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..Campinas , de 13 a 19 de agosto 2001

Eunicamp
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NESTA EDIÇÃO
.....Institucional - pág.1 .....Eventos futuros - pág. 8
.....Tecnologia / Breves - pág. 2.....Teses - pág. 8
.....Mega Evento- pág. 3.....Administração - pág 9
.....Lancamentos - pág. 4.....Educação - pág 9
.....Homenagem - pág. 4.....Pesquisa / Execelêcnia - pág. 10
.....Painel da semana - pág. 5.....Breves - pág. 11
.....Em dia/Inscrições - pág. 6.....Obituário - pág. 11
.....Oportunidades - pág. 7.........Personagem - pág. 12
 
...PERSONAGEM
Eunicamp

Garoto do pré é campeão de bicicross
Eunicamp

Tem de ter adrenalina. Nos passeios ciclísticos na
companhia dos pais, Kauan Stolfi Gabriel, aluno do pré-primário da Emei Unicamp, precisa de muita proteção, não só dos pais, mas de equipamentos especiais também. Capacete, queixeira, luvas, calças com protetor são os companheiros oficiais do anjo da guarda do pequeno campeão de bicicross. “Durante o passeio ele começa a ensaiar algumas manobras mais radicais, então o levamos para a pista, em Paulínia”, revela seu pai, Edvaldo de Moura Gabriel. Em dois anos de treino, Kauan conquistou nove troféus na categoria 5/6 anos em provas de bicicross. Líder do campeonato regional em sua categoria em 2001, Kauan já começa a intensificar os exercícios com o treinador Ricardo Alves para participar da Etapa Brasileira do Campeonato Mundial de Bicicross 2002, na categoria 7/8 anos, que será realizada em Paulínia, cidade onde está localizada a Escolinha de bicicross.

Mal tirou as rodinhas de apoio de sua primeira bicicleta, aos 4 anos, Kauan Stolfi Gabriel reivindicou aos pais o direito de montar uma bicicleta especial para participar de treinos com pilotos de bicicross. O responsável por apresentar uma prova de bicicross ao garoto foi seu pai, o técnico em eletrônica Edvaldo de Moura Gabriel. “Eu o levei para assistir a uma prova e ele saiu de lá dizendo que gostaria de se dedicar ao esporte”, afirma. Segundo Gabriel, ele se destacou rapidamente nos treinos e em dois meses de escola Ricardo Alves aconselhou o pai a investir no novo atleta. Resultado, em sua primeira prova, com 4 anos de idade, o “herdeiro”da família Gabriel ocupava o terceiro degrau de um pódio, entre seis pilotos concorrentes. Na sua pequenez, como revela a foto da prova, mal conseguia erguer o troféu. “No ano seguinte, já pôde participar com a camisa da equipe, patrocinada pela Petrobras”, relembra, orgulhosa, Miriam.

Desgaste? Nenhum, o dedicado esportista garante que o fato de gostar do que faz não permite que ele se canse. “Eu não me canso porque gosto dos treinos”, reforça. Filho de Miriam Cristina Stolfi Gabriel, técnica de enfermagem no Ambulatório de Hemodiálise do Hospital de Clínicas da Unicamp, Kauan tem apenas 6 anos de idade e já tem uma responsabilidade além de se dedicar às atividades escolares no pré-primário da Emei Unicamp: treinar para vencer. “Eu treino para ganhar”, se garante. A ansiedade e a decepção na hora de uma inevitável queda (em bicicross, a queda é desclassificatória) são amenizadas pela mãe, que trabalha os impactos com o filho imediatamente.

É preciso bastante dedicação para se tornar um campeão. Os treinamentos são intensificados nas semanas que antecedem as provas. Para garantir uma boa classificação, Kauan chega a treinar duas horas por dia, além das duas aulas com duração de três horas que ocupam sua semana. As provas acontecem aos domingos e as inscrições são abertas, desde que o atleta tenha os equipamentos necessários. Cada corrida tem três baterias eliminatórias. Quem se destaca é campeão da etapa. Perguntado sobre o que sente nos momentos em que é dada a largada e que precisa saltar das rampas, o jovem campeão revela um pouco de ansiedade. “Eu fico assustado”, confessa. O treinamento é acompanhado de alongamentos e acompanhamento psicológico. O cardápio é especial. Segundo a mãe, é o próprio Kauan quem cuida de seu cardápio. Ao contrário do que deveria ser, os pais são advertidos quanto tentam convencê-lo a comer “apenas um docinho”. “Eu digo que só um não fará mal, mas ele adverte sobre os riscos de sair da dieta”, se redime. A alimentação de Kauan é rica em proteínas e sais minerais.

A adrenalina não faz parte só do sentimento do atleta durante as provas. “A gente vê o filho largando com oito pilotos, sempre tem tombos e as rampas chegam a 2, 5 metros de altura. No final, é um desgaste psicológico e físico. A adrenalina é muito grande”, avalia Miriam. A vida dos pais também muda um pouco em favor da participação do filho nas provas. Diante do calendário do campeonato, Miriam e Gabriel organizam suas agendas e alteram dias de folga.

Kauan sempre foi companheiro do pai, adepto de motocross, para assistir a campeonatos de motovelocidade. O interesse de Kauan por bicicleta, antes de ser apresentado ao esporte, sempre foi o de uma criança normal. Miriam confessa que no começo achou que fosse empolgação e não esperava vê-lo campeão. Entre as muitas coisas pelas quais se interessa, o garoto gosta de desenhar, pintar, jogar videogames. Quanto a modalidades esportivas, ele ousa: “Gosto de kart, motocross, fórmula 1”, radicaliza. O futebol também é apreciado pelo campeão, mas seu negócio “é a bicicleta”, convence. Para um pequeno atleta não importa o investimento, que, segundo o pai, gira em torno de R$ 2 mil entre a bicicleta e o equipamento. O prêmio em moeda dedicado aos ganhadores nesta categoria é simbólico. “Normalmente eles ganham camisetas, quadros pneus de empresas que patrocinaram o circuito”, diz Miriam. Nas finais, os pais recebem um valor simbólico como incentivo.

Sem uniforme de piloto e sem os equipamentos, Kauan é uma criança frágil brincando com os outros alunos da professora Kátia Regina Scamparin no parque da Emei. As condições para garantir a manutenção na equipe de bicicross são bom comportamento, bom rendimento na escola para as categorias maiores e disciplina. “Rivalidade existe”, afirma Gabriel, mas “acontece de ter dois ou três pilotos da mesma equipe, e antes da prova eles se cumprimentam, brincam”, ameniza a mãe.
Como todo bom seguidor, Kauan tem um ídolo,o campeão paulista de bicicross que é representante brasileiro em mundiais, Davlim Balthazar Júnior, mais conhecido como Darvlin Turbo Balthazar. “Já tirei foto com ele”, alegra-se o pequeno atleta. Kauan ainda não tem planos para o futuro, por enquanto, seus sonhos flutuam sobre duas rodas que só param de girar quando interrompidas por um freio dianteiro, responsável por altas e radicais manobras e um uníssono: “É campeão”.

 

 
 

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