreita com a França, onde passou a viver a partir de 1847 até sua morte em 1864, seria interessante divulgar as traduções nesse país. Aliás, Maurice Druon, o escritor e presidente da Academia Francesa de Letras, é descendente de Odorico.

Seria interessante que o grupo contasse com uma estratégia de divulgação no exterior, além da que já temos, nossa página na internet. Imagino que mesmo sem ter pleno acesso ao difícil texto de Odorico, estrangeiros devem se interessar por informações gerais a respeito de um projeto sem igual: a tradução integral, em versos, de todo Homero e todo Virgílio!

JU – O que o sr. destacaria no campo da tradução no país?
Vasconcellos – Há muita tradução descuidada em nosso país, e os casos de plágio, recentemente noticiados pela imprensa, são apenas o lado mais extremo disso, mas, ao mesmo tempo, o Brasil conta com excelentes tradutores e trabalhos importantes, como o da tradução de Nietzsche por Paulo César Souza, trabalho de filólogo e ao mesmo tempo atento para o estilo do filósofo. Augusto de Campos continua produzindo suas traduções magníficas. Destacaria, na nossa área dos clássicos da Antiguidade, as traduções de nosso colega de IEL, o professor Trajano Vieira, que, na linha dos irmãos Campos e Odorico, tem produzido belas traduções das tragédias gregas. No campo do trabalho mais estritamente filológico, muita coisa interessante se tem feito. Mas o fato mais animador é que várias editoras do país têm publicado traduções dos clássicos. O mercado está aberto. Acho que, considerando as últimas décadas, nunca o momento foi mais propício para o tradutor de obras em latim ou grego antigo. Isso é essencial.

 

QUEM É - Paulo Sérgio de Vasconcellos é ex-professor de Latim da USP e da Universidade Mackenzie e atual professor da mesma disciplina no Departamento de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), função que exerce desde 1988. Tem-se dedicado, sobretudo, ao estudo da poesia latina. Entre seus livros, destacam-se Catulo, Cancioneiro de Lésbia, uma edição comentada de poemas do poeta romano Catulo (séc. I a.C.) e Efeitos intertextuais na Eneida de Virgílio, sobre os ecos intertextuais na epopéia de Virgílio e sua significação. Atualmente, coordena o trabalho de anotação e comentário das Geórgicas de Virgílio na tradução de Odorico Mendes e finaliza uma sintaxe do período subordinado latino para uso nas universidades.

Um texto de Odorico Mendes *

Advirto aos meus leitores que não aspiro a dizer coisas novas;
dar-me-ei por mui ditoso com dizer coisas boas.

O amor da liberdade é a mais forte das paixões dos homens e funde-se no desejo que tem cada um de se conservar e de empregar sem obstáculos as suas faculdades para se tornar virtuoso. Em todos os corações gravou a natureza este sentimento, quis que fosse aferrado ao seu ser em cada indivíduo da geração humana; a violência, o hábito, a ignorância, a opinião podem algumas vezes afrouxar ou enfraquecer estes laços, mas nada o poderá nunca destruir; este fogo, sufocados às vezes, sempre renascerá das suas cinzas.

O uso que se faz da liberdade é injusto quando transpomos as raias que nos prescrevem as leis, é ilícito quando não se encerra nos limites marcados pelo pacto social. E a sociedade sem dúvida, pode para bem comum circunscrever a liberdade dos seus membros ou regular o exercício dela.

Quando se diz que os homens são livres por natureza, não se quer significar que os homens nascem com uma inteira independência. Em todos os instantes da sua existência são sujeitos às leis que lhes impõe a natureza e a razão, enfim eles são subordinados às leis sociais, que sendo justas, não são mais que a fiel intérprete da natureza e da razão.

O governo, órgão da sociedade encarregada por ela de determinar os limites da liberdade de seus membros, explica-se por meios das leis. Se são justas estas leis, fazem com que os cidadãos gozem de toda liberdade que a natureza e a razão lhes permitem exercer, relativamente as precisões e as circunstâncias da sociedade.

