Da
concepção da idéia à conclusão do texto foram
mais de 240 dias de amplo e minucioso trabalho, que contou com a colaboração
de quase uma dezena meia centena de especialistas da Unicamp. O trabalho resultou
numa das mais amplas e abrangentes obras sobre a saúde da mulher que está
prestes a ser mãe: Parto, Aborto e Puerpério Assistência
Humanizada à Mulher, que o Ministério da Saúde acaba de lançar.
A obra foi organizada pelo ginecologista e obstetra da Unicamp José Guilherme
Cegatti, em colaboração com Suzane Jacob Serruya, também
ginecologista e doutoranda do Departamento de Tocoginecologia da FCM.
Com
199 páginas e tiragem de 50 mil exemplares, a obra se propõe basicamente
a disseminar conceitos, práticas e conhecimentos entre profissionais da
área da saúde. A publicação integra um conjunto de
estratégias do Ministério, principalmente do programa de saúde
da mulher e da criança, que visa rever, de modo crítico e atual,
as normas técnicas relativas ao atendimento da mulher durante o período
de gravidez e parto puerpério. Isso com o propósito de atualizar
e adequar para uma assistência de qualidade prestada às mulheres
brasileiras, diz Cegatti. Segundo
o médico, a obra enfoca um tema ainda inédito em termos de publicação,
que trata de um dos momentos mais importantes na vida do homem que é nascimento
de uma criança. Ao mesmo tempo havia a necessidade, a demanda por
esse tipo de orientação por parte dos profissionais da área
médicos e enfermeiros que estão nas instituições
de saúde, para normatizar o atendimento e repassar às mulheres uma
série de conceitos visando o bom andamento de todo o processo de trabalho
de parto e, por conseqüência, ao nascimento do bebê, acentua
Cegatti. Parto,
Aborto e Puerpério discute o conceito empírico do conhecimento popular,
até mesmo dentro da área de prestação de serviço
médico a população, que recomenda algum tipo de intervenção
e ação, baseado em experiências científicas e não
apenas na experiência adquirida ao longo dos anos. Mostra ainda a
tentativa de introduzir conceitos e práticas de humanização
do atendimento, relativamente novo no Brasil, no que diz respeito ao tratamento
de cada mulher, cada gestante durante o pré-natal e depois durante todo
o trabalho de parto. Como o tempo, a mulher passou a ser tratada como um
indivíduo com direito a expressar seus desejos e vontades, e não
apenas se submeter a uma série de normas técnicas que a instituição
ou hospital determina, explica Cegatti. E lutar por direitos o de ter um
trabalho de parto numa instituição que a respeite, que ofereça
todos os cuidados técnicos e humanos para que receba um atendimento melhor.
O
médico revela que as principais causas de óbitos, no período
infantil até um ano de vida, historicamente no Brasil, como em outros países
em desenvolvimento, são as doenças infecciosas, diarréias
e tantas outras. Ao longo das últimas décadas esse perfil tem se
modificado de modo significativo. São patologias que proporcionalmente
nas regiões mais desenvolvidas têm diminuído de maneira considerável.
Observa-se que dentro desse quadro de mortalidade infantil, o elemento neonatal
crianças que morrem logo após o nascimento decorre
de uma série de alterações de patologias que se desenvolvem
junto com a gravidez da mãe e que são muito mais complicadas e difíceis
de serem evitadas. Essas patologias são, em geral, de malformação
congênita provocada por diversas razões. Desde o uso inadequado de
uma substância, droga ou medicamento durante a gravidez, até por
fatores genéticos, cuja prevenção é muito difícil,
explica o médico da Unicamp. Quanto às complicações
hemorrágicas e as infecções, felizmente não são
freqüentes no Brasil, embora consideramos que o nível de óbitos
maternos devido a essas complicações, associadas à gravidez,
ainda seja considerado relativamente alto no Brasil, onde se registra 140 óbitos
maternos para cada 100 mil bebês nascidos vivos. No Brasil, esse índice
é considerado alto, uma vez que o ideal nos países desenvolvidos
é abaixo de 10 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos. Um
quadro extremamente animador se compararmos com índices de países
como a África e a Ásia, que podem facilmente ultrapassar os dois
mil óbitos para cada 100 mil bebês nascidos vivos. Participantes
Além do Ministério da Saúde, participaram do projeto
da elaboração de Parto, Aborto e Puerpério Assistência
Humanizada à Mulher, a Federação Brasileira das Sociedades
de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Associação Brasileira
de Obstetrizes e Enfermeiras (Abenfo). Do quadro da Unicamp participaram do projeto
os seguintes profissionais: José Guilherme Cecatti, Suzane Jacob Serruya
(organizadores), Ricardo Fescina e Ricardo Schwarcz (consultores), e Ângela
Maria Bacha, Rosa Inês Costa Pereira, Aníbal Faúndes, Maria
Yolanda Makuch, Mary Angela Parpinelli, Roxana Knobel e Sérgio Tadeu Martins
Marba. |
FCM
organiza galeria de fotos de ex-diretores
A
iniciativa de relembrar os ex-diretores da Faculdade de Ciências Médicas
(FCM) da Unicamp através de uma Galeria de Fotos foi concretizada no último
dia 3 de agosto, com a inauguração de um espaço reservado
numa ala do 3o andar da Diretoria. A solenidade contou com a participação
do reitor Hermano Tavares, dentre outras autoridades, e do pró-reitor de
extensão e assuntos comunitários, Roberto Teixeira Mendes. Entraram
para a Galeria nove docentes: Antonio Augusto de Almeida (gestão 1965-69),
Sílvio dos Santos Carvalhal (gestão 1969-70), José Aristodemo
Pinotti (duas gestões: 1971-72 e 1976-80), José Lopes de Faria (gestão
1972-76), Luiz Sérgio Leonardi (gestão 1980-84), Antonio Frederico
Novaes de Magalhães (gestão 1984-88), José Martins Filho
(gestão 1988-90), Luís Alberto Magna (gestão 1990-94) e Fernando
Ferreira Costa (gestão 1994-98). Foram ainda homenageados 45 professores
e funcionários, no total, aposentados da Faculdade nos últimos três
anos, na gestão do atual diretor Mário Abdala Saad, inclusive
os in memoriam: Raul Raposo de Medeiros e Paulo Eduardo Iazetti Medicina
Hiperbárica (ambos do Departamento de Cirurgia), Manildo Fávero
(Departamento de Medicina Preventiva), Gizelda Nogueira (Departamento de Tocoginecologia),
Décio Silveira de Moura (Departamento de Medicina Legal), Amador Porfírio
Filho (Diretoria de Apoio Financeiro), César Augusto Sales (Departamento
de Medicina Legal) e Haroldo Silva Santana (Departamento de Clínica Médica).
A
cerimônia foi acompanhada por muitos convidados e, ao encerrar a programação,
foi lançado o CD Coletânea, do Coral Vozes (da Área da Saúde
da Unicamp), que, ao vivo, apresentou três músicas da primeira fase
do Coral.
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