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Quando
o relógio indicava 3 horas da madrugada – horário
que para
muitos é dedicado ao descanso – lá estavam,
em uma sala da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM),
os calouros de engenharia mecânica Alexandre, Antony,
Fernando, Flávio, Carlos e Augusto, dando os últimos
retoques no aeromodelo projetado especialmente para a 3a Competição
SAE de Aerodesign, que acontece de 2 a 4 de novembro, no Centro
Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos.
E não foram uma, nem duas noites, mas por inúmeros
dias os estudantes ficaram às claras desenvolvendo o
projeto.
Um
outro grupo, também da FEM, formado por veteranos mais
experientes, não fugiu à regra: noites e finais
de semana dedicados a montar os aviões em escala reduzida.
Todo o trabalho é resultado de um desafio lançado
pela SAE Brasil (Society of Automotive Engineers), para incentivar
estudantes de engenharia de todo país a desenvolverem
aeromodelos controlados capazes não só de voar,
mas também de vencer uma bateria de testes aplicada pela
instituição, como, por exemplo, carregar o maior
peso possível no ar.
Os
dois aviões projetados e construídos pelos estudantes
da Unicamp estão na fase de testes. Orientados pelo professor
da FEM José Maria Campos dos Santos, as duas equipes
– a Acrofobia, dos calouros e Senta a Pua, dos veteranos
– receberam todo apoio da Faculdade, além de ganharem
uma sala especial equipada com material necessário para
a confecção dos aeromodelos. Na opinião
do professor, trata-se de um exercício de engenharia
completo e extremamente importante. “Eles conhecem, na
prática, conceitos teóricos aprendidos em sala
de aula”. Santos observa que o esforço tem que ser
concentrado, uma vez que os alunos concorrem com estudantes
de tradicionais escolas de engenharia aeronáutica. “Com
este tipo de trabalho, os alunos acabam sendo autodidatas”
Os
calouros da equipe Acrofobia estão entusiasmados com
a experiência. No currículo, eles têm apenas
disciplinas teóricas e de nível básico.
“Tivemos que buscar patrocínio, desenvolver um relatório
e pesquisar preços de materiais. Isto tudo é muito
enriquecedor”. A equipe construiu um avião capaz
de carregar 10,5 quilos.
O outro grupo, o Senta a Pua, garante que o projeto é
muito competitivo, porque pesa só 1,5 kg. Pedro Barros,
capitão da equipe, afirma que o projeto tem outros pontos
fortes e que se pesquisou muito, pois a faculdade não
tem engenharia aeronáutica. O grupo está confiante.
“Quando se trabalha aprendendo, a confiança no projeto
cresce”, comenta. A equipe já havia participado
do concurso no ano passado e ficou entre os 22 melhores grupos.
Este ano, com inovações na aerodinâmica
e capricho no relatório, a equipe aposta na classificação
entre os primeiros 10 colocados. O Senta a Pua é formado
por Pedro, Danilo, Ricardo, Israel, Jean e João Ferrari.
A SAE Brasil é afiliada da SAE International, que tem
sede na Pensilvânia, EUA, e foi fundada em 1905, por personalidades
como Henry Ford, Orwille Wright e Thomas Edison.
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Quando
o aprendizado cria asas
