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..............Campinas,
7 a 13 de maio 2001
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....MÚSICA |
Unicamp |
Show
resgata talento de Clara Nunes
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E ela se foi pra cantar, para além do luar, onde moram
as estrelas. E a gente fica a lembrar, vendo o céu clarear,
na esperança de vê-la, Sabiá. Assim
cantou um dia a sambista Alcione em homenagem à amiga
Clara Nunes, à qual chamava de Sabiá. As lembranças
foram guardadas por aqueles que a viram brilhar no palco e nas
emissoras de TV e rádio. Pouco lembrada pelo público
atual para uma pessoa tão representativa na cultura brasileira,
na opinião da cantora Carla Vizeu, ex-aluna do curso
de Música Popular Brasileira da Unicamp.
Carla
é Clara no show Clarear, com pré-estréia
marcada para quarta-feira (dia 9), a partir das 12h30, no auditório
do Instituto de Artes da Unicamp. É um musical cênico,
segundo a cantora, que tem a responsabilidade de homenagear
a artista Clara Nunes, e apresentar tanto interpretações
registradas na memória das pessoas, quanto trabalhos
desconhecidos pela maioria do público. A artista traz
de volta a imagem de Clara Nunes, resgatada desde o figurino
até a escolha do cenário, com uma ambientação
de um fundo de quintal e de um terrero de candomblé.
Além do resgate, Carla Vizeu apresenta uma Clara que
não se limitava à música do candomblé.
Ela tem trabalhos de bossa nova, samba canção,
e músicas de Candeia, que apresentaremos no show.,
antecipa. Fazem parte do repertório a ser apresentado
pelo grupo composições de Tom Jobim, Chico Buarque
de Holanda, João Nogueira e Paulo César Pinheiro
que, segundo Carla Vizeu, foram muito bem representadas pela
sambista.
Carla
é formada em Música Popular Brasileira pela Unicamp.
O seu romance com o canto começou durante
sua participação no coral do Instituto de Biologia
(IB) da universidade, quando trocou os experimentos realizados
nos laboratórios do IB pelo som que insistentemente ecoava
do departamento de música do IA. A nova carreira já
está marcada por participações como vocalista
em shows de Tânia Alves, Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon
e Arismar do Espírito Santo. A banda que acompanha a
cantora é formada por Eduardo Lobo, aluno do curso de
música, no violão de sete cordas; Chico Santana,
na percussão; Luciano Baradel, no cavaquinho. A banda
foi formada especialmente para a montagem do espetáculo
Clarear. Clarear porque é preciso luz, justifica
Carla. Porque é preciso a força da luz que
existia em Clara para sobreviver neste mundo..., reforça
a musicista no texto preparado para a introdução
do show.
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Enredos
da folia registram história brasileira
As
histórias resgatadas em sambas de enredo vão
desde a mitologia grega até temas da atualidade.
Um canto para o grito de Zumbi dos Palmares no centenário
da liberdade, um pouco de Maurício de Nassau,
as festas de Baco, o contraste entre o luxo e o lixo
por Joãosinho Trinta, a história da mulher
rendeira e até um Bye bye, Sarney
ecoaram nos três dias de folia nos carnavais carioca
e paulista. O que foi criado com o intuito de divertir,
de provocar risos e deixar extasiado qualquer turista,
serve para contar parte da história do mundo
e toda a história brasileira. As composições,
se reunidas em uma coletânea, tornam-se a crônica
brasileira.
O
que há de sério no riso do povo? No livro
Ecos da Folia, a professora do departamento de história
da Unicamp Maria Clementina Pereira Cunha narra a história
do Carnaval do Rio de Janeiro no final do século
19 e nas primeiras décadas do século 20.
Encantos mil? Protesto também. O reinado de Momo,
segundo a autora, enlaçava novidades e unia a
crítica política e social à diversão.
A história carnavalesca contada por Maria Clementina
vem acompanhada de relatos sobre as lutas pela abolição,
pelos sonhos de monarquistas e republicanos, pelas expectativas
dos negros da Cidade Nova, do racismo e das propostas
para civilizar o País.
Acompanhado
de material ilustrativo, a autora apresenta os personagens
que faziam o carnaval na época. Tenentes do Diabo
e Pés Espalhados eram as agremiações
que garantiam a Festa de Momo aos cariocas. Os mascarados
e zé-pereiras, foliões de primeira classe
e intelectuais patriotas, e zé-povinho, eram
os nomes que acompanhavam os negros dos bairros populares
da cidade maravilhosa.
O
livro de Maria Clementina mostra que, se analisados
por olhos críticos, os sambas de enredo, assim
como divertir, têm muito a ensinar. A pedagoga
Angela Luzia Balthazar lembra que alguns dias após
a morte do escritor Carlos Drumond de Andrade, um professor
solicitou uma redação sobre o escritor.
Apreciadora do carnaval carioca, a então estudante
secundarista não titubeou em buscar informações
no samba enredo da Escola de Samba Mangueira, composto
por Rody, Verinha e Bira do Ponto em seu texto para
garantir uma boa nota. Livros como Ecos da Folia podem
servir de material de pesquisa em trabalhos de literatura,
folclore, cultura popular e história.
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