RAQUEL DO CARMO SANTOS
Pesquisa conduzida no Instituto de Química investigou concentrações de íons metálicos como manganês, cádmio e arsênio em moluscos no manguezal do Recôncavo Baiano. Segundo a química Rita Maria Weste Nano Carvalho, os resultados servem para direcionar outros estudos referentes a questão alimentar e contaminação na região, que abriga a área petrolífera de São Francisco do Conde. Segundo a pesquisadora, o molusco Anomalocardia brasiliana ou chumbinho, assim conhecido popularmente é bastante comum no local. A pesquisa visou relacionar íons metálicos no tecido do molusco e que podem estar presentes na água ingerida por ele. “No caso de água contaminada, o componente é absorvido no organismo do molusco, que ao servir de alimento aos humanos pode oferecer risco à saúde”, explica.
Os dados da pesquisa servem ainda como sinalizadores de contaminação na área habitada pelos moluscos. A legislação estabelece limites para concentrações de íons metálicos. Rita Carvalho ressalva, no entanto, que os resultados obtidos não garantem contaminação da área e que outros estudos começam a ser feitos para estabelecer parâmetros mais confirmativos. “Entre outras hipóteses estão as características específicas dos moluscos ou até mesmo a formação dos sedimentos. É preciso investigar outras variáveis”, destaca.
Orientada pela professora Solange Cadore, a tese de doutorado “Determinação de íons metálicos em moluscos bivalves do manguezal da região petrolífera de São Francisco do Conde Recôncavo Baiano” é parte de um projeto amplo envolvendo outros centros de pesquisa da região Nordeste do país.