A
número um do vestibular
Raquel
do Carmos Santos
E
studar mais de quinze horas por dia e deixar para trás
as saídas com amigos, cinemas e outras diversões
é a rotina de
todo jovem que almeja uma vaga nas universidades públicas
paulistas. A vida da campineira Carolina Cavalcante de Oliveira,
de 18 anos, não fugiu à essa regra no último
ano.
Bastante
dedicada e atenciosa aos estudos desde a pré-escola,
ela conseguiu não só uma vaga em medicina
um dos cursos mais concorridos da Unicamp, 80 candidatos por
vaga como também conquistou a maior média
(77,78) entre os 12 mil candidatos que disputaram a segunda
fase. A nota 9 alcançada por Carolina na primeira fase
também surpreendeu, pois foi a maior nota dos dezesseis
anos de vestibular independente.
A
estudante confessa que fez a prova com calma e já havia
tido contato com o vestibular da Unicamp como treineira
em 2001. Sempre imaginei que a comissão organizadora
do vestibular não poderia me pedir algo que eu não
tivesse estudado, diz. A mesma performance ela desenvolveu
nos vestibulares da Fuvest e Unesp, onde também prestou
para medicina. Queria mesmo era estudar na Unicamp.
De
acordo com a coordenadora dos vestibulares da Unicamp, Maria
Bernadete Abaurre, o desempenho de Carolina nos exames só
comprova a expectativa do modelo adotado pela Universidade.
Carolina teve uma boa formação educacional
ao longo dos anos e no último ano do ensino médio
se dedicou mais intensivamente aos estudos. Pelo conteúdo
das provas não há condições de o
aluno iniciar o preparo para o vestibular no último ano
do ensino médio. O padrão do exame contempla
a reflexão e a tomada de decisões na resolução
das questões.
Uma
dica que Carolina dá aos jovens, que também desejam
conquistar uma vaga na universidade pública, é
prestar muita atenção às explicações
e não deixar a sala de aula com dúvidas. Se necessário,
a leitura repetida do conteúdo pode auxiliar na memorização.
Carreira
A opção por medicina foi definida somente
no ano passado quando Carolina pensou em uma profissão
que pudesse auxiliar as pessoas de alguma maneira. Nunca
gostei de realizar atividades individualistas. Ela pretende
se dedicar ao trabalho voluntário enquanto estudante
e procurar uma área que possa desenvolver a medicina
preventiva. É simpatizante de projetos que aproximam
o profissional da família. Hoje percebo que o profissional
não é mais aquele que fica preso em consultórios
e sim atua em ações de prevenção.
Sua
mãe, a dona de casa Nazaré Cavalcante Oliveira,
apóia a decisão da filha pela carreira, embora
não tenha médicos na família. Satisfeita
e orgulhosa, ela diz que sempre acompanhou seus estudos de perto
e crê que isso auxilia no aprendizado escolar. Se
depender de responsabilidade, Carolina se dará bem na
carreira, pois sempre ensinamos isto a ela.
FEF
promove atividades para a comunidade
A união
de forças para desenvolver relações mais
sólidas entre os países em desenvolvimento ganharam
um novo impulso com a visita do primeiro-ministro de Moçambique,
Pascoal Mocumbi, à Unicamp. Pela primeira vez em Campinas,
o chefe de governo fez questão de passar pela Universidade
a fim de estimular os contatos. Atualmente, a Universidade mantém
apenas um tímido intercâmbio de alunos de graduação
e pós com Moçambique. Estamos convencidos
da importância de explorar oportunidades para criar algo
mais consistente, declarou o reitor Hermano Tavares, que
recepcionou a comitiva africana. O reitor sugeriu que a proposta
para levantar recursos e créditos para financiar a aplicação
dos projetos fosse levada ao ministro da Educação,
Paulo Renato Costa Souza.
Um dos trabalhos
que demonstrou a importância da relação
entre a Unicamp e Moçambique foi o Projeto Apta, coordenado
pelo professor do Instituto de Estudos da Linguagem José
Carlos Paes de Almeida Filho. Encerrado em 2000, ele previa
a formação de professores de língua portuguesa
2. Foram três seminários e diversas visitas àquele
país. Outro trabalho desenvolvido foi o do professor
Omar Ribeiro Thomaz, do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas, que coordenou o Projeto Pós Colonialismo Nação
e Conflito: Moçambique e Haiti.
No momento,
de acordo com Mocumbi, o país passa por uma reforma curricular
significativa e a Unicamp poderia participar efetivamente deste
processo. Uma das propostas do professor José Carlos,
do IEL, é desenvolver o Programa Pró-Mestre direcionado
para a pós-graduação. Neste caso
seria uma formação mais profunda na área
do português como segunda língua. Outras
áreas de interesse de Moçambique seriam Saúde,
Meio Ambiente, Ecologia e assuntos relacionados à Água.
(R.C.S.)
IEL
faz exame de proficiência
Candidatos
estrangeiros interessados em prestar o exame de proficiência
em Língua Portuguesa terão até o dia 15
de março (sexta-feira) para efetivar a sua inscrição,
que deverá ser feita na secretaria de Extensão
do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp. Esse
certificado, conhecido como Celpe-Bras, é o único
documento brasileiro de proficiência em português
como língua estrangeira reconhecido oficialmente pelo
governo brasileiro. No Brasil, é exigido pelas universidades
para o ingresso em cursos de graduação e em programas
de pós-graduação.
O
objetivo do exame é testar a habilidade de comunicação
oral e escrita em Português do Brasil em uma variedade
de situações do candidato. Por meio de um único
exame, são avaliados dois níveis de proficiências:
Intermediário (primeiro certificado) e Avançado
(segundo certificado). Podem candidatar-se ao exame os estrangeiros
não-lusófonos, maiores de 16 anos, com escolaridade
equivalente ao ensino fundamental. O exame será realizado
no dia 29 de abril deste ano.
Mais
informações pelos telefones 3289-3701, 3788-1520
ou por e-mail seee@iel.unicamp.br. (A R.F.)
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