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Comuna
de Paris é tema de exposição
Maria
Alice Cruz
A
segunda exposição instalada no espaço cultural
da Reitoria da Unicamp até dia 8 de março é
dedicada aos 130 anos da Comuna de Paris, comemorados em maio
de 2001. A proposta, segundo a assessora de Gabinete Sonia Tilkien,
é humanizar ainda mais o ambiente preenchendo as paredes
brancas com exposições artísticas e históricas.
O primeiro artista a expor suas obras foi o professor Geraldo
Porto, do Instituto de Artes, em maio de 2001.
A
atual mostra, intitulada Comuna de Paris 130 anos,
é composta de 28 painéis distribuídos pelo
corredor do Gabinete e registram aquela que é considerada
a primeira revolução operária da história.
Na entrada e no corredor principal do gabinete estão
dispostos, em ordem cronológica, cópias de fotos
originais, de cartazes da época, de charges publicadas
em jornais estrangeiros e de quadros inspirados no tema. Em
todos, a presença de mulheres, trabalhadores, intelectuais,
e soldados, que se mobilizaram para construir o poder operário
e popular em Paris.
A
história contada por fotos nada poupa: barricadas, massacres
de comunardos, a destruição de Paris pelas tropas
leais à nobreza; a destruição pelos comunardos
de obras consideradas símbolos de ostentação
e poder como a mansão de Thiers, o Hotel de Ville e a
estátua de Henri IV e a Coluna de Vendôme, construída
com o aço dos canhões dos países dominados
pelas invasões napoleônicas.
O
acervo, exposto pela primeira vez em maio de 2001, no Instituto
de Filosofia e Ciências Humanas, é um trabalho
conjunto do Centro de Estudos Marxistas Cemarx
e da Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural CDC ,
com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura
Municipal de Campinas, por ocasião das comemorações
dos 130 anos da Comuna.
Para
o curador Flávio de Castro, embora a Comuna tenha resistido
apenas 72 dias, os ideais que a inspiraram influenciaram todas
as insurreições que se seguiram, entre elas a
Revolução Bolchevique de 1917. Para ele, estes
ideais que propõem a superação do Estado;
a igualdade social e econômica; a expansão da cultura
e da educação laica, sem interferência governamental;
o fim da exploração do homem, entre outros, permanecem
inalterados até os dias de hoje.
Como
foi dito à época, após o massacre dos rebeldes:
o cadáver está no chão mas a idéia
está de pe, reforça.
O trabalho realizado por profissionais da Unicamp sobre o material
coletado e organizado por Flávio de Castro surpreendeu
até mesmo o presidente da Sociedade Amigos da Comuna,
Claude Willar, que, em maio do ano passado, pela primeira vez,
ausentou-se das comemorações na França
para participar do evento realizado na Unicamp em homenagem
aos 130 anos. Segundo Castro, Willard afirmou nunca ter visto
uma exposição tão bem-feita relacionada
ao tema. As fotos foram tratadas com recursos modernos da informática.
O trabalho teve a direção de arte de Carlos Roberto
Fernandes e da equipe do CDC.
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Terra,
o elemento de estudo do arquiteto
O Há
mais de duas décadas a terra é o principal elemento
de estudo (e de trabalho) do arquiteto Eduardo Salmar. E é
sobre esse elemento e suas aplicações mais diversas
especialmente na construção de moradias
que por mais de quatro anos o artista/arquiteto debruçou-se
para fundamentar a sua dissertação de mestrado
em artes. Sob o título Tradição, Cultura
construtivista e modernidade nas arquiteturas de terra, a dissertação,
apresentada ao Instituto de Artes (IA) da Unicamp, foi defendida
no último dia 28 (quinta-feira), na Galeria de Artes
da Universidade.
Durante
dois dias (27 e 28) o arquiteto expôs na Galeria de Artes/Unicamp
alguns de seus trabalhos. Expôs, por exemplo, quatro instalações
uma delas, um pilar de taipa de pilão, um painel
de solos cimento monolítico ou terra compactada
utilizada na construção de paredes de barro
socado entre as tábuas ou pipas. Há um instalação
para a qual são utilizados pigmentos de terra para pintura
de tela e uma quarta instalação produzida de blocos
de adobe, com terra crua misturada com água e palha picada.
Como explica
Eduardo arquiteto formado pela PUC-Campinas esses
blocos de terra crua se constituem num sistema construtivo que
talvez seja um dos primeiros a serem utilizados pelo homem para
a construção de seus abrigos. Foram utilizados
por populações antigas em todo o mundo.
Além
disso, o arquiteto expôs ali nove painéis de 70
cm por 50 cm, apresentando um capítulo do trabalho sobre
Modernidade da arquitetura de terra. Eduardo Salmar
diz que a terra possui propriedades que proporcionam um
excelente conforto térmico para o morador quando utilizada
como componente no desenvolvimento de projetos da arquitetura
residencial, funcionando como uma moringa dágua.
Ele
diz ainda que o gosto pelo trabalho com a terra começou
nos anos 70, na Bahia. Lá conheceu um grupo de arquitetos
que trabalhava com taipa na construção de núcleos
habitacionais populares, através de um grupo de pesquisa,
o Ceped (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento), responsável
pelo aperfeiçoamento das habitações residenciais.
(A.R.F.)
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