..............Campinas, 24 a 30 setembro de 2001

O Coral Vozes, formado por funcionários da Faculdade de
Ciências Médicas da Unicamp, abre as comemorações do aniversário de 14 anos da Emei da Unicamp, dia 28 de setembro, às 9 horas. Sob a regência de Carlos Rosa, o grupo apresenta um repertório nacional que reúne peças de grandes compositores. Suíte dos Pescadores, de Dorival Caymmi; Roda Viva e A Banda, de Chico Buarque de Holanda; Berimbau, de Baden Powel; O gato na tuba, de João de Barro, são as peças que compõem o concerto. Na abertura, será lançado o concurso para a criação da canção da Emei, aberto a todas as pessoas da comunidade. As emendas do concurso serão definidas até o final do mês.

“Um banho de cultura” é o que as monitoras pretendem proporcionar aos 180 alunos de 4 a 6 anos atendidos pela escola, que em 14 de setembro de 2001 completou 14 anos de fundação. O concerto coralístico será seguido por uma programação que reúne música, dança, entre outras atividades com as quais pretendem apresentar a história da escola a pais, alunos e visitantes. “A idéia é ter um dia de atividades”, afirma a monitora Maria Cristina Rodrigues. De 24 a 28 de setembro será instalada uma exposição de fotos e matérias jornalísticas que contenham imagens e informações sobre a escola.

Cristina esclarece que a iniciativa de realizar essa comemoração e fazer uma retrospectiva da história da escola se insere no Projeto Conhecer da Emei, que tem por objetivo colocar a criança em contato com todas as áreas e realizações da universidade. “Foi pesquisando a história para o Projeto Conhecer que relembramos a data de assinatura do contrato que regulamentava o funcionamento da escola”, argumenta Cristina.

O trabalho de resgate histórico propõe a exibição de imagens registradas em fitas de vídeo e o depoimento de pessoas que trabalharam e se beneficiaram do trabalho iniciado na chamada Casinha da Rua Sete, atual Rua Shigeo Mori, na Cidade Universitária. Apesar das dificuldades enfrentadas “em todo início de projeto”, a pedagoga do maternal 4 do Centro de Convivência Infantil (Ceci) da Unicamp, Marluce Reis, relembra com carinho os primórdios da escola. Ela não pertence mais à equipe de educadores da Emei, mas recorda o momento em que a escola mudou-se para o prédio em que está instalada hoje, em frente do Pronto-Socorro da Unicamp.

Tijolo por tijolo num desenho que garantiria a estrutura atual. “O almoxarifado da escola, no início, foi equipado com estante montada por tijolos e madeiras que eu (na época assistente de direção) e outras funcionárias carregamos”, declara. Ela conta que as compras de materiais para as atividades e manutenção da escola eram feitas com carros particulares de professoras e as mães tinham participação em todas as atividades. “Era tudo tão precário que, na falta de professores, eu mesma substituía”, recorda.

Na avaliação da monitora Vânia Maria Galante Ricardo, a Emei da Unicamp melhorou 90% em vista do que era, em termos de estrutura, atendimento. “A contratação de monitoras pela Funcamp também foi uma conquista”. As oito salas de aula, na maioria das vezes composta por 30 alunos era monitorada pelas próprias professoras, segundo Vânia. Hoje, a responsabilidade é dividida entre duas professoras e uma monitora.

“Esta escola tem tudo para ser tão boa quanto o Ceci”, avalia Maria Silvia Gianoni, responsável pelo cardápio diário das 180 crianças. Há quase 12 anos na escola, ela diz não se arrepender de ter pedido relotação do Restaurante Universitário para trabalhar perto das crianças. “Eles chegam aqui cada um com uma educação diferente, mas é um pedacinho da gente que está construindo o futuro do Brasil.”, define. Maria Silvia diz sentir-se em casa entre as crianças e gostar muito do que faz.

Como todas as funcionárias antigas, Maria Silvia atribui o sucesso da Emei à dedicação “inesgotável” da funcionária aposentada da escola, Maria de Lourdes do Amaral, a conhecida D. Maria, hoje prestando serviço ao Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), que transportava as crianças da Unicamp para a escola e da escola para as unidades onde trabalhavam os pais. “E ai da pessoa que mexesse com as crianças dela. Ela ficava muito brava”, lembra Silvia.