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IQ aprimora preparação
de fármaco para diabetes,
Alzheimer e Parkinson

O professor Fernando Coelho no Laboratório de Síntese de Produtos Naturais e Fármacos: técnica utiliza matéria-prima abundante e de baixo custo (Fotos: Antoninho Perri)Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, mais especificamente do Laboratório de Síntese de Produtos Naturais e Fármacos (LSPNF), acabam de desenvolver uma nova metodologia para a preparação do Efaroxan, fármaco que pode ser utilizado no tratamento de diabetes e de doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. O método se diferencia dos convencionais por simplificar o processo de síntese, ampliar o rendimento do produto e empregar matéria-prima abundante e de baixo custo. A técnica, cuja patente foi requerida pela Universidade no último mês de julho, está na fase que antecede o licenciamento para o setor produtivo.

Instituto já requereu a patente da nova metodologia

De acordo com o professor Fernando Coelho, coordenador do LSPNF, a nova metodologia foi desenvolvida durante a pesquisa para a dissertação de mestrado de um dos seus orientados, Gabriel Pinto de Carvalho e Silveira, que será defendida em novembro. O método usado no processo de preparação do Efaroxan, afirma o docente, é absolutamente original. Sem entrar em detalhes, em razão do sigilo que esse tipo de atividade requer, ele explica que a técnica simplifica algumas das reações necessárias à obtenção dos ésteres ou ácidos utilizados na produção do fármaco. Ela suprime, por assim dizer, algumas etapas do processo.

Além disso, a matéria-prima que serve à metodologia é abundante e de baixo custo. “Nós utilizamos como substrato um derivado do ácido acrílico, que é o mesmo material usado, por exemplo, na preparação de lentes para óculos e de cortinas de banheiro”, exemplifica o professor Fernando Coelho. Por último, o método desenvolvido pelos pesquisadores permite um rendimento sintético superior ao obtido por meio dos processos convencionais. O coordenador do LSPNF considera que os resultados alcançados em escala laboratorial permitem classificar a técnica como promissora. O próximo passo, conforme o especialista, será elevar a produção, que passaria do padrão miligramas para quilo. “Essa transição geralmente exige alguns aperfeiçoamentos e adaptações, mas não creio que enfrentaremos grandes problemas”, prevê.

Tão importante quanto gerar produtos e processos que possam trazer benefícios para a sociedade, as pesquisas desenvolvidas no LSPNF têm contribuído para formar recursos humanos de altíssima qualidade. Vários dos profissionais que passaram pelo laboratório, assegura o seu coordenador, estão atuando em grandes empresas ou dando aulas em importantes universidade do país. “Isso é muito gratificante, pois estamos colaborando tanto para a produção do conhecimento quanto para a geração de riquezas para o Brasil”, analisa o professor.

Desafio – Segundo Fernando Coelho, a pesquisa em torno do processo de preparação do Efaroxan é importante porque o medicamento tem uma característica especial. Ele pode ser empregado pela medicina no tratamento de diferentes doenças, como Alzheimer, Parkinson e diabetes. “Com a ampliação da expectativa de vida dos brasileiros, essas enfermidades tendem a se tornar mais comuns entre a população. Assim, o desenvolvimento de medicamentos mais eficazes e baratos passa a ser um desafio constante para a ciência. Nós estamos nos esforçando para contribuir para a solução desse problema”, diz.

Os estudos realizados no LSPNF têm sido financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), organismo do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), e Fundo de Apoio ao Ensino e à Pesquisa (Faep), gerido pela própria Unicamp. (M.A.F.)


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