O jogo das flores
japonês realizado em família e a confecção de tapetes
para procissão de Corpus Christi observados desde a infância
inspiraram a artista plástica Helena Okada, de 24 anos, na criação
dos vitrais instalados em sua exposição de formatura. O tapete
feito de pó de vidro no chão da galeria foi inspirado na procissão
de Corpus Christi que é uma tradição em minha cidade, Matão,
diz a artista. Helena faz parte do grupo de 12 formandos de 2001 do Departamento
de Artes Plásticas da Unicamp que expõem suas peças até
o dia 13 de julho na Galeria de Arte, ao lado da Biblioteca Central. A exposição
é aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9 às 17
horas.
Os trabalhos
selecionados para a mostra são inéditos e apresentam as mais variadas
técnicas. Gravuras, óleo em tela, assemblage (colagem), xilogravura
e as curiosas técnicas mistas. A arte de Pedro Hurpia mistura desenho e
fotografia. Segundo o artista, a técnica (mista) consiste na transposição
de imagens fotográficas, mas com o original de um desenho manual. Curiosa
também é a arte O pé de Antonio. A autora das xilogravuras,
Cissa Veiga, revela que o pé, personagem de seus cinco quadros, é
de Antonio, funcionário da banca de livros e revistas do Instituto de Artes.
A artista afirma que o trabalho com pés era realizado antes de entrar na
faculdade, somente agora, no último ano o retomou na xilogravura. Ele
tem um jeito muito especial de cruzar os pés. As pessoas que o conhecem
conseguem reconhecer o pé dele na gravura, comenta. Cissa representa
a mesma peça em diferentes cores. A idéia, segundo ela, é
mostrar a maneira como as cores podem interferir na apresentação
do trabalho do artista. A cor modifica o trabalho, argumenta. Além
das xilogravuras em madeira, Cissa expõe um caderno com cinco variações
de cores para O pé de Antonio. Quanto à formatura, Cissa diz que
pretende emendar a graduação ao mestrado em História da Arte,
no Brasil. Depois, pretende realizar o sonho de ir para o Exterior estudar restauração
de obras de arte. A
assemblage de Cristiana Padilha é dedicada aos pássaros. Escolhi
este animal porque, ao mesmo tempo que pode ser delicado e frágil, pode
representar força e liberdade.A artista acredita que o objeto, bastante
explorado em suas colagens, tornam o trabalho mais real. A
mulher também teve sua representação pelas mãos da
artista Fabiana Azevedo, de 25 anos. Suas obras exprimem suas relações
afetivas e suas emoções e sempre abordam o universo feminino. As
obras sempre representam um sentimento meu, mas sempre têm influência
no que está acontecendo fora. Fabiana considera a expressão
humana infinita e sempre aproveita em seu quadro o jeito de olhar ou de gesticular
de uma pessoa. O ser humano é surpreendente, você pode pegar
a mesma pessoa e ver nela diferentes expressões, argumenta. Fabiana
já tem emprego garantido na despedida do curso. Ao lado da amiga Helena
Okada, ela desenvolve projetos artísticos na Vitrais Ton Geuer, empresa
administrada pelo holandês Ton Geuer, que há 40 anos produz vitrais
para igrejas e arquitetos. Estão
presentes também na exposição obras dos formandos Ana Paula
Waki, Cal, Carina Thadeo, Fraya Bateman, Lílian Zanvettor, Priscila Calsavara
e Tatiana Gonçalves. Até o dia 13 de julho o público pode
apreciar a riqueza da arte que é feita na universidade. Para quem
está cursando, eu recomendo que não fique esperando que o professor
traga tudo. Ele dá as pistas e a oportunidade de o aluno escolher. O aprendizado
depende do aluno, recomenda Cristiana Padilha. A Galeria de Arte da Unicamp
fica na Rua Sérgio Buarque de Holanda, térreo da Biblioteca Central.
O telefone da galeria é (19) 3788-7453. O email é galeria@iar.unicamp.br/galeria |