Liberdade é faculdade que tem cada um de fazer para seu bem tudo o que permite a natureza do homem em sociedade. Esta definição é própria para distinguir-se a verdadeira liberdade dessa total e quimérica independência, que nunca foi a partilha do homem; far-nos-há conhecer quanto ela difere da desarrosoada licença, cujo uso seria nocivo tanto a nós como a outros...(extraviado) Cometer ações opostas as leis da natureza e da razão, e por consequência contrária ao fim social, não é mais que um delírio insuportável, que, por interesse geral, se deve reprimir e castigar. Mas por outra parte, quando a lei nos impede que façamos o que a natureza, a razão, o bem da sociedade exigem de nós ou nos permitem, é então injusta e tirânica; exceda o seu poder, visto que toda lei civil tão somente pode aplicar as leis da natureza ou interpretá-las do modo o mais conforme ao bem de cada sociedade.

O bem da sociedade deve ser a medida da liberdade de seus membros. Os homens reunindo-se submetem-lhe suas ações, e se impõe o dever de nunca fazer uso de uma ilimitada independência, nenhum deles consente em ser despojado do direito de fazer o que, sem ofender os outros, possa contribuir para a sua própria felicidade e segurança. Assim, nem a sociedade, nem os seus membros em particular, podem renunciar a liberdade.

Advirto que a palavra independência, de que uso tanto neste artigo, é em diverso sentido daquele, que hoje tem geralmente esta palavra no Brasil: significa neste caso não de fazer o que se quer sem sujeição. Faço esta nota porque esta folha pode ser lida por homens rudes, que confundem os termos; e todos sabem quão necessário é determinar a força e a significação dos vocábulos, mormente quando dizem respeito a coisas tão delicadas.


*Texto publicado em 1825 no periódico Argos da Lei, número 7,
e que é interpretado por Patrícia Braga (foto) em récitas

Integrantes do grupo

Alexandre Hasegawa (USP)
André Albino de Almeida
Aristóteles A. Predebon
Bianca Morganti (Unifesp)
Brunno Vieira (Unesp)
Carolina Alves Ferreira
Charlene Martins Miotti
Daniel Rossi
Giovani Klein
Isabella Tardin Cardoso (docente)
Josiane Martinez
Júlio Maria do Carmo
Leandro Vendemiatti
Lucy Ana de Bem
Maria Célia Nobre
Mariana Musa de
Paula e Silva
Matheus Trevizam
Patrícia Braga
Patrícia Prata (docente)
Paulo Sérgio de Vasconcellos (coordenador)
Robson Tadeu Cesila
Sidney Calheiros de Lima
Yma Souza de Abreu

 

Baú com produção poética se perdeu durante viagem

Manuel Odorico Mendes nasceu em 1799, em São Luís do Maranhão, onde fez seus estudos pré-universitários. Ingressou no curso de Medicina em Coimbra, mas concluiu apenas o de Filosofia Natural; a morte do pai obrigou-o a voltar para o Brasil. Foi um político de renome no Império, destacando-se por sua atuação combativa, liberal e democrata. Escreveu poesia que se perdeu quase toda. É famoso o episódio do baú em que Odorico guardava sua produção poética e que se perdeu durante uma viagem rumo ao Rio de Janeiro. Fundou jornais e colaborou em vários órgãos da imprensa. Em 1847, depois de ter sido duas vezes deputado pelo Maranhão, aposentado do serviço público, mudou-se para a França, onde se dedicou à tradução de Virgílio e Homero. Faleceu em 1864, em Londres, que visitava antes de um planejado retorno ao Brasil em companhia de Gonçalves Dias.

Além de vários artigos em jornais, Odorico é autor de um poema que se tornou famoso em sua época, o Hino à Tarde. Como tradutor, Odorico verteu duas tragédias de Voltaire, toda a epopéia homérica (Ilíada e Odisséia) e toda a obra de Virgílio (Bucólicas, Geórgicas e Eneida). A Eneida teve uma primeira versão publicada sob o título de Eneida Brasileira em 1854; a segunda versão saiu no livro Virgílio Brasileiro, de 1858. As traduções de Homero saíram postumamente.

Fonte: Paulo Sérgio de Vasconcellos

 

 
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