Um vídeo-documentário
produzido por recém-formados da PUC de Campinas, A Arte de Incluir,
acaba de conquistar o primeiro lugar na categoria Estímulo à Cidadania,
durante a Expocom (Exposição de Comunicação) realizada
este mês na cidade de Campo Grande, Estado de Mato Grosso. O vídeo,
que concorreu com outros vinte participantes, é resultado de um projeto
experimental de conclusão do curso de Jornalismo que teve a participação
de Roseli Silveira, jornalista e funcionária do Cemicamp (Centro de Pesquisas
e Controle das Doenças Materno-Infantis), Glória Lopes, jornalista
do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, Ademilson Teixeira e Bruno Giannini.
O
documentário, com vinte minutos de duração, tem como principal
proposta registrar o trabalho de algumas entidades assistenciais de Campinas,
que se utilizam da arte e do esporte como objeto de reintegração
de crianças e jovens no contexto social. Outro objetivo do vídeo
é mostrar que é possível, através de atividades lúdicas
percussão e dança, por exemplo desenvolvidas por educadores
e líderes da comunidade, retirar das ruas jovens e crianças. Na
opinião de Roseli, todo mundo é dotado de um significativo potencial.
O que muitas vezes falta, no entanto, é a oportunidade para que a
criança ou o adolescente possa desenvolver a capacidade de resgatar a cidadania
e a auto-estima, acredita.
O
vídeo-documentário que demorou quatro meses para ser concluído
mostra basicamente crianças dos programas que foram idealizados
pelas entidades institucionais como o Bate Lata, Catadores de Bola, Meninos do
Barão e Oficina de Construir Sonhos, algumas das principais entidade de
Campinas que trabalham no processo de recuperação. O que procuramos
mostrar é que esse resgate de crianças e jovens do meio marginal
e da violência não é nenhum milagre, nenhuma mágica
que acontece da noite para o dia. Mas
simplesmente gestos altruístas de homens e mulheres que conseguem reconhecer
a importância individual e coletiva do ato de exercer a cidadania,
explica Glória Lopes. E Roseli acrescenta: Enquanto jornalistas o
que nos propusemos através desse vídeo-documentário tentar
abrir os olhos da sociedade para o problema da falta de perspectivas da criança
diante do mundo em que vive. Tanto Roseli quanto Glória são
unânimes em afirmar que a violência hoje em Campinas é algo
que preocupa e que, por isso mesmo, não pode ser ignorada. Longe de ser
uma preocupação teórica é uma das questões
que mais causam pânico e aflição quando situada em relação
a problemas graves como a perda de emprego ou as incertezas frente a um futuro
sem perspectivas, segundo o resumo do trabalho.
Para
se ter uma idéia dessa violência, basta citar que, de janeiro a maio
do ano passado foram registrados 60 óbitos de jovens entre 15 e 19 anos.
Desses, 47 morrem vítimas de homicídios. Outro dado que assusta:
a maioria dos criminosos (58,3%) tem entre vinte e trinta anos. Um grupo ainda
mais jovem, de 16 a vinte anos, também figura nas estatísticas:
cerca de 30% dos seqüestros relâmpagos são realizados por pessoas
dessa faixa etária. Para a professora Elna Cres, doutora em Ciências
Sociais da Usp, a mortalidade juvenil é conseqüência da
droga, da miséria, da falta de estrutura familiar e da ausência total
das condições sociais necessárias ao desenvolvimento humano.
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Cineasta
Coutinho debate na Unicamp Alunos
do IEL e IFCH da Unicamp, com o apoio de suas respectivas direções,
estão promovendo a Semana do Cinema Brasileiro Mostra Eduardo Coutinho,
a ser realizada no campus da Universidade no período de 1° a 5 de outubro.
No dia 26 (quarta-feira), a partir das 14h30, o cineasta participa de debate no
auditório do IEL, e dia 3 de outubro, às 14h30, também no
auditório do IEL, Coutinho participa de um outro debate. Nesse mesmo dia
o filme Babilônia 2000 será projetado simultaneamente no IEL e no
IFCH, a partir das 12h15. A mostra, constituída de sete filmes (Cabra
marcado para morrer, O fio da memória, Babilônia 2000, Santo Forte,
Santa Marta - duas semanas no morro, Boca de Lixo, e Theodorico - Imperador do
sertão) são os filmes que serão mostrados na sala do telão
do IEL, de segunda a sexta-feira, a partir das 12h15 na sala do telão do
IEL, e às 18h15 no auditório do IFCH.
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