Técnicos da Superintendência do Controle de Endemias
(Sucen) do
Estado de São Paulo e do Centro de Controle de Zoonoses
da Prefeitura de Campinas realizaram no dia 30 de outubro uma
coleta de carrapatos nas proximidades do Parque Ecológico
Hermógenes Freitas Leitão, ao lado da lagoa da
Unicamp. A equipe esteve no local onde possivelmente o funcionário
Cícero da Silva, do Escritório Técnico
de Construções (Estec), teria contraído
a febre maculosa doença transmitida pelo carrapato-estrela,
encontrado em animais silvestres como capivara, cachorros, cavalos,
bois e gambás. Quando foi picado pelo inseto,
Cícero desenvolvia suas atividades naquela região.
Ele passa bem e já teve alta médica.
O
material recolhido pelos técnicos foi encaminhado para
um laboratório especializado em São João
da Boa Vista. Lá, ele será avaliado a fim de identificar
quais os carrapatos que contêm a bactéria causadora
da doença. Como recomendação, as equipes
de biólogos e médicos da Sucen e do Controle de
Zoonoses alertam para que se evite circular pelo local e, principalmente,
o contato com a vegetação. A bióloga Savina
Laserra de Souza, da Sucen, destaca que a taxa de infecção
dos carrapatos é pequena, entre 0,54% e 1,35%. A densidade
populacional dos carrapatos, no entanto, está diretamente
ligada à presença das capivaras no parque.
De
acordo com o professor Carlos Alberto Bandeira Guimarães,
diretor do Estec, já foram providenciadas a colocação
de faixas e avisos para informação das pessoas
que circulam pelo local. Além disso, todos os funcionários
das obras, tanto da Unicamp como os terceirizados, estão
passando por treinamentos oferecidos pelo pessoal da Prefeitura
de Campinas. Estamos tomando todas as providências
necessárias para evitar novos casos, explica Guimarães.
Ele esclarece que assim que recebeu o comunicado da suspeita
de um caso da doença, no dia 15 de outubro, o local foi
imediatamente interditado e assim permanece até hoje.
Só reabriremos com o aval do pessoal da Vigilância
Epidemiológica, diz. Também estão
circulando pela Internet avisos e explicações
sobre prevenção.
Jeanette
Trigo Nasser, médica veterinária do Centro de
Controle de Zoonoses, explica que a melhor forma de prevenção,
nestes casos, são as medidas preventivas. Não
existe nenhum tipo de vacina disponível e eficaz para
a doença, por isso é importante a informação.
Segundo ela, cerca de 30 capivaras estão no Parque Ecológico.
Daí a infestação de carrapatos nos locais
próximos, como na área do Espaço Cultural
do Lago, Funcamp, Banco do Brasil e Faculdade de Educação
Física. No canteiro de obras, onde Silva guardava seus
pertences e fazia a higiene pessoal, não foram encontrados
carrapatos.
Outros
14 servidores que foram picados pelo inseto, na mesma época
que o funcionário contaminado, estão sendo submetidos
a exames junto ao Centro de Saúde da Comunidade (Cecom).
Mas já se sabe que é pouco provável que
eles desenvolvam a doença. Isto porque o período
de incubação da bactéria Rickettsia rickettsii
varia de 2 a 14 dias.
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Instituições
debatem impactos ambientais
A
Unicamp, a Embrapa, a Fundação IBGE e o Ministério
do Meio Ambiente refletem sobre a constituição
de um sistema nacional de informações ambientais.
A discussão ocorre no 1º Seminário sobre
Monitoramento e Avaliação de Impactos Ambientais
(Semaia), a ser realizado no Instituto de Economia da Unicamp,
nos dias 6, 7 e 8 de novembro. Na Unicamp, o evento é
coordenado pelo professor Ademar Ribeiro Romeiro, do Núcleo
de Estudos Agrícolas e membro da Embrapa Monitoramento
por Satélite. Na opinião dos organizadores, a
criação do sistema é fundamental para a
tomada de decisões de política ambiental e para
a conscientização ecológica.
Segundo
a assessora de imprensa Graziela Galinari, pelo menos três
pontos importantes envolvem os debates do evento: as alternativas
metodológicas de monitoramento e avaliação;
as opções metodológicas de agregação
das informações de impactos ambientais em indicadores
de sustentabilidade e em contas ambientais no Brasil; e a definição
de uma rede de órgãos e institutos de pesquisa,
que atuarão como parceiros da Fundação
IBGE na produção das informações.
O
evento é dirigido a especialistas em meio ambiente e
estudantes e contará com a participação
de representantes de universidades e instituições
nacionais e internacionais, preocupadas com a questão
ambiental. Os pesquisadores responsáveis pelo evento
são Ademar Ribeiro Romeiro, da Unicamp, Bernardo van
Raij, da Embrapa Meio Ambiente e Guido Gellli, da Fundação
IBGE.
A
ficha de inscrição pode ser adquirida e enviada
pela página www.cnpm.embrapa.br/cursos/semi/ .A matrícula
será efetivada por meio da emissão de recibo de
depósito pelo fax (19) 3254-1100, aos cuidados de Renata.
O depósito deve ser efetuado na agência 0207 do
Banespa, na conta corrente 01-027263-0. Até 5 de novembro,
estudantes pagam R$ 40,00; profissionais da área, R$
80,00. As inscrições realizadas no dia do evento
(6 de novembro) terão o valor de R$ 50,00 para estudantes
e R$ 120,00 para profissionais. O telefone da assessoria do
evento é 3252-5977, ramal 235.
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