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..............Campinas, 23 a 29 de julho 2001

Unicamp
Unicamp
...Literatura - pág. 1 ...Incrições - pág. 5
...Energia I - pág. 2...Oportunidades - pág. 5
...Energia II - pág. 2...Eventos futuros - pág. 6
...Saúde - pág. 3...Teses - pág. 6
...Serviço - pág. 3...Trasnporte / Dança - pág. 7
...Painel da semana - pág. 4...Serviço - pág. 8
...Em dia - pág. 4...Segurança alimentar - pág. 8
Unicamp
....ENERGIA I
Unicamp
Unicamp estuda co-geração de
energia no Hospital das Clínicas


A Unicamp sempre teve conhecimento da real importância do uso racional de energia. “Antes mesmo da comoção nacional diante da iminência do apagão o problema já preocupava a Unicamp”, disse o reitor Hermano Tavares - destacando que já foi docente e diretor da Engenharia Elétrica -, durante a apresentação oficial do relatório final da CPFL/Ecoluz com o diagnóstico das condições de uso de energia da universidade, e as propostas de redução de consumo.

O diagnóstico, apresentado oficialmente no dia 18 de julho, com a presença de autoridades representantes da Unicamp, CPFL, Ecoluz e Prefeitura Universitária, foi encomendado no início do ano. Entre as propostas, há estudos para uma solução inovadora adicional: a implantação de um sistema de co-geração com gás natural no Hospital das Clinicas, fornecendo energia para múltiplos usos (energia elétrica, ar condicionado, vapor, refrigeração, etc). “Este sistema será utilizado também com fins didáticos e como demonstração para setores comerciais e industriais”, afirma o professor Isaías Macedo, assessor especial da reitoria da Unicamp.

A avaliação do potencial de redução do consumo de energia elétrica e dos custos associados no Campus Central da Unicamp, no HC e no Caism, feita pela CPFL e a Ecoluz, revela vários pontos onde podem ser otimizados os sistemas de energia, tais como iluminação viária e interna, ar condicionado e refrigeração (alguns setores), bombas de recalque (campus central), isolamento de tubulações (no HC), o sistema elétrico, e gerenciamento energético (sugestões para desenvolvimento).

No nível conceitual básico os estudos indicam a possibilidade de redução de cerca de 24% da energia consumida, com redução de custo de R$ 1.9 milhões por ano (29% do custo atual) e investimentos de R$ 8.2 milhões. A Prefeitura Universitária já providenciou a troca de mil lâmpadas de mercúrio por outras de vapor de sódio, dentro das ações emergenciais iniciadas em maio, informa o sub-prefeito Luiz Carlos de Almeida. “Estamos em fases de testes dos produtos que serão utilizados na medição por área”, antecipa. Para o HC e Caism estão sendo propostas ações de otimização dos sistemas de ar condicionado e vapor, além de readequação dos transformadores.

 

...ENERGIA II


Universidade participa de fórum sobre energia

A Unicamp acaba de tomar mais uma iniciativa na contribuição para a discussão da crise energética que vem atravessando o país. Desta vez, em conjunto com a Prefeitura de Campinas e Câmara Municipal, foi lançado o Fórum de debates “Cidadania e Energia” no último dia 17, visando aglutinar diversos segmentos da sociedade – trabalhadores, estudantes, sindicatos, partidos políticos, Igrejas e mídia – para participação na definição do modelo de produção de energia. Além do prefeito Antonio Costa Santos e do vereador Sérgio Benassi, o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Renato Teixeira Mendes, também participou da mesa de discussão. Como palestrante convidado estava o professor emérito da Unicamp e Secretário Municipal de Cooperação Internacional, Rogério Cerqueira Leite.

De acordo com Teixeira, a Unicamp tem se mostrado aberta aos debates que estão surgindo por conta deste assunto. “As medidas práticas serão apresentadas ao longo das discussões”, afirma. Ele entende que se trata de um trabalho amplo e que os desafios vão surgindo a cada encontro. Da mesma opinião, o prefeito Toninho, estimula este tipo de iniciativa e já diz apoiar totalmente às alternativas que surgirem a partir do Fórum.

Na palestra de abertura, Rogério Cerqueira Leite que também já presidiu a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), na década de 90, iniciou sua fala com a pergunta: “Se o Brasil tem um significativo potencial energético, por que não se aproveita?”. Em linhas gerais, o físico, traçou um histórico dos meios de produção de energia a partir do fogo, passando pelas revoluções industriais até os dias de hoje. “Energia é um elemento de poder e o Estado faz força para manter este controle”, diz ele. Em sua opinião, o cidadão tornou-se apenas um consumidor e não controlador do serviço. Com isso, a cidadania é ofendida na medida em que se paga uma conta por não cumprir um contrato, uma meta.

Leite acredita que o cidadão tem se tornado alienado. “Precisamos alertar o povo que ele está perdendo seus direitos”. Ele defende a criação de associações que defendam o direito do cidadão. Por outro lado, Leite observa que o governo não foi alertado de forma suficiente. “Houve negligência dos técnicos e especialistas, por isso foram pegos de surpresa. É preciso fazer esta auto-crítica”. Mas também reconhece que é possível gerar elementos positivos desta situação. Por exemplo, ele cita, o grau de consciência tomado pela população que está conseguindo eliminar o consumo supérfluo. “À esta altura, pode-se construir um modelo que gere empregos, pequenas empresas e melhorias para a população”.

 

 
 
 

